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Mega pic-nic do Modelo

Desenganem-se aqueles que acham que este é um daqueles posts agressivos e insultuosos. Não, senhor! Não é aqui que vão encontrar o deboche do costume. Porquê? Porque eu não tenho nada contra o tal mega-picnic organizado pela rede de supermercados Modelo e que possui o Tony Carreira como banda sonora (clique aqui se não sabe do que estou a falar).

Convenhamos, haverá actividade mais saudável do que juntar alguns milhares de famílias portuguesas, num local ao ar livre e com muita luz natural, e deixá-los conviver ao som dum dos ídolos nacionais de música popular?
Lembrem-se que estamos a falar de pessoas que, se não lhes fosse dada esta magnífica oportunidade, estariam fechadas em casa a ver o Preço Certo (muitas delas a gritar para a televisão na hora de dar palpites sobre o preço da montra). Ou, pior que isso, a ver a ficção nacional da TVI!

É verdade que comparecer a um pic-nic familiar de grandes dimensões, com o Tony Carreira em pano de fundo, deve ser o pesadelo de muitos. A mim, por exemplo, só me apanhariam num evento destes se me dessem uma mocada na nuca e me colocassem no porta-bagagens dum carro. Mas eu sou esquisito. O problema é meu. Só oiço e só vejo algumas coisas, tenho uma cultura musical tão restrita que me impede de ouvir Tony Carreira sem ter vontade de me acercar do saco de vómito mais próximo, e não gosto de grandes ajuntamentos inter-geracionais. Para a maior parte das pessoas isto não se trata dum problema.

E ̩ por isso que fiquei incomodado, ṇo com a ideia do picnic Рuma vez que ṇo sou o p̼blico-alvo Рmas com as regras que o Modelo quer imp̫r aos participantes.

Ora clique na ligação lá de cima (ou aqui nesta. Prometo que vai dar ao mesmo sítio!), entre no site do tal “mega picnic” e vá onde diz “Regras do Pic-nic”.

Começa logo mal quando alguém acha que um pic-nic tem de ter regras, como muitos concordarão! Mas o pior está para vir.

Para este pic-nic, os supermercados Modelo parecem ter fornecido alguns autocarros para o transporte dos passageiros. Devem ter achado que, para muita desta gente, não era conveniente levar o carro por causa de problemas com o estacionamento dos veículos. Embora, na minha opinião, se deva mais ao facto de que a maior parte destes convivas provavelmente nunca pôs os pés dentro dum automóvel…

E aqui começa o fungagá pidesco!

Na regra 2, pode ler-se qualquer coisa como “Se você se portar mal, expulsamo-lo do nosso autocarro!” (não mencionam se o farão com o veículo ainda em andamento ou não). Mas quem é que eles acham que vai comparecer a este pic-nic?! Famílias portuguesas? Ou grupos de reclusos numa saída de campo?

A regra 3 não é menos restritiva para as liberdades familiares. Especialmente para quem considera os animais de estimação como membros da família (tal como devia ser). A história de não se poder levar animais de estimação nem teria assustado os mais matreiros, que logo se puseram a pensar que facilmente levariam o Boby ou o Piloto disfarçado numa geleira de campismo. Foi por isso que o Modelo incluiu na mesma frase a ressalva “não tragam bicharocos, nem disfarçados em malas de transporte!”. E pronto. Lixaram, assim duma empreitada só, todos os animais de estimação que só beneficiariam dum salutar encontro familiar com música do Tony Carreira.

Estou a ser um pouco injusto, porque na regra 4, o Modelo diz que abrirá uma excepção aos “cães-guias dos cegos”. Mas eles estão loucos ou têm apenas falta de sensibilidade?! Para um cego, a audição deve ser o sentido mais importante. Porque raio é que eles acham que há cegos que têm interesse em ouvir o Tony Carreira?! Terá sido um erro do gabinete de análise estatística do consumidor. Cá para mim, acho que algumas cabeças deviam rolar (não as cabeças dos cegos, claro! Se perder a cabecinha já é um azar do caraças para a maior parte das pessoas, para um cego deve ser um azar maior ainda…)

Na regra 5 encontra-se bem claro que qualquer jovem com menos de 18 anos tem de se fazer acompanhar dos encarregados de educação. Que é precisamente o que a maior parte dos jovens com menos de 18 anos gostam: andar acompanhados em locais públicos pelos encarregados de educação! O Modelo não percebe que, com estas regras, pode estar a fomentar o ódio numa classe mais jovem, pondo assim em causa o seu desenvolvimento sustentado?

A regra 7 (alínea a) é, para mim, das mais restritivas e gestapo de todas! Não se pode levar acendalhas, líquidos inflamáveis, carvão e bilhas de gás para o recinto?! Ora essa! Que raio de pic-nic é que estará verdadeiramente completo sem a bela da bilha?! Como é que se consegue conceber um pic-nic decente sem uns bons grelhados no carvão? Não percebo. Querem que toda a gente leve sandes? Como é que a malta consegue sobreviver assim durante uma tarde?!

E a regra 7b não foge à regra (tinha de dizer isto! Eu tentei evitar, juro que tentei…)
Nada de levar objectos cortantes?! Meu deus! Como é que se descasca uma maçã sem uma navalha? E como é se corta uma fatia de melancia sem um facalhão afiado?! Será que nunca lhes ocorreu que há um motivo pelo qual certas facas se dizem ser “de mato”?!

Em suma, façam pic-nic’s, pois claro! Ponham lá o Tony Carreira a cantar, o Quim Gouveia ou outro pimbalhoco qualquer. Para mim, que não vou comparecer, é igual ao litro.

Só não transformem aquilo que pode ser uma agradável experiência colectiva numa espécie de marcha norte-coreana! É por causa destas coisas que estamos na cauda da Europa. Ou como diria aquele cromo da bola da SIC Notícias, “então mas que raio de democracia é esta?”




Ora, ora – as maçãs podem-se comer à dentada, e as melancias também!

É certo que no caso destas últimas é necessário parti-la primeiro na cabeça de alguém (não na do Tony Carreira, claro! Lá se ia o maravilhoso espectáculo do pic-nic).. mas na cabeça de algum dos convivas que se porte mal e que tenha sobrevivido à queda do autocarro (depois de ser expulso em pleno andamento da viatura, claro está) 😉

Pelo meu lado não posso dizer que EU VOU! Afinal isto não é o Rock in Lisboa 😉

Mas se fosse, garanto que era das primeiras pessoas a atirar com uma melância a algu… errr.. a oferecer um bocadinho de melancia a alguém, quero eu dizer 😉


Essa questão da regra 2 é intrigante, de facto.

Queres ver que a malta do Pingo Doce está com medo de que entre os fãs de Tony Carreira haja um ou outro chunga…

Seja como for, e para sermos justos, também não me parece que espulsem reclusos dos autocarros se eles se portarem mal em saídas de campo… Aliás, foi mesmo por se portarem mal que lá foram parar!


Em comunicado :
A cadeia de Supermercados LIDL sente-se ultrajada e já abriu guerra à Modelo-Continente por esta ter interferido na contratação do “artista” Tony Carreira.
Segundo fontes da LIDL as conversações com o “Artista” já iam avançadas quando a Modelo-Continente, que não conseguiu acompanhar os valores da contratação de Cristiano Ronaldo para fazer as promoções de Banana da Ilha , decidiu
aliciar Tony Carreira para este evento.
Segundo as mesmas fontes até a ideia do piquenique é plagio…
O que estava a ser “enjendrado” era muito mais que um simples piquenique, uma Mega-Sardinhada na Fonte da Telha.
A “artista” Ruth Marlene já avançou que: “Para um evento desta natureza nunca iria por menos de Corte-Inglês”.
O governo de José Socrates já interviu avisando:
que para já não contem com o TGV para transportar @s fãns… a malta q se oriente com as Camionetas…
Mas…. quer Tony Carreira para Garantir a maioria absoluta.


Não há qualquer duvida que o povo português é engraçado: Se obrigassem as pobres criaturas a estar um dia inteiro a torrar ao sol por um motivo qualquer válido, como por exemplo dar sangue, nunca apanhariam ninguém, mas como era com o intuito de encher a pança de comida á borla, apareceram aqueles milhares que depois se aglomeraram debaixo das poucas sombras existentes. Bem feito: Levaram uma seca tão grande, que decerto nunca mais se metem noutra. É para aprenderem a não serem Lateiros!…

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