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Ainda coisas com ervas…

Nós, aqui no DQD, não gostamos só de dizer mal. É certo que, no post anterior, podemos encontrar, com grande abundância, palavras duras dirigidas implacavelmente aos criadores de um certo refresco de urtigas. Mas, e felizmente, nem só de desilusões se faz a vida. Acontece, por vezes, cruzarmo-nos com produtos que não só cumprem as expectativas que neles depositamos, como chegam a superá-las. E quando assim acontece, é justo que lhes seja feita a devida vénia.

Isto a propósito de uma pasta dentífrica que tive o dúbio prazer de experimentar recentemente. Este produto é a prova cabal de como é possível fazer coisas interessantes a partir de ervas. Falo do dentífrico Parodontax (que, para além das suas virtudes gustativas, tem a louvável particularidade de ter um nome que acaba no clássico ”-ax”):

Ora, eu cheguei à descoberta deste magnífico produto pela recomendação da minha avó. Consciente da minha contínua demanda por novas experiências, a minha avó soube imediatamente que esta era uma pasta que eu não desdenharia provar:

– Arranjaram-me umas amostras de pastas de dentes na farmácia, e há lá uma que tens de experimentar! O teu avô continua convencido que se enganaram lá na fábrica. Eu fui lavar os dentes com aquela porcaria e cuspi-me toda!

Embora tenha ficado curioso, confesso que o meu entusiasmo não foi imediato. Nos dias de hoje, em que continuamente nos prometem mundos e fundos, é sempre saudável guardar algumas reservas nestas situações. No entanto, quando olhei para o tubinho, houve um aspecto que me fez desconfiar de que, se calhar, estava perante qualquer coisa de realmente excepcional: pela primeira vez encontrava, num dentífrico, um gráfico com uma curva de habituação ao sabor.

Eh, lá! Temos aqui pessoal confiante no seu produto! Vamos lá ver isso, então!
Equilibrei um bocado de pasta em cima da minha escova de dentes. Desde logo, o seu aspecto impressionou. Uma pasta de aspecto granuloso, com uma cor a vaguear entre o salmão e o castanho claro. Era o momento da verdade: hora de testar a sua eficiência na remoção dos pedaços de bacalhau com grão (e se estava bem bom!) que tinham ficado presos nos dentes.
A surpresa foi total: não temos, aqui, nem sinal daqueles sabores amaricados a mentol ou hortelã-pimenta; não senhor! Antes, encontramos uma impressão palatal que nunca esperei vir a descobrir num dentífrico: esta pasta de dentes é salgada. Aliás, muito salgada. Tão salgada que eu, durante a hora que se seguiu à escovagem, andei a beber água de enfiada, enquanto esperava pelo enfarte que, inevitavelmente, viria a caminho. Mas não é só sal, o que encontramos nesta pasta! Passando essa primeira impressão, podemos deslindar notas de bolor e terra, embrulhadas naquele ardor generalizado que só a Pasta Medicinal Couto consegue oferecer (e que eu muito aprecio! O meu bem-haja para os fabricantes deste verdadeiro símbolo da vivência portuguesa!). É verdade que, após a escovagem, permanece na boca uma certa sensação de frescura. Tenho a certeza que, se uma pazada de fertilizante proporcionasse hálito fresco, seria um hálito fresco parecido àquele que obtemos com Parodontax.

O balanço final só pode ser positivo. Temos aqui um produto que consegue, de facto, criar uma impressão forte e duradoura em quem o experimenta (“nojento” foi a expressão que ouvi da parte de uma pessoa que consegui convencer a provar). Os meus parabéns ao gigante GlaxoSmithKline pela criação deste dentífrico! Só mostra que, mesmo nos grandes “monstros” do establishment, ainda há quem mantenha um espírito alternativo e independente.
Confesso que ainda não levei ao fim aquele esquema dos quinze dias de utilização que eles aconselham no gráfico. Acho que tenho medo que seja mesmo verdade e que, ao fim desse tempo, eu já ache que isto até que é uma pasta porreira…




Onde é que isso se compra? Tens a certeza que não é pasta para desparasitar os cães? Ou será pasta para tratar o pé-de-atleta? Sendo salgada, tb. pode ser que seja utilizada nos spa para tratamentos á base de algas.

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