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Era um Prince Albert, fáchavor!

Estou um bocado desiludido com esta conversa dos piercings… Este é o tipo de coisa que deixa o governo malvisto. Apresentam uma proposta arrojada, que seria considerada corajosa mesmo no tempo do Estado Novo, e depois voltam atrás e dão o dito pelo não dito… Assim não, Sr. Engenheiro! Olhe que já não falta assim tanto para as eleições. Vamos lá a por ordem nisso, sim? Se as coisas continuam desta maneira, qualquer dia um funcionário público diz uma piadola qualquer sobre o Sr. Engenheiro e… não lhe acontece nada!

Confesso que nem cheguei a perceber completamente o alcance desta nova lei. Deixem-me reformular a frase anterior: não cheguei a perceber o quão paternalista o Estado queria ser. A ideia geral com que fiquei é mais ou menos esta: é errado espetar coisas de metal nos genitais e na língua (pondo as coisas desta maneira, a proposta até que começa a fazer um certo sentido…), por isso, vamos impedir esta gentalha inconsciente de o fazer.
De imediato, houve contestação (são incomodativas, estas pessoas, com as suas opiniões… Haviam de criar uma lei que impedisse a plebe de mostrar o seu desagrado. Não é repressão: é proteger os cidadãos das suas próprias convicções). E o Governo, em vez de manter a sua atitude macho à Chuck Norris (e dar um rotativo na boca desta malta que julga que pode fazer o que quiser com o seu corpo), transforma-se num petiz ligeiramente efeminado que, a medo, gagueja frases como “ah, não era bem isso que queríamos dizer”.
É isto que me chateia: gente com tomates (tomates não trespassados por apêndices metálicos, atenção!) apresenta propostas cosmopolitas (por “ideias cosmopolitas” refiro toda e qualquer ideia que apareça na Bíblia e seja, de repente, aplicada numa sociedade moderna), para depois ver os seus projectos visionários metidos na gaveta só porque parece que violam alguns direitos basilares do sistema político em que vivemos.

Está certo que, com esta retracção, ficámos a ganhar em liberdades pessoais. Mas há também quem tenha ficado a perder… E nesses ninguém pensa! Ora acompanhem-me neste raciocínio:
Se passasse a ser proibido por lei fazer piercings nos órgãos genitais, seria necessário criar um qualquer órgão fiscalizador (um órgão que fiscalizasse órgãos, portanto) ou, pelo menos, alargar a competência de órgãos já existentes de modo a incluir a vistoria a certos elementos do sistema reprodutor humano. Eu, dado o actual estado do país, inclino-me mais para esta segunda hipótese. E não seria um sonho tornado realidade para todas aquelas pessoas que queiram ser ginecologistas ou urologistas mas que, por vicissitudes da vida, acabaram na GNR ou na ASAE?

РOra boa tarde! Era os documentos, o tri̢ngulo, o colete reflector e as cal̤as para baixo, se faz favor.




Parece que houve uma sujeita que ao pôr um piercing na sobrancelha, ficou de orelha murcha, assim … toda mole, a cair, a pingar… assim como uma alforreca. Agora se acontecer isto nos genitais…


Começa a ser mais fácil enumerar o que se pode fazer. Tás aqui, tás a tirar licença para o uso e porte de isqueiro, outra vez!

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