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Agressões a professores

Grande parte da minha vida fui aluno. E também fui professor durante breves anos, embora em escolas particulares com vertente tecnológica. Nunca leccionei no sistema de ensino curricular comum. Mas se há coisa que posso dizer que os alunos apreciam e respeitam (tendo sido aluno e professor), é serem tratados como pessoas normais e não como subalternos duma autoridade superior.

Por isso, julgo que se está a fazer um grande alarido à volta destes casos de bullying que ocorrem em salas de aulas. Alguns cronistas de jornais culpam imediatamente os alunos e os problemas característicos da sua geração. Outros não perdem tempo a apontar o dedo à má educação que recebem em casa. E os leitores comentam, como de costume, que “no tempo do Salazar é que isto não acontecia, etc. e tal”.

Pergunto eu, então e se os professores tratassem os alunos como tratariam qualquer um que os tentasse atacar, física ou verbalmente?
O que é que uma pessoa normal faria numa situação destas? Normalmente, as possibilidades caem dentro de duas ou três categorias. Ou se enfrenta o agressor; ofende-se o agressor de volta (através de ofensa directa ou ridicularização); ou pura e simplesmente foge-se. Eu acho que qualquer uma destas opções é viável e deveria ser implementada no nosso sistema de ensino. Eis algumas das medidas que deveriam ser tomadas pelo Ministério de Educação:

Aulas de defesa pessoal para professores
Essa história de que a autoridade do professor deve ser automática e inalienável já passou à História. Hoje em dia, a autoridade tem de ser conquistada. Se tiver de ser à conta de Jiujitsu, Taekwon-do ou Full Contact, que assim seja.

Utilização de Tasers
Se a polícia portuguesa vai ter acesso a estas modernas armas de imobilização eléctrica, porque é que os professores não poderão também beneficiar destas tecnologias? Afinal, os professores e os polícias têm muito em comum: ambos desempenham tarefas fundamentais na sociedade e ambos são igualmente mal pagos.

Técnicas de insulto verbal
Numa situação como a que vimos no video que circula pelo YouTube, não há dúvida que a melhor resposta a dar à aluna seria “Ah, desculpe, menina Patrícia! Pensei que o telemóvel lhe estava a deformar o casaco. Agora é que reparei que é o seu pneu!”. E enquanto a miúda entrava numa crise de choro convulsivo – e possivelmente num ataque de anorexia e perda de auto-estima – já a lição estava terminada e o livro de ponto assinado.

Técnicas de fuga eficaz
Se a situação lhe parece difícil de controlar e acha que a única safa possível é fugir da sala (mesmo com o desrespeito futuro que isso originará), porque não utilizar uma granada de fumo para ocultar a sua fuga? Quem diz granada de fumo, diz gás lacrimogéneo (garanta sempre a presença duma máscara de gás na sua mala). Talvez esta opção seja até melhor. Quando os alunos recuperarem do choro, o professor poderá já estar de volta, sorridente e pronto para continuar a lição.

Se achar que não se consegue dar bem com qualquer uma destas medidas, pense bem se a carreira de docente é realmente a sua vocação. Talvez você seja uma daquelas pessoas que estão destinadas a ser abusadas pelo resto do mundo. Nesse caso, não há carreira profissional que a safe. Nem dentro, nem fora dos portões da escola. O mundo é um local cada vez mais perigoso e difícil para se viver. Porque raio é que as escolas haviam de ser um oásis de calma e confraternização?




delirante..eu assino em baixo…até porque ter um centro de defesa pessoal, deve cá dar um dinheirinho..olha vou ja abrir um…sem que a ASAE tome conhecimento,claro

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