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Acredite no esforço

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“Acredite no esforço”. É este o magnífico e inventivo slogan com que somos brindados no final do mais recente anúncio do Banif. Infelizmente, trata-se dum slogan tão pobre e vago que mais útil seria como máxima dum clube de sofredores de prisão de ventre.

Mas não faz mal. O Banif não está a vender um produto. Está a vender-se a si próprio. No meio publicitário, chama-se a isto uma operação de branding (prostituição institucional, em Português mais correcto). Na vida real, chama-se pegar num rapaz – aparentemente jeitoso e que podia pertencer a uma boys band ou protagonizar uma telenovela qualquer da TVi – e transformá-lo numa figura mitológica através do… esforço.

Meus amigos, como explicar aos mais pequenos que estas coisas são fictícias? Como explicar que um jovem não pode ser sodomizado por um cavalo e transformar-se num centauro apenas por causa do seu esforço e ambição? O que é que acham que está a acontecer quando vemos o ar sofredor do homem, naquela parte em que “não se percebe bem o que acontece”? Para onde é que acham que foi a outra metade do cavalo?
Como explicar isto aos mais novos? O que é que se seguirá? Uma rapariga a ser penetrada por um golfinho no estuário do Tejo e a aparecer transformada em sereia? (bem, talvez até achasse piada a esse…)

O anúncio não só tem o seu quê de imbecilidade (digamos assim, para não sermos mauzinhos…), como de falta escrupúlos. Afinal, depois do esforço, supostamente motivado pela ambição, deveria vir o desfrute. Até Deus descansou ao sétimo dia para desfrutar a Sua obra (e, imaginamos, para fazer uns últimos ajustes e calcular a derrapagem financeira da Criação).

Mas não. Aquilo que vemos é o anúncio a terminar, com a figura do centauro a perder-se no horizonte, e o pobre homem de braços abertos a tentar esvoaçar e a querer transformar-se numa águia. Ninguém está contente com o que tem! Embora, neste caso, até seja compreensível. Se eu tivesse acabado de ser enrabado por um cavalo, a única coisa que eu quereria era levantar voo dali para fora…




Acreditar no esforço de quem fez o slogan é que é mais dificil! Esta diarreia mental publicitaria está a conspurcar as mentes portuguesas. Que saudades do “Tou Chim! É p’ra mim”!


Estou mais preocupada para onde foi a outra metade do menino.

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