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Muito bem, Portugal!

Nós, aqui no DQD, já adoptamos, no passado (uma ou outra vez), uma atitude crítica face à realidade socio-política do nosso país. Isso é tudo muito bonito: nós dizemos mal do governo e da economia, vocês riem-se um bocado e ainda ficam a pensar “que diabo, estes tipos andam informados sobre a actualidade”. Mas eu sou pessoa de, quando é preciso, dizer bem das coisas! E hoje, saiu uma notícia que, ao invés de nos deixar deprimidos com as deploráveis condições com que temos de encarar a vida neste Portugal, deve deixar-nos orgulhosos!

É que, de acordo com a edição de hoje do jornal Destak, um responsável da Polícia Judiciária afirmou que é em Portugal que «são construídas as melhores lanchas do Mundo, com peritos especializados e muito bem pagos» (notícia aqui). E não pense o leitor que nos estamos a referir a lanchas de recreio! Não senhor, estamos a falar de lanchas que contribuem de forma muito mais intensa para a economia nacional (ou, pelo menos, para uma certa economia nacional: aquela livre de impostos): as lanchas rápidas que são utilizadas no tráfico de droga.

Este é, quanto a mim, um grande dia para a produção nacional. Não havia um acontecimento desta magnitude desde o dia em que Saddam Hussein – que Deus o tenha – anunciou ser apreciador de Mateus Rosé (já o dia em que ele foi enforcado foi um dia de consternação na sede da Sogrape, com as pessoas a comentar pelos corredores que “temos de arranjar outro ditador sanguinário para fazer a publicidade ao Mateus”).

Finalmente temos um produto nacional capaz de ombrear com a cortiça, no topo do mundo. Decerto, não tardaremos a ter, nas rádios e televisões, um anúncio a enaltecer este feito:

O melhor de Portugal, não está nos museus; está bem perto de si. Fruta que sabe a fruta, roupa que dá gosto vestir, lanchas para a droga mesmo rápidas…

Os produtores de cortiça que lêem este site (são muitos, eu sei) que não me levem a mal. Eu não pretendo que agora estas lanchas venham usurpar à cortiça o lugar ao Sol, conquistado ao longo dos anos pelo trabalho árduo de muitos. Pelo contrário! Eu acho que há margem para uma bela sinergia entre a lancha rápida e a cortiça. Já viram bem? Num mesmo produto, dois exemplos do melhor que se produz em Portugal: lanchas state of the art, equipadas com tudo o que é preciso para iludir as autoridades e com belíssimos acabamentos em cortiça (quem ainda por cima, é um material impermeável, óptimo para resguardar os fardos de cocaína da fúria dos elementos).




Sem esquecer o belo do galo de Barcelos, que dá para esconder tanto pózinho lá dentro… Ou a regueifa da Régua, para o traficante trincar qualquer coisinha…

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