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Privatizem-mos!

Muita tinta corre nos jornais e muita voz se levanta contra as privatizações que, um pouco por todo o lado, vão tomando lugar. A meu ver, é completamente disparatado andar a estrebuchar por causa da privatização da saúde e das universidades.

Comecemos pela saúde.
Eu proponho um modelo dinâmico de gestão hospitalar fundamentado em atribuições de culpa. O que é que isto significa? Significa que a conta do hospital será alta ou baixa, dependendo não do custo do tratamento em si, mas da culpa que o paciente teve no aparecimento do problema.

Exemplo: você vai na rua descansadinho e leva uma traulitada dum carro que subiu descontroladamente o passeio. A culpa não é sua. Logo, não tem de pagar o tratamento.
Porém, se você atravessar a rua distraído e levar uma passa dum veículo, então a culpa é sua. O tratamento será pago, acrescido de devida coima no caso de se provar que você ia a escutar o disco da Floribella no seu iPod.

Outro exemplo: você escorrega numa casca de banana, cai no chão e aleija-se no traseiro. A culpa não é sua e, assumindo que o infractor (quem mandou a casca de banana para o chão) não se encontra por perto, então terá direito a massagens de fisioterapia gratuitas.
Porém, se aparecer no centro de saúde com uma banana inteira enfiada no traseiro porque não a conseguiu retirar depois de andar a fazer sabe-se lá o quê, então será você a pagar os custos de desentupimento do tracto intestinal.

Quem diz estes exemplos, diz cancros (porque é que um fumador sofredor de cancro de pulmão há-de ter o mesmo tratamento gratuito que um sofredor de cancro linfático, por exemplo?); idem para problemas relacionados com a obesidade (e olhem que quem escreve estes textos tem uns quilos a mais…), etc. etc.

Será que um esquema destes seria viável num serviço nacional de saúde estatal? Claro que não! Se há lugar onde estas medidas poderiam ser aplicadas, seria em organismos privados. E é por isso que defendo a saúde privada em Portugal.

Não me levem a mal, eu acho muita piada a essa história de que a saúde deve ser para todos. Mas, convenhamos, num país em que o conceito de saúde de muita gente é emagrecer enquanto bebe águas com sabores, não se pode fazer milagres.

E agora a educação.
Já faz alguns anitos desde que terminei o liceu e a universidade. E se há coisa que me lembro bem, é que os estudantes normalmente preferem estar a fazer qualquer outra coisa menos estudar. Por isso, porquê atormentar as mentes jovens do nosso país com estudos que lhes vão ser completamente desnecessários para a vida activa? Não valerá mais deixar essas vagas livres para os adultos que querem voltar à universidade e que podem pagar por elas?

Na minha opinião, não só as universidades deviam ser todas privatizadas, como também as escolas primárias e secundárias. O Estado devia divorciar-se completamente das suas responsabilidades para com a educação. Pronto, vá lá, devia divorciar-se mais ainda das suas responsabilidades para com a educação (a frase fica mais correcta assim).
E a escolaridade obrigatória devia ser baixada do nono ano para o grau de pré-primária.

Se as famílias tiverem dinheiro para mandar os filhos para a primária, muito bem. Se tiverem dinheiro para os enviar para o liceu, melhor ainda. E por aí fora.
Se a sua única escolaridade for a primária, pode ir trabalhar para as obras, servir em restaurantes ou mesmo puxar riquexós (algo que, continuo a afirmar, seria excelente para o nosso turismo!).
Se tiver terminado o liceu, então já pode ter uma profissão diferente e integrar quadros médios diversos.
Porém, se apenas tiver a pré-primária, então uma das soluções será ser utilizado como pilha humana numa central eléctrica, à semelhança do filme Matrix. Ajudaria assim a revitalizar a indústria energética nacional, fazendo com que não tivessemos de importar tanta electricidade aos espanhóis.

Não me levem a mal, eu acho muita piada a essa história de que a educação deve ser para todos. Mas, convenhamos, num país em que a única cultura que muita gente possui é a cultura de fungos entre os dedos dos pés e debaixo dos sovacos, não se pode fazer milagres.
Somos muitos a concorrer aos mesmos empregos. É preciso limitar a concorrência. E limitar o nível educacional dos cidadãos é, precisamente, uma forma de o conseguir.

No fundo, esta história das privatizações não passa de um conceito sobejamente conhecido por todos nós mas que, graças a diferendos políticos e lutas partidárias, ganhou uma conotação muito negativa.

Vejamos alguns exemplos de privatizações comuns no dia-a-dia:

– consumismo (eu compro o produto X. Logo, ele já não é público e disponível. Passa a ser meu. Foi privatizado.)

– propriedade (semelhante ao anterior, mas virado para bens imóveis como casas e terrenos)

– casamento entre duas pessoas (embora, claro está, sejam muito raros os casos de casamentos que permaneçam privatizados do início ao fim sem uma OPA pelo meio…)

Acho até que se deviam privatizar mais coisas.
Alguém tem dúvidas de que a Justiça em Portugal funcionaria muito melhor se fosse privatizada?
Se empresas como seguradoras, operadores de telecomunicações e bancos tivessem de pagar um preço de tabela por cada processo que intentam contra alguém, haviam de ver como eles se precaveriam melhor contra os infractores, em vez de oferecer tudo e mais alguma coisa e largando a batata quente nas mãos dos tribunais. Isto provavelmente até significaria o fim daquelas empresas de micro-créditos (Credial, Coffidis, etc.). Coisa que, no fundo, todos agradeceríamos secretamente. Não por causa do serviço sansessuga que prestam, mas por causa dos anúncios imbecis que produzem. Só a possibilidade de nunca mais ver o Fernando Mendes na televisão deixa-me com uma lágrima ao canto do olho (de suposta alegria, portanto).

Portanto, caro leitor, da próxima vez que assistir a alguém indignado com uma qualquer privatização, faça o que qualquer cidadão interessado deve fazer: estenda-lhe o braço e faça-lhe um manguito. Temos de ter confiança nos nossos empresários. Só uma série de privatizações de alto a baixo conseguirão salvar o nosso país dos madraços que teimam em agarrar-se ao poder político e exigir responsabilidades dos nossos governantes.

—–

Adenda

O autor deste texto informa que vai dar a oportunidade a qualquer leitor(a) de privatizar o seu cabelo! Se você quiser possuir o cabelo actual do André Toscano, a base de licitação começa em 50 euros. Aceitam-se propostas! Pela melhor oferta, raparei o meu cabelo até ficar completamente careca e entrega-lo-ei integralmente à entidade compradora. Comprometo-me também a afixar aqui no site as fotos do “antes e depois” e, se a entidade compradora quiser, uma foto do evento em que receberá o cabelo numa caixa da tupperware (também oferecida por mim). Deixem as vossas propostas aqui na caixa de comentários. O prazo para a conclusão desta OPV termina em finais do mês de Julho. (e para aqueles que acham que estou no gozo, experimentem licitar e oferecer algum dinheiro, a ver se não levam mesmo o meu cabelo para casa….)




Liiiiiiiiiiiiiiiiindo!!! Adorei o video escondido!!!1 So uma pergunta o video nao é suposto estar na DQD tv? Qd é que isso abre? A equipa está de parabéns. Excelente! 5 *


video? qual video escondido? se está escondido, dá pra o descobrir?


Esta uma link qd ele fala da Floribela no texto q vai dar a um video. Nao da para meterem a música em mp3 tb? Sei la, linkar outra parte qlqr do texto! LOOOL!!


hehehehe… brilhante! Parabéns deste lado tb! Quando é q vêm mais videos? Essa coisa da TV está para abrir ou que?


Boa! Gostei do video! Também quero mais do Fisga! Já a história do cabelo, o máximo que dou é 5 euros mas quero vê-lo primeiro. Jokas!

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