Está aí a nova telenovela da TVI!!!! Promete, desde logo, vir a causar furor, ou não tivesse saído das mentes brilhantes que ofereceram ao mundo a genial Ninguém Como Tu. É de aplaudir, no entanto, o trabalho destes corajosos autores que, ao invés de se quedarem no marasmo da auto-repetição, não hesitam desbravar terreno novo no mundo das novelas televisivas: assim, e mostrando um arrojo sem precedentes, como ponto de partida desta apaixonante narrativa, temos a trágica morte da pessoa amada pela protagonista no ataque terrorista de 11 de Setembro às torres gémeas. Quase que faz com que tenha valido a pena o atentado…

Uma tradição que parece estar para durar, contudo, é a de darem às telenovelas o nome de uma música conhecida. É um expediente muito útil na medida em que permite aos guionistas concentrar todas as suas forças e aplicar todo o seu tempo naquilo que realmente importa: a narrativa. De qualquer das formas, o nome nem tem de ter a ver com a trama…
Mesmo assim, eu gostava de deixar aqui umas sugestões à TVI de músicas que poderiam utilizar para novelas futuras:

“Sangue no Asfalto” (dos Mão Morta): Uma produção que, para além do puro entretenimento, visa também alertar o espectador para os perigos da condução automóvel. Uma viagem alucinada, no red line das emoções humanas, pejada de personagens apaixonantes e com grande densidade psicológica. Não faltam entusiastas do tunning, fogareiros, GNRs, domingueiros e motoristas de pesados tresloucados.

“Violada Pela Moto-Serra” (dos Holocausto Canibal): A primeira telenovela gore do MUNDO! Uma descida aos infernos das emoções desumanas. Os desencontros amorosos de um serial-killer, com uma tendência doentia para a mutilação, servem de base a esta história. O trajecto solitário de um homem em busca do amor verdadeiro, por entre membros decepados e vísceras espalhadas.
(Até que estava capaz de assistir a esta…)

“Conan, o Homem-Rã” (d’Os Irmãos Catita): A epopeia deste “herói da Trafaria” que “nascido sem mamã, era filho de uma tia”, e das suas desventuras com a namorada: “uma indonésia anã”, “debochada” que “não usava soutien”, e que “tinha a c*na assada de f*der toda a manhã”…
Uma história familiar, portanto.

“Virgolino Faz o Pino” (da Banda do Casaco): Um ginasta de alta competição (Virgolino Gomes) descobre durante um estágio em Bucareste, por entre aparelhos suados e balneários apinhados, que tem tendências sexuais consideradas “aberrantes” pelas facções mais conservadoras da ginástica de competição. Isto ocupa umas boas duas semanas de novela e, daí para a frente, assistiremos à hercúlea luta do atleta contra o preconceito e a homofobia da sociedade em geral, e dos seus pares em particular que acreditam que ter o Virgolino a representar Portugal em competições internacionais contribui para dar uma imagem gay à ginástica…
Trata-se, por isso, de uma novela actual. É moderna, arrojada e lida com assuntos “polémicos”. Sucesso de audiência garantido!

Deixe o seu comentário

Nome (required)

E-mail(não será publicado) (required)

Website