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Santos impopulares

(ou “Mais um post para estimular as discussões teológicas”)

Numa altura de euforia em torno dos santos populares, não será despropositado dedicarmos alguns momentos a outros santos, aos santos dos quais não se fala, aos santos que não têm direito a arraiais, marchas ou sardinhadas com pimento. São santos cujos milagres nunca conseguiram cativar o coração e a fé dos crentes. Em resumo, são os santos impopulares.
E não falo aqui sequer de Judas ou de São Cipriano… As pessoas ainda se lembram desses, mesmo não tendo eles a popularidade de um Santo António, por exemplo (será que a sua tara por quebrar bilhas tem alguma coisa a ver com isso?). Os santos que abordaremos aqui são os santos underground, votados ao esquecimento desde o momento da canonização.

São Bojarídeo – Viveu em meados do século XV. Afirmou ter tido uma visão de Nossa Senhora (apareceu-lhe em cima de uma pereira), na qual recebeu instruções detalhadas sobre como construir um conjunto de painéis solares, servindo-se apenas de um punhado de cascas de conquilhas e um pedaço de cordel.
Foi acusado de bruxaria e condenado à morte. A cirrose, contudo, apanhou-o primeiro.

São Vilas-Boas – Conta-se que transformou, de um momento para o outro, um descampado onde habitava uma comunidade cigana num luxuriante campo de golfe (greens e bunkers incluídos!).
Curiosamente, não era grande golfista, tendo uma aptidão muito maior para o jogo da malha.

São Gevarídeo – Foi um monge, e também um violador obsessivo. O seu sémen, contudo, em vez de causar gravidezes indesejadas, fazia com que o suor da pessoa violada ficasse com um agradável cheirinho a lavanda. Este facto miraculoso tinha vantagens óbvias, uma vez que diminuía drasticamente a frequência de banhos das “vítimas”. A menos que não gostassem do cheiro a lavanda.
Não deixou descendência.

São Anacleto – Dizia-se – porque ele próprio o dizia – que tinha amplos poderes. No entanto, o único que conseguiu alguma vez demonstrar foi o de transformar, sem recorrer ao uso de qualquer pequeno electrodoméstico, duas normalíssimas fatias de pão-de-forma numa magnífica torrada de café (sem manteiga, infelizmente).

São Lobato – Também conhecida por “Dona São do Brioche”. É a dona da pastelaria lá do bairro… Faz um bolinho-rei que nem vos digo…
Grande abraço, Dona São! E continue lá a abençoar-nos com as suas ímpares criações de pastelaria fina.




Bem, só tenho a acrescentar: Já não se fazem santos como antigamente!


Já não se fazem santos como antigamente? Então e esta última pastorinha? Tão, tão santinha. E a Madre Teresa. Essa só por ser de Calcutá merecia um monuento, aliás qualquer pessoa de Calcutá.

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