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Realidade vs Ficção

Às vezes há episódios tão fora do comum na vida de uma pessoa que parece quase um crime não os contar. E, regra geral, é quando estas coisas acontecem que eu me apercebo que a realidade continua a ser mais engraçada que a ficção.
A história que vou contar é verídica e aconteceu numa estação de serviço da Repsol, na Segunda Circular, em Lisboa.
Estava eu na fila para pagar o gasóil quando, vá-se lá saber porquê, uma senhora madura com um ar de “tia apressada” tenta cortar a fila e meter-se à minha frente, dirigindo-se verbalmente à rapariga da caixa.
A conversa que se seguiu foi mais ou menos assim:

Toscano: minha senhora, desculpe lá mas calculo que não deva ter reparado na fila que se encontra aqui. Agora é a minha vez de ser atendido.
Senhora madura: Ah, sim, mas é que eu estou com muita pressa.

(faço aqui um pequeno aparte. Há uns anos eu possuía grandes dificuldades em lidar com situações destas. Ou me comportava como aquilo a que vulgarmente se chama um “enconado” e deixava andar, frustrando-me, ou a minha resposta era invulgarmente agressiva. Foi então que percebi que o humor é uma arma linda para lidar com estas situações. E agora até anseio por encontros destes…)

T: Pois, eu percebo que a senhora esteja com pressa, mas há aqui uma fila com pessoas igualmente apressadas. E agora é a minha vez de ser atendido.
S: Mas isto é num instante… – insistia a senhora, tentando desvalorizar a situação
T: Minha senhora, vamos lá a ver, eu estava aqui primeiro. Por isso, eu vou ser atendido primeiro. Agora, a senhora sai da minha frente a bem, ou sai à minha maneira – talvez seja útil referir que tenho quase dois metros de altitude
S: Mas… você está-me a ameaçar?! – respondeu ela, levantando a voz
T: Sim. Pode pensar na coisa dessa maneira.
S: Mas você sabe quem eu sou?! Eu sou a Dra. Madalena Santos e o meu marido é o Dr. Sousa Santos, deputado do PS… Quer que eu lhe dê um cartão?! – é fácil perceber quando alguém chegou a um ponto de rotura. E dizer uma palermice destas pareceu-me qualificar-se dessa forma. A partir daqui foi simples…
T: Você é a Dra. Madalena Santos e o seu marido é deputado do PS… uau! Que interessante! Se eu estivesse no seu lugar falava em voz baixa. Há aqui muita gente que está prestes a pagar combustíveis mais caros por causa do seu marido! – e nisto ela afasta-se para o lado
S: Mas…
T: E digo-lhe mais, o meu nome é Dr. André Toscano e sou psicólogo. Se quiser eu dou-lhe um cartão meu e pode marcar uma consulta. A primeira é grátis. Apareça lá no consultório.

E as pessoas que estavam atrás, na fila, começaram a rir-se.

S: Realmente, há gente muito estúpida! – diz-me ela, com ar de quem tem razão, dirigindo-se para o fim da fila
T: Tem razão, – gritei lá para trás – há gente estúpida por todo o lado.

Paguei, desejei boa tarde à caixa, e no caminho de volta ainda parei ao lado dela para uma tacada final.

T: Sabe, eu estou a começar agora a iniciar-me em terapia de casais. Se quiser pode trazer o seu marido também. Quem sabe se não conseguimos fazer com que os combustíveis baixem novamente?

Mas a mulher já não me ligava nem olhava para mim, corada e embaraçada como um paciente que acaba de se despir em frente a uma enfermeira e percebe que os boxers que traz nesse dia têm os botões frontais rebentados (outro episódio que contarei um dia…).

Ok. Concordo que esta não foi das histórias mais interessantes que já se contaram aqui no DQD. Isto pareceu ter vindo de um “blog normal”.
Mas uma vez que é uma história verídica, apeteceu-me contá-la.

Não se deixem enganar, meus amigos!
Mandem umas bocas e ridicularizem os outros se os vossos direitos dependerem disso.
Mais vale uma gargalhada e os direitos salvaguardados, do que frustração inerte ou agressividade desmesurada.

Pensem nisto, suas pétalas de malmequer…




LOL, excelente a história André, a terapia para o casal foi genial.


LINDO! Achei mais graça ainda à dos impostos…


Essas pessoas existem mesmo? Dasse que grande puta…


A melhor parte foi mesmo, talvez ” seja útil referir que tenho quase dois metros de altitude ” … humm.. ou ate mesmo a outra ” sim. pode pensar na COISA dessa maneira ” … gostei particularmente, da palavra COISA … xelente


Disse Que Diz

“… que nojo de site!” É assim que eles se apresentam ao mundo…. Diz que Disse é um “””blog””” pipi, muito bem feito, com qualidade internacional! Pontos fortes: Departamento Rário QBQ Menssagens faladas Hilariante: Realidade VS Ficção…


Hilariante!


Oh pá… devias tê-la regado com gasóil (embora fosse dispendioso, valia a pena. Faz uma comichão e um destes ardores…).


Também pensei nisso, Heidi. Mas não tinha fósforos comigo. E eu detesto deixar uma tarefa a meio!

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