Para todos aqueles que se nos juntaram agora, gostaria de relembrar que este conjunto de crónicas é dedicado a oferecer provas de que este planeta não é habitado por seres inteligentes. Se uma das provas mais certas de que existe vida inteligente no nosso Universo é o facto dessa vida inteligente ainda não se ter dado ao trabalho de nos visitar, as viagens espaciais são apenas mais uma das provas que nos lembram que somos estúpidos.
Morrem cerca de 20 crianças por minuto ou lá o que é, a fome abunda, as drogas e a criminalidade proliferam, os portugueses ainda fazem férias no Algarve, etc.
No entanto, as maiores despesas mundiais registam-se a nível da defesa, armamento e viagens espaciais.
A ida à Lua é mesmo o cúmulo! Já se conheciam as crateras lunares de trás para a frente, dezenas de anos antes do Homem pousar a pata na Lua. Porque é que ele sentiu que tinha de lá ir? O que é que ele julgou que lá iria encontrar? Uma sapataria com números grandes?
Seja como for, a ida à Lua é considerada um dos maiores feitos realizados pela Humanidade. De facto, é reconfortante saber que se o nosso planeta desaparecer, vítima de uma guerra nuclear qualquer, hão-de haver meia-dúzia de astronautas a passear no espaço que vão voltar a cabeça e proferir em uníssono “O que é que foi aquele clarão?!”.
Lado a lado com os gastos para viagens espaciais encontramos as despesas de armamento. E isto faz muito sentido. Porque em todos os estados de direito, todo o dinheiro que precisa de desaparecer sem deixar rasto é canalizado para a defesa.
Porém, é digno de notar que o propósito das investigações espaciais actuais esteja ligado à procura de água em planetas como a Lua ou Marte. Como sabemos, a existência de água nesses planetas não implica necessariamente a existência de vida. Mas se houver condições para a existência de água, então talvez haja a possibilidade de vir a haver vida. Quem sabe se dentro de uns anos esses planetas não poderão ser colonizados pelos humanos? Seria excelente! Pensem nas possibilidades. Poderíamos enviar para a Lua todos os criminosos, gente que fala aos berros, funcionários públicos, “artistas” de música pimba e profissionais de “Karalhoke”. Por outro lado, para Marte seguiriam os políticos rascas, militares, espanhóis, boys bands e girls bands, e toda essa ciganada que para aí anda a fazer grafitti nas paredes com a mania que está a produzir arte.
O planeta Terra ficaria novamente desocupado para que o resto de nós, dinâmicos e activos, pudéssemos continuar a evolução que ficou parada desde o tempo do Neanderthal. Pastagens mais verdes, ar mais puro, menos população, o que resultaria em fraco ou nulo desemprego, nada de criminalidade nem anúncios parolos nas caixas Multibanco.
Apenas um ponto a notar: o preço para haver vida inteligente na Terra significou que passasse a haver vida não inteligente noutros dois planetas.
Ou seja, por cada planeta inteligente no Universo, hão-de haver pelo menos dois planetas estúpidos! É assim que a fraca inteligência humana se espalhará de uma forma geométrica por esse espaço fora.

E isto ainda está a começar!…

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