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Ciência e tecnologia

Enganam-se redondamente todos aqueles que julgam que a evolução tecnológica é um ponto a favor da inteligência humana. É precisamente o contrário.
Quais terão sido as primeiras inovações tecnológicas? Talvez uma pedra escarpada e afiada ou uma lança, para o homem evitar ser feito em postas por um bicharoco qualquer. Ou talvez tenha sido a invenção do fogo. Ou a invenção da roda. Ou da alavanca.
De facto, não interessa muito a ordem pela qual as invenções estão dispostas na História, pois apontam todas para o mesmo facto: a incapacidade do Homem para realizar tarefas com o seu próprio corpo. Sinto que parte da minha vida acabaria se neste momento me visse privado do meu telefone, internet, televisão, automóvel e até do raio da caneta com que imprimo estas palavras no papel. Deve haver algo de errado quando um ser humano já não se acha tão vivo só de pensar que a tecnologia que usa diariamente lhe vai faltar. É por isso (e só por isso) que acho piada a programas como o Big Brother, e as variantes que existem por esse mundo fora. Esses programas são o testemunho real de que o ser humano desce a um nível mais primitivo quando se vê privado da vidinha que levava até então (que não tem de ser necessariamente mais interessante).
Mas se a evolução tecnológica é a muleta que acompanha a Humanidade ao longo de toda a História, os computadores e a inteligência artificial são, sem dúvida, a cadeira de rodas motorizada. Desde sempre que o Homem apregoou que a tecnologia e o desenvolvimento tinham como propósito auxiliá-lo, livrando-o de ter de realizar as tarefas mais árduas. Será que foi por isso que o Homem começou a trabalhar menos? Claro que não! O que ele pensou foi que, trabalhando o mesmo com o apoio da tecnologia, conseguiria produzir o dobro. O que prova que o Homem é sempre mais fussangão que inteligente.
Portanto, vítima da sua própria ganância, o Homem passou a sacrificar o seu prazer e bem estar para se tornar escravo da tecnologia e produzir mais e mais. Com computadores portáteis e telemóveis (quem é que não gosta deles?) chegámos ao ponto de ser possível estarmos permanentemente contactáveis e prontos para trabalhar em qualquer lugar. Por enquanto, se isto é apenas possível, não vai tardar muito até passar a ser requerido. Se hoje é extremamente cool andar de portátil debaixo do sovaco, dentro em breve vamos recordar, com saudade, aqueles tempos em podíamos permanecer descansados numa esplanada sem medo de sermos incomodados “pelo serviço”.
Mas a inteligência artificial é mesmo o último grito. Aliás, nem é um grito. É uma mulher histérica!
Eu não sou daquelas pessoas que possuem uma fobia em relação à tecnologia (normalmente nascida de uma incapacidade de adaptação). Dou-me bem com quase todas as máquinas, e alguns computadores (aqueles que possuem uma maçã trincada). Mas a minha opinião é extremamente suspeita e controversa neste ponto, pois eu acredito religiosamente (e a religião é uma coisa com a qual não brinco) que foram os computadores que inventaram a inteligência humana. Não no estado em que estão actualmente, claro! Hoje em dia, é perfeitamente possível utilizar a linha “Tive um problema no computador” como desculpa para quase qualquer coisa. Acredito que foram os computadores que teremos daqui a 15 ou 20 anos que nos inventaram a consciência. Juntamente com a consciência, deram-nos também a noção de tempo, de modo que é para nós difícil conceber que algo que ainda não foi criado já tenha criado algo. É verdade que a tecnologia fez coisas maravilhosas por nós, e nem eu me oponho a que se inove mais (nem tenho autoridade para isso). Ou que se façam clonagens, ou que se utilizem células neuronais para construir discos rígidos. A pior coisa que a tecnologia fez por nós foi escavacar o átomo em pedaços, e o resultado foi o que se viu. Isto deveria ter sido encarado como um aviso, mas o aviso que a “inteligência humana” compreendeu foi o som do disparo do início de uma corrida. De uma corrida ao armamento, claro.
Segundo o eminente engenheiro Raymond Kurzweil, investigador activo nestas áreas, no seu livro The Age of Spiritual Machines ele refere que computadores ganharão consciência algures entre 2013 e 2020. Ou seja, se hoje as formas de inteligência artificial que existem já conseguem equiparar certos computadores ao nível da inteligência humana em diversas áreas (reconhecimento de padrões, memória quase ilimitada, capacidade de aprender com os próprios erros, etc.) e até superá-la noutras (velocidade de processamento, tratamento de diversas situações em paralelo- o chamado multitasking, a derrota do Kasparov, etc.) vai ser uma questão de tempo até se conseguirem criar estruturas que, mediante a apresentação de um conjunto de regras simples, consigam desencadear fenómenos extremamente complexos como a emoção humana. Porque o ser humano não é apenas inteligência mas sim inteligência emocional, qualquer máquina ou estrutura computacional não pode esperar ser uma consciência plena enquanto não possuir uma componente emocional também. É o 2013-2020 a que Kurzweil se refere.
Hoje em dia, vivemos rodeados de radiações electromagnéticas, telemóveis, rádio, televisão, computadores e internet, micro-ondas com temporizadores, carros com controle de anti-derrapagem, cartões de crédito, caixas multibanco, agendas electrónicas, etc. etc. etc. Implantamos micro-chips em animais, e vai ser apenas uma questão de tempo até os começarmos a implantar em crianças à nascença, de modo a evitar uma série de problemas pela vida fora (imagine-se se pudéssemos saber o paradeiro de qualquer ser humano do planeta, em qualquer altura!…). Já estão a ser feitas experiências em que professores de conhecidas universidades se oferecem como voluntários para que lhes implantem micro-chips de modo a que os chamados prédios inteligentes e automóveis inteligentes reconheçam o seu “dono” quando ele se aproxima. Também estão a decorrer experiências nalgumas universidades inglesas, com grande sucesso. Vi no outro dia na televisão um professor qualquer de Cambridge a levantar dinheiro de uma caixa Multibanco sem usar cartão, mas apenas um chip implantado no braço.
Será que sou eu o único a ver a realidade das coisas aqui?! A evolução tecnológica exponencial tem um propósito muito simples. Quando o 2013-2020 chegar (ou for chegando, porque estas coisas são exponenciais mas não deixam de ser graduais) e as máquinas ganharem consciência, nós vamos estar tão dependentes da tecnologia (mais ainda do que hoje) que não vamos conseguir desligar as máquinas, pois desligar-nos-íamos do mundo também. O mais interessante de tudo isto é que não nos vamos poder queixar muito, pois a maior parte de nós vai continuar a acreditar que foi o ser humano que inventou a tecnologia. Será que temos assim os egos tão inchados que não consigamos conceber sequer a hipótese de sermos uma mera ferramenta tecnológica tal como a roda e a alavanca, ao serviço de uma forma de inteligência que não conseguimos compreender?
É claro que posso estar enganado em relação a tudo isto, e estar apenas impressionado por ter visto o Matrix. Mas algo me diz que há aqui uma ponta de verdade. No entanto, vou sair de casa agora. Não me posso esquecer do meu telemóvel nem do meu Palm, caso contrário o meu dia não será tão bom.
Estou a cavar a minha própria sepultura, estou-me a aperceber disso, e não consigo parar.
Acho que não sou lá muito inteligente…




quero uma experinecia anda logo seus tontos


gostei muito desse texto.Quem fez ele esta de parabem.ass:marisa,Nova Odessa


muito bom o texto, vai-me dar umas ideias para um trabalho….. bgado ….

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