Fuga de informação
No passado dia 29 de Novembro, fugiu de sua casa no Beato, em Lisboa, uma informação. A PolÃcia Judiciária, com o apoio de agentes do SIS, já se encontra a investigar os motivos e as circunstâncias que terão levado a esta fuga. Foi emitido um alerta lilás que, de tão secreto que é, ainda não conseguiu sequer ser interpretado por niguém.
Da informação propriamente dita, pouco se sabe. Vizinhos atentos informam que ela gostava de coleccionar malmequeres, aguardentes e outras aglutinações pluralizadas. Embora o seu recente interesse por águas-de-colónia e guarda-sóis tenha feito a PJ desconfiar que o mercado negro das justaposições também deveria estar no centro das suas investigações.
O veÃculo utilizado para a fuga terá sido um conjunto de caracteres tipográficos. A informação terá feito uso de duas consoantes “L” que utilizou como pernas para poder escapar, tendo estas sido trocadas por duas vogais “O” assim que chegou ao asfalto. Calcula-se que o tenha feito para poder circular com mais facilidade, uma vez que as condições da faixa de rodagem estavam absolutamente superlativadas como óptimas.
A informação foragida terá então recorrido a diversas locuções prepositivas, posicionando-se em frente dos restantes veÃculos e, em seguida, escondendo-se por baixo dum viaduto, a despeito de todas as regras do Código da Estrada em vigor.
Salienta-se o facto desta informação possuir perturbações mentais. Os mesmos vizinhos, que terão notificado as autoridades, confidenciaram aos inspectores já a ter ouvido mencionar advérbios de modo indiscriminadamente, o que – obviamente – tornava o seu discurso notoriamente vago e, em certas ocasiões, alarvemente incoerente.
Pede-se a todos os cidadãos que se mantenham atentos e que contactem a PolÃcia Judiciária, caso dêem de caras com esta informação. Todavia, os inspectores desaconselham o uso do conjunções adversativas. A informação é instável e a última coisa que se quer é estimular-lhe sentimentos de raiva, o que poderia provocar um ataque indiscriminado de preposições contra transeuntes desacautelados! Não tente ser herói!
Manter-nos-emos atentos aos desenvolvimentos e tentaremos auxiliar a PolÃcia Judiciária, na medida do possÃvel. Afinal, vivemos numa sociedade de informação. Fugas de informação são fenómenos que nos tocam a todos.