Coisas que mexem connosco
Quando tudo parece negro, há por vezes pequenas coisas que nos fazem ter esperança nisto a que chamamos vida. Os leitores mais antigos saberão que me refiro, claro, aos contentores do lixo todos modernaços que me instalaram perto de casa (os leitores que não fazem a mais pequena ideia daquilo a que me refiro, farão bem em visitar este link. E depois este. Pensando bem, mesmo os leitores que sabem do que estou a falar farão bem em seguir os links… “Recordar é viverâ€, como diz o imortal VÃtor Espadinha).
É por isso que a realidade nos atinge com particular violência quando nos apercebemos que, afinal, nem sequer estes autênticos faróis de optimismo estão imunes à monstruosa tragédia.
Ora, reparem no triste espectáculo com que me deparei noutro dia, quando cumpria o meu salutar ritual de entregar o saco com o meu lixo ao bonacheirão gigante verde (os mais impressionáveis deverão abandonar a leitura deste post de imediato!).
Oh, horror! E logo o pedal! Porquê que ninguém faz daquelas campanhas anti-mina aqui em Odivelas! Um contentor sem pedal é meio-contentor! É um contentor que se vê atingido na sua… “contentoriedadeâ€.
Como é que agora é suposto operarmos esta delicada peça de maquinaria? Com as mãos, como os animais?!
Isto cheira-me a uma vingança alimentada pela inveja! Desfigurarem o contentor logo no seu ex-lÃbris… Coincidência? Dificilmente.
Nos últimos dias tenho ido deitar o lixo fora a uns contentorzecos que estão na rua de cima… Não é o mesmo. Uma pessoa afeiçoa-se à s coisas, e depois não é fácil mudar, por muito aliciantes que sejam os substitutos (e estes, tenho de o admitir, são-no, com os seu brasão, fulgurante, bem enquadrado ao centro do corpo!), sentimos sempre falta do “nosso†contentor, e das suas comodidades únicas.
O contentor da minha rua, já não o vejo há algum tempo: ando a evitar fazer o caminho por aÃ, para não ter de encarar esta desgraça…
Cheira-me a homicÃdio. Aquilo são pingos de sangue?
Zá // 29.04.2009
Que horror! Um contentor sem pedal é como um jardim sem flores!
Proponho fazer-se uma mÃlicia popular para patrulhar as ruas à noite, já que é sabido que o ladrão volta sempre ao local do crime.
Urge encontrar rapidamente o vilão que desfigurou este (outrora) belo contentor, resgatar o pedal roubado e castigar o vilão com umas belas pedaladas na cabeça! Só assim poderá haver justiça para os contentores deste paÃs!
Peruca Jones // 29.04.2009