Contentores: a reportagem fotográfica
Desde que publiquei, há tempos, um artigo sobre os novÃssimos contentores que iriam substituir os antigos na minha zona de residência, que o meu email tem sido literalmente inundado por mensagens de ávidos leitores a pedir desenvolvimentos sobre este apaixonante tema.
Pois muito bem, é para todos eles, e para os restantes que se interessem por gigantescos caixotes do lixo (e não nos interessaremos todos?), que eu apresento o meu primeiro contacto com estes mastodontes verdes, numa pequena composição que cruza de forma revolucionária imagem e texto (bem, talvez não seja “revolucionáriaâ€, mas se eu dissesse “banalâ€, ninguém lia o resto…):
Contentores: a reportagem fotográfica
O primeiro contacto. Os belÃssimos contentores impressionam do alto da sua serena imponência. Experimenta-se, como diriam os trágicos gregos, uma sensação de deinotés, um “maravilhamento inquietanteâ€.
Parecia impossÃvel que tão bela coisa pudesse ter saÃdo de mão humanas. Quedei-me, por alguns instantes, na contemplação de tão extraordinário artefacto. Teria ficado muito mais tempo neste quase-transe, mas o intenso sol daquele dia a incidir no saco dos Mosqueteiros onde havia depositado o meu lixo fazia com que este libertasse um curioso odor que tinha como notas principais tripas de peixe em estado de semi-decomposição.
E cá está o mais revolucionário elemento destes contentores: o pedal. Atentai no design moderno! Atentai no reluzente cromado! Não tivesse eu ido à quelas sessões de esclarecimento dos SMAS, e nunca me passaria pela cabeça dar com o pé nesta beleza…
Timidamente, e com o receio natural de quem se confronta pela primeira vez com tecnologias tão avançadas como esta, lá coloquei o meu pé no dito pedal… Tentei descobrir, intuitivamente, os subtis modos de operação deste equipamento.
Parece que é só carregar para baixo.
E eis que o calmo gigante se abre, expondo as suas sublimes entranhas. Um misto de sentimentos tomou conta de mim: felicidade, espanto, mas também um certo receio porque, por momentos, parecia que o contentor me ia engolir de uma só vez, como um glutão do Presto.
Eu tinha medo, é certo. Mas diabos me levassem se eu não haveria de espreitar para dentro do caixotão! Nem que para isso tivesse de arriscar viver o resto da vida sem cabeça e com um braço a menos!
Bem espaçoso, sim senhor! Tenho visto casas com assoalhadas mais pequenas que este caixote do lixo. Isto é coisa para levar, bem á vontade, uma vintena de cadáveres (de adultos, porque se forem de crianças…).
Ainda pensei em deitar a mão ao chapéu-de-chuva (está em tão bom estado…), mas como estamos no Verão…
então é aà que vão parar os chapéus de chuva que desaparecem durante o inverno…
isto não será tudo obra dum pacto entre a pescanova e as câmaras (as municipais e não as digitais) do nosso paÃs para que as primeiras face a decadencia dos douradinhos,se desdobrem em negocios como o dos chapeus de chuva,cobrando assim à s câmaras (again, as municipais) uma percentagem pa se livrarem dos chapeus de chuva,para que os simples mortais voltem a comprar os da pescanova, num ciclo que nao acaba!!!mas apenas durante uns mesinhos…depois la vem o calor e a pescanova desdobra-se noutros negocios…talvez o das xanatas
igor pestana // 22.07.2007