Parece que a justiça portuguesa, após um breve interregno de 4 anos, está finalmente empenhada em desvendar a verdade por detrás da família que ostenta o apelido Sócrates (sem relação com o filósofo grego com o mesmo nome. E vejam bem a ironia que Sócrates – o filósofo – sem nunca ter escrito o que quer que fosse ou assinado alguma obra polémica, mesmo assim foi chamado e condenado pela justiça grega. Eram tempos muito difíceis…).

No entanto, a justiça está a falhar novamente. Porquê investigar apenas o tio dele? Porque não ir mais além e descobrir, duma vez por todas, os podres da desgraçada família?

É que a justiça talvez não saiba (ou não quer saber, o que é pior ainda), mas nós tivemos acesso a informação privilegiada e que não deve ser ignorada. Por exemplo, você sabia que:

– o caso Freeport não é o primeiro problema legal em que o tio de Sócrates se vê envolvido? Não, senhor! Em 2001, ele recebeu uma multa de trânsito por estacionamento indevido, tendo deixado o pagamento da mesma para o último dia!

– quem diz tio, diz tia. A sua tia Guilherma, da Covilhã, numa das suas visitas a Lisboa, atirou o invólucro dum Magnum de Amêndoas para o chão, alegando que não conseguiu ver bem o caixote de lixo pois havia deixado os óculos no carro.

– um dos primos de Sócrates, do lado do pai, cujo nome não mencionaremos por o caso nunca ter saído do segredo de justiça, costuma gabar-se aos amigos que é um atirador de primeira categoria, apanhando diversos tordos, perdizes e coelhos cada vez que vai para uma caçada. Ora isto é uma mentira deslavada! Ele não só não caça há vários anos – desde que lhe foi diagnosticada uma otite aguda, não podendo estar perto de sons com nível elevado – como não encontra a sua licença de caça, supostamente perdida na desarrumação!

– um dos sobrinhos de Sócrates deixou que os colegas de turma, em determinada ocasião, utilizassem um bilhete de Metro para fazer filtros para charros. Não é certo se o sobrinho terá partilhado do produto ou não. E apesar disto já ter acontecido há cerca de oito anos, não deixa de ser polémico e preocupante!

Por isso, sr. Procurador Geral, já que está tão interessado em descobrir os podres de toda a gente, sejam personalidades conhecidas ou não, siga o conselho de José Sócrates. Resolva tudo duma vez por todas, e com a maior celeridade que puder dar ao processo. Ok, não tão depressa quanto a emissão da licença para o projecto Freeport. Não há nada tão rápido na nossa justiça. Mas o mais depressa que conseguir.

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