siga-nos nas redes
Facebook
Twitter
rss
iTunes

Simbologia gastronómica

O reino da gastronomia pode ser abordado de diversas formas. É lamentável que a generalidade das pessoas limite a sua abordagem à comida a um olhar simplista e redutor. Na maior parte das vezes, não vão além do nível primário de reflexão, onde o que pesa são considerações exclusivamente ligadas ao palato dos alimentos que se oferecem à degustação. Mais raramente, mas ainda com alguma frequência, são ponderados os efeitos psico-somáticos da putativa refeição: equaciona-se, por exemplo, a possibilidade do repasto vir a causar alguma sintomatologia indesejada de prurido ou ardor no tracto gastrointestinal (ou, como o rústico povo diz, o “cair mal” ou “fazer uma azia do caraças!”), ou a possibilidade de o prato e o seu respectivo acompanhamento poderem vir a causar sonolência (aquilo a que o povo, no seu infinitamente colorido discurso, chama de “dar a moleza” ou, no caso do vinho, “amarinhar que é uma coisa doida”), inviabilizando a recta execução das actividades programadas para o período pós-refeição (como caçadas ou torneios de bridge…).

É, como digo, lamentável que esta situação se repita amiúde. Principalmente porque a gastronomia se oferece, na sua altruísta generosidade, a um amplíssimo âmbito de investigação racional. Um exemplo, entre muitos que poderiam aqui ser avançados, é o da Simbologia. Nem é preciso ir além do subsector dos salgados para nos apercebermos que está é uma área fecundíssima para a inquirição. A este respeito, poderemos dizer, sem querer entrar por terrenos demasiadamente técnicos (embora interessantíssimos), que o croquete é evocativo do elemento masculino, enquanto que a chamuça aponta para o feminino. O croquete, com o seu formato cilíndrico, é reminiscente do falo; por seu turno, a chamuça, com o seu formato triangular, lembra a área pélvica. Há, no croquete, uma direccionalidade (um ímpeto) viril. A chamuça, pelo contrário, é mais afim à sensibilidade e ao mistério. Será interessante notar que a classificação sintáctica dos dois substantivos acompanha esta nossa apreciação simbológica: “croquete” é masculino, e “chamuça” feminino (dificilmente um acaso).

Na próxima ocasião em que o leitor for convidado para um buffet, experimente lançar este tema à discussão. Ainda há pouco tempo, durante o copo-de-água do baptizado de um petiz da família, tive a oportunidade de debater esta e outras temáticas semelhantes com alguns dos convivas. A conversa foi tão animada e produtiva que muitos dos que assistiram e participaram (inclusivamente, os pais da criança baptizada) me garantiram que tinha sido quase tão interessante como a missa…




Caso nao existam aqueles salgados, podem remeter à secçao de frutas para a banana(composta por um brinco de cerejas) e a meloa devidamente aberta e a escorrer o rico suco.


Não será melhor trocar o brinco de cerejas por umas frutas maiorzinhas?

Deixe o seu comentário