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Eternas indecisões

Estou a pensar em mandar instalar o Meo lá em casa. Acho que vai melhorar substancialmente a minha experiência televisiva. Já a falta de programas decentes para ver é outra história.

Estou também a pensar em meter-me num empréstimo do Millennium. Também quero virar a minha vida de pernas para o ar, também quero um carro com tecto de abrir, também quero ser feliz. Haverá algum motivo lógico para o facto dum empréstimo ser contraído, como se fosse uma doença?

Voltando às tecnologias, encontro-me indeciso entre o Meo da PT e o Zon da TV Cabo. Considero-me poderoso e senhor do meo destino; por outro lado, também me considero iluminado. Hmm… Tenho cá a sensação é que vou cagar para essa treta toda! O que eu preciso é de banda larga portátil!

Ora bem, tenho banda larga disponível na TMN, Optimus e Vodafone.
A banda larga da TMN tem umas tenistas sexy’s nos anúncios. Quem é que não gosta delas? Quem é que foi o visionário que teve a ideia de obrigar as moças a usar aquelas mini-saias? Bendito sejas, quem quer que sejas!
A Optimus tem cangurus. E embora não me identifique muito com esse animal doméstico, posso considerá-lo uma metáfora para a minha vida, sempre saltitando de posto em posto, nunca conseguindo fazer uma única coisa com empenho e em condições.
Mas a banda larga da Vodafone é mais rápida que a sombra! Eh lá! Temos largura e temos velocidade! Quem é que no seu perfeito juízo não estaria interessado nessa poderosa combinação de atributos? É quase o mesmo que ter o Titanic com a velocidade duma lancha de traficantes de droga!

Não, não… O que eu preciso é de ser mais proactivo na minha abordagem em relação à vida. Transformar-me mais num artista e menos num espectador. Já sei! O que eu preciso é de uma máquina fotográfica digital! Que melhor maneira haverá de exprimir a minha individualidade do que tirar fotos cheias de pinta a bases de candeeiros, vales verdejantes ou pôres-do-sol alaranjados? Quem sabe, talvez convencer algumas amigas a despirem-se para a câmara?
Ora vejamos… existem máquinas digitais compactas e baratas. Não gastaria muito dinheiro e seriam práticas de carregar comigo para onde quer que fosse.
Por outro lado, que raio de fotógrafo é que pode ser levado a sério se não tiver uma máquina “à fotógrafo”? Daquelas grandes, em que se podem trocar as lentes, caso o pôr-do-sol que eu quero fotografar não seja devidamente captado com as lentes de origem.
É simples, então! A minha escolha é entre a portabilidade aliada a preço baixo, contra um preço mais elevado mas que me fornece um produto de suposta maior qualidade. Com as máquinas maiores, tenho um custo mais elevado, fico com um mono que tenho de carregar com uma mala de tira-colo, mas vou ser levado mais a sério (e tirar fotos melhores, claro. Os pôres-do-sol deste país que se segurem!).

Mas uma máquina digital nova implica ter novos e maiores cartões de memória (sou lá gajo de aproveitar os cartões de memória pequenos das máquinas antigas!), carregadores, baterias e, é claro, um cuidado muito especial com os cabos USB de ligação ao computador (pois nós sabemos bem a foda que é quando o único cabo que temos não está à mão na altura certa).
Aliás, esse é um dos motivos (sendo o outro a falta de dinheiro) pelo qual não compro uma câmara de filmar. Se comprasse, teria de ser uma câmara HD, e depois teria de fazer um upgrade ao computador para o software de edição se aguentar à bronca. Que chanfrado dos cornos é que compra uma câmara nos dias que correm se não estiver a pensar em fazer os seus filmes caseiros ou video podcasts para a net? O que por sua vez me levaria a comprar uma televisão HD para tirar maior partido dos resultados. E atenção que estou a falar duma televisão Full HD. Não dessas paneleirices rascas de “HD Ready” que não são carne nem peixe, e que estão para as televisões Full HD como um queijo Emmental Entremont suíço está para o Emmental rasca “de entre os montes” que se vende no Pingo Doce.

O que nos traz de volta ao Meo. Será que aquilo transmite mesmo todos os canais em resolução HD? Porque é que eu não acredito nessa treta?

E é a isto que me encontro reduzido hoje em dia. A um imbecil consumista que se define através dos leitores mp3 que tem, das marcas que usa, dos telemóveis que carrega no bolso, do carro que guia, dos empréstimos que tem. Não tenho qualquer profundidade. Sou um ser superficial, inútil e não posso dizer que o mundo tenha beneficiado da minha presença, tanto quanto vai beneficiar do meu eventual desaparecimento. Nada do que eu faço é insubstituível ou irrepetível, nada é único, nada é singular ou exclusivo.

Já agora, alguém aqui já assinou o Meo? Sabem se a qualidade daquilo presta para alguma coisa ou não?




Arranja antes uma gaja, gozas mais. (Pelo menos enquanto ela não se mudar para tua casa…)
Entretanto a evolução do mercado dar-te-á a resposta que tanto procuras.


Eu já arranjei uma gaja. É por isso que agora ando outra vez a ver tecnologias…


…Já se mudou para tua casa!

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