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Nada a declarar

Um dos problemas de escrever num site como o DQD é a pressão constante para encontrar assunto que possa ter um lado humorístico para explorar. E se à partida esse problema parece automaticamente resolvido por vivermos em Portugal, às vezes é difícil criar coisas que nos satisfaçam, mesmo quando a sociedade abunda no que toca a matéria-prima. Outras vezes, pura e simplesmente, estamo-nos nas tintas e não nos apetece escrever. (chega a ser desconcertante a quantidade de vezes que esta segunda regra se verifica…)

Este problema tem-se acentuado com a idade. Caso você tenha lido o meu post anterior (se teve a lata de não o ler, clique aqui depressa!!), eu estou a atravessar uma espécie de crise de vida. Afinal, descobri há dois dias que cheguei à Idade da Obra. (mais sobre isto no referido post)

Por algum motivo, acredito que sou capaz de muito mais do que aquilo que faço. E acho que a maior parte das pessoas também se sente assim. Todos somos um potencial que pode entrar em combustão espontânea a qualquer momento. Na maior parte das vezes, falta-nos apenas a faísca.

E falta-nos tempo para fazer o que queremos. E dinheiro para não nos preocuparmos e podermos fazer o que queremos à vontade. E a luz certa para vermos o que estamos a fazer (senão corremos o risco de fazer alguma coisa que não queremos… especialmente importante se estivermos a conduzir ou a operar maquinaria pesada). E o gelado certo, na taça certa, com alguns morangos cortados da forma correcta, em ângulos desiguais, fazendo com que só descubramos se levámos à boca um pedaço grande ou um pedaço pequeno quando já for tarde demais. Pequenos prazeres, taras que se vão adquirindo com o tempo e que nos dão uma efémera sensação de conforto. Afinal de contas, já que aqui estamos e somos obrigados a viver em sociedade, nada como nos mimarmos um bocado como forma de recompensa. Estar vivo é fodido e não é para qualquer um. Os mortos que o digam.

(neste momento, calculo que a dimensão do meu problema já se esteja a tornar evidente para todos os que me lêe… perdão, para aqueles que ainda me lêem…)

Pois é, há dias em que um fenómeno ainda mais estranho se verifica. É a sensação de que se devia escrever qualquer coisa para um grupo de estranhos que provavelmente nunca se conhecerá, apenas porque sim. É diferente de não ter assunto ou de nos estarmos nas tintas. É ter vontade de dizer qualquer coisa, ter a sensação que se vai rebentar por algum lado se não se disser; mas, quando o momento chega e o raio do computador se liga, chega-se à triste conclusão que não há grande coisa a declarar.

O que é que eu hei-de fazer? 32 anos, e a caminho dos 33 a passos largos! A vida é como um rolo de papel higiénico: quanto mais se aproxima do fim, mais depressa se esgota. Estou a ficar velho… Quanto é que será que está a custar um Porsche ou um Ferrari hoje em dia?




A vida às vezes tem dessas coisas… Tendo em conta as semelhanças a nível profissional com o Hank Moody, personagem da série Californication, sugeria-te uma experiência nova, para “entrares em combustão”, como referiste. E não, não tem de envolver uma rapariga de 16 anos, como na série… Mas pronto, acho que deu para perceber a ideia (espero que conheças a série; caso contrário, aconselho vivamente). Enquanto tal não acontece, sempre nos vais brindando com (bons) posts como este!

“A vida é como um rolo de papel higiénico: quanto mais se aproxima do fim, mais depressa se esgota.” Forrest Gump não diria melhor!

À falta de ideias melhores, que tal falar na taxa ecológica sobre os sacos plásticos? E deixa lá o carro desportivo. Senão, aos 40, compras o quê? Um jacto particular? (Hum, eu não devia estar a dar-te ideias…)


Já vi o Californication (e olha que aquela morena está muito bem aviada para 16 anos…).

Quanto ao carro desportivo, não há problema. Se eu tivesse realmente dinheiro para comprar um Porsche, já me tinha pirado há uns tempos.

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