O país acordou hoje em sobressalto! Não por causa da greve da função pública, pois a esse tipo de coisa lá nos vamos habituando. Mas sim por causa do horripilante video do fantasma azul da bomba de gasolina, captado em câmara nos Estados Unidos e convenientemente divulgado através do YouTube (clique aqui para ver a notícia e o video).

À primeira vista o video tem um ar realista. Não me parece algo que seja fácil de fazer, nem com as mais complexas ferramentas de edição informáticas. É por isso que não percebo o tom jocoso dos repórteres que noticiam o evento, como se tudo não passasse duma brincadeira de putos.

Felizmente que o portal IOL – esse marco do jornalismo de qualidade nacional (a par com o Correio da Manhã) – fez o favor de conferir ao assunto a seriedade que ele merece, salientando no final da sua notícia que “[…] ainda não encontraram explicações científicas para o fenómeno.”
Caso contrário, ninguém estaria a levar este assunto a sério.

Como toda a gente sabe, as aparições de fantasmas em bombas de gasolinas não são muito comuns, o que torna este caso ainda mais insólito. Reputados pseudo-cientistas e videntes afirmam que os fantasmas evitam as bombas de gasolina por causa do intenso cheiro tóxico. Outros afirmam que é apenas como forma de protesto pelos aumentos diários do crude.

E apesar de não haver consenso na comunidade fantasmagrófica, a verdade é que os casos sucedem-se década após década.

Em 1981, nos arredores do Fundão, um vulto escuro cruzou-se com duas senhoras que se encontravam no passeio matinal nos jardins do lar da terceira idade. Mais tarde veio a descobrir-se que se tratava do sr. Matias, o coveiro do cemitério contíguo ao lar. Mesmo assim, não foi o suficiente para aliviar o sofrimento duma das senhoras, para quem a aparição do vulto foi uma coisa assustadora. Ou, nas palavras da sra. Noémia, noticiadas na altura pela RTP “Foi uma coisa assustadora!”.

Os fantasmas estiveram inactivos durante muito tempo na década de 80 em Portugal. Ou então apenas frequentavam locais onde não se encontravam pessoas ou câmaras de televisão. Ou então até apareciam em público, mas ninguém lhes ligava, pois na altura as pessoas só queriam era encher casacos com enchumaços nos ombros e fazer penteados imbecis, não tendo olhos para mais nada.

Em 1991, porém, dois turistas holandeses viveram uma experiência do Além perto da Várzea de Sintra. Gerrit Janssen (o elemento masculino activo do casal) recorda com vivacidade os momentos em que, baixando-se para dar um pedaço de pão a um pato na ribeira de Colares, foi confrontado com o seu reflexo distorcido na água. Mas a imagem não era a sua! Era a imagem dum homem de meia idade, com olheiras negras, um olhar assustado, boca aberta de onde escorria sangue e um pato na cabeça (que mais tarde Gerrit admitiu poder ter sido o pato que se encontrava na água).

Muito tempo se passou e nada mais aconteceu. Até 2002, altura em que Gerrit decidiu voltar a Portugal, intrigado pela imagem que não lhe saía da cabeça, tendo falecido num brutal acidente de viação a caminho da ribeira de Colares. As fotos publicadas no Correio da Manhã não deixavam margem para dúvidas: a imagem de Gerrit, trucidado na sua caravana da Volkswagen, era idêntica à imagem que ele tinha visto na Ribeira há mais de 10 anos! (e ninguém sabe como é que o Correio da Manhã chegou a essa conclusão, o que torna todo o fenómeno ainda mais intrigante)

Em 2005, um homem de pequeno porte, bigode, e calvo na parte de cima da cabeça, aproximou-se da porta da drogaria do senhor Evandro na aldeia de Matacães. Ali permaneceu durante cerca de 5 minutos, sem entrar nem se mover, murmurando coisas como “hrma…. o gás… hrmmm…. blorgh…. a soda cáustica…. hmmm…” mas não se dignando sequer a entrar para comprar o que quer que fosse, mesmo apesar da drogaria do sr. Evandro estar a realizar promoções especiais nas bolas de naftalina (se comprasse um pacote com 10 bolas, levava um segundo pacote à borla!). Apesar desta aparição não ter sido considerada fantasmagórica pela comunidade vidente de Alfornelos, não deixou de ser muito falada na aldeia durante as semanas subsequentes. Até porque nunca ninguém havia visto aquele homem antes.

Como vê, fenómenos e aparições fantasmagóricas são coisas mais ou menos frequentes. E apresentámos aqui apenas os casos noticiados. Imagine só o que aconteceria às estatísticas se tivessemos acesso, assim de repente e à bruta, a todos os casos desconhecidos!

Não gozem com a situação! Os fantasmas existem e estão entre nós! Tal como os funcionários públicos eficientes, políticos competentes, trolhas que não bebem cerveja, divindades que olham para nós lá do topo dos céus e pessoas que falam com os mortos. Lá porque nunca nos cruzámos com nenhuma destas coisas, não significa necessariamente que não existam.

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