O secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, Monsenhor Angelo Amato, anunciou que não haverá um quarto segredo de Fátima (notícia aqui).

Embora seja lamentável assistir ao fim de uma série que, ao longo dos anos, conseguiu cativar a imaginação e o coração de milhões, não se pode dizer que esta decisão seja surpreendente.
A verdade é que, embora o segundo segredo tenha sido uma boa sequela do primeiro, o terceiro já não teve o fulgor dos outros dois. Falemos claro: o terceiro segredo foi muito mais fraquinho do que o primeiro e do que o segundo! E isto é algo em que tanto a crítica especializada em fenómenos religiosos, como o público (do mero curioso ao fanático crente) estão de acordo.

É certo que a desproporcionada demora no lançamento do terceiro segredo acabou por ter mais efeitos negativos do que positivos: gerou-se um imenso hype que não foi correspondido da melhor forma pelo próprio lançamento (o marketing tem destas coisas). Mas o mais grave é que isto acabou por prejudicar, não só este capítulo, mas toda a trilogia.

Seria, por isso, arriscado lançar uma continuação para este “fracasso de bilheteira”. Um novo passo em falso poderia retirar, de forma irreversível, a mística que os dois primeiros capítulos da saga ainda conservam.

Para lançar um Segredo de Fátima IV, seria necessário à Diocese injectar sangue novo no projecto: alguém capaz de gerar um novo entusiasmo em torno da série, alguém especializado em twists surpreendentes e em espectáculos monumentais, alguém que fale e cative as massas, alguém com a capacidade de transformar acontecimentos discretos em obsessões à escala nacional (que digo eu? À escala mundial!)…
Os McCann chegaram a ir a Fátima, mas parece que aquilo acabou por não dar em nada… (Suponho que tenham projectos mais ambiciosos entre mãos…)

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