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Greves de fome

Se há tipos de protesto que eu não consigo compreender, sem dúvida que um deles é a famosa greve de fome. Sei que se trata dum protesto simbólico. A ideia não é coagir alguém a aceitar um diálogo ou decisão (como as “greves à séria” conseguem fazer). Mesmo assim, parece-me uma coisa imbecil de se fazer. A não ser que…

…a não ser que se precise de perder uns quilinhos rapidamente!

Estou convencido que, a cada greve de fome que assistimos na televisão, não estamos a ver manifestantes convictos dos seus ideais e reclamações. Estamos, isso sim, a ver dezenas de pessoas com casamentos e baptizados próximos, e que precisam de emagrecer uns quilitos para caber naquele fato ou vestido antigos.

Isto até podia ser uma dieta interessante, para juntar ao rol de sabedoria corporal que abunda pelo mundo fora. A dieta da greve de fome. Sucesso garantido, especialmente num país como o nosso, onde o que não falta são motivos para manifestações.

Assim, perde-se uns quilitos, convive-se durante uns dias com pessoas que não se conhece, luta-se por uma boa causa e, quem sabe, talvez até se façam algumas amizades?

– Sim, a Marta, lembro-me dela. Conhecemo-nos na lendária greve de fome da Intersindical do Verão de 2005. Ela aguentou-se mais que o resto do pessoal. Perdeu 5 quilos em duas semanas, a sacanita!

– Ah! Mas eu também estive lá! 3 quilos!

РA s̩rio? Estavas onde?

РTinha a tenda montada ao p̩ do chafariz.

РMas eu tamb̩m, cara̤as!

РEnṭo como ̩ que ṇo nos vimos?

– Bem, lá para o fim eu estava um bocado fraca e não conseguia sair da tenda. O enfermeiro do INEM deu-me soro lá dentro e tudo. Mas olha que o piropo que ele mandou valeu a pena o esforço! HEHEHE!

– Lembras-te daquele sádico que apareceu por lá com comida na mão?

– Claro que me lembro! Sacana de homem aquele. Passeava-se por lá com sandes de rolo de carne, batidos de manga, tigelas com mousse de chocolate…

– E ao fim do sexto dia, montou lá um grelhador portátil e teve a lata de assar umas febras para ele e para o cão!

– É verdade. Grande camelo!

Escusado será dizer que o grande camelo fui eu.
Dizem que a fé move montanhas. Tinha de testar se o mesmo também se aplicava a uma greve de fome.
Ninguém se lançou às minhas febras. Mas correu muita saliva naquele jardim do Príncipe Real. Tanta, aliás, que aqueles dias de Verão ficaram conhecidos na zona como “O Verão pegajoso do Príncipe Real”.




Um grande bem haja para o senhor (embora sádico) que repartiu as suas(!)febras com o cão. A mesma sorte não teve o cão do ANORMAL do Vargas que teve de fazer greve de fome á força. ABAIXO O VARGAS.


Na verdade, acho que aquilo foi uma daquelas tangas criadas para aumentar o falatório acerca da exposição. A própria directora do museu fez uma declaração qualquer a um jornal a dizer que tinham alimentado o cão e que foi apenas um golpe publicitário.

Lembra-me aquela história do Bonsai Kitten, há uns anos, em que se dizia que havia um gajo que criava gatos dentro de cubos de acrílico, para eles crescerem com aquele formato… a malta acredita em cada coisa!

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