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Síntese da semana

Infelizmente, quando se tem pouco tempo e energias para articular os pensamentos, o que surge é isto. Um post desenxabido e ensonso. Por isso, em vez de me dar ao trabalho de tentar ligar alguns temas como se possuissem um encadeamento lógico, prefiro fazer um apanhado das ideias que me ocorreram durante esta semana. Uma síntese da semana, se assim preferirem.
Nota: existe uma versão do DQD em que os Diz Que Disseiros conseguem sempre articular os seus pensamentos, mas é muito mais cara!

1. O problema dos campistas.
As vozes projectavam-se furiosamente e os intervenientes encaravam as câmaras da televisão, provavelmente na esperança de conseguirem alguma solidariedade para as suas causas. Mas esperem lá um bocadinho… aquela malta vive num parque de campismo! Vou repetir a frase novamente, caso alguém não a tenha apanhado à primeira: aquela malta vive num parque de campismo! Mas quem é que vive num parque de campismo? Resposta: aquela malta que refila em frente às câmaras da televisão. Porque é que eles vivem num parque de campismo? É uma coisa um bocado chunga, não? Um sítio um bocado suspeito para levar a moça depois do jantar e do copito no bar (“Que tal vires à minha tenda para um… cafezinho?”)

Mas pronto, aqueles cidadãos gostam do contacto com a natureza. Pelo que se impõem algumas perguntas relevantes:

1. O mar faz parte da natureza. Porque é que estão a discriminar as águas do mar quando elas apenas reclamam o que já foi delas?

2. Com quem é que estão chateados mesmo? Com a câmara municipal? Porquê? Por ter retirado uma barreira artificial que protegia o parque de campismo chunga? Isso não é um pouco contra-natura?

3. A vantagem duma tenda é, precisamente, ser um objecto facilmente removível. Porque raio é que não arrastaram as tendas mais para trás?!

Dê por onde der, não é que aqueles campistas não tenham várias opções para resolver os seus problemas. Entre elas conta-se o chegar a tenda um pouco para trás; investir em tendas à prova de água; ou evoluir e começar a viver em casas como toda a gente.

2. O problema do aeroporto da Ota.
As opiniões dividem-se. De um lado, temos aqueles que não querem que o país (e a União Europeia) gaste biliões de euros para uma obra que estará desactualizada dentro de 30 anos. Mas vejam bem… 30 anos é um tempão do caraças! Se eu viver mais 40 ou 50 anos, isso significa que ainda poderei assistir à obra de mais um aeroporto. Parece que me estou a ver a conversar com os transeuntes, no local do novo aeroporto (lá para 2040), enquanto as máquinas escavam e terraplanam gigantescas crateras

– É pá, sim senhor, isto é que é uma obra! – dirá um jovem qualquer
РRapazolas Рresponderei eu Рisto pode parecer uma obra grande. Mas havias de ver a obra da Ota, no meu tempo. Essa ̩ que foi do cara̤as!
РA obra do aeroporto da Ota?! Mas isso nunca chegou a acontecer, pois ṇo? A Unịo Europeia cortou a verba e o aeroporto foi parar ao Poceiṛo.
– Mas quem é que está a falar da obra do aeroporto? Estou a falar dos debates, entrevistas, relatórios, comentários, sondagens e pareceres técnicos que inundaram a comunicação social! Isso sim, é que foi obra!

3. O problema da Austrália.
Conta uma notícia qualquer que alguns mapas, recentemente descobertos e saídos de cativeiro, provam que foram os portugueses a descobrir a Austrália muito antes dos ingleses. Eu proponho uma troca com os australianos. Eles são muito mais civilizados que nós. Ficam melhor na Europa. E os portugueses, com a sua grandiosidade de espírito e gigantismo de ego, merecem um continente próprio. E sempre era uma maneira airosa de deixarmos de ter os espanhóis como vizinhos. Já deixei a minha catana a afiar no amolador, caso os sacanas dos cangurus não queiram sair a bem! Se demos com aquilo com recurso a tecnologias da treta, não é com aviões sofisticados e GPS que vamos ficar a meio desta vez.

4. O problema dos Rotweillers.
Emergiu hoje a notícia que uma senhora de nacionalidade ucraniana, com os seus 59 anos, terá falecido, vítima de um ataque feroz de Rotweillers enraivecidos. A notícia termina com a indicação que os animais já terão sido abatidos.
Acho mal! Não por a culpa ser, em última instância, dos donos dos cães. Acho apenas que podiam ter sido utilizados mais eficazmente noutras situações. Eu sugiro que se organize um concerto do Tony Carreira (e filho Mikael) e se lancem 1000 destes animais no Pavilhão Atlântico durante o espectáculo. É verdade que morrerá muita gente inocente. Mas, sejamos sinceros, poderá uma pessoa que compre um bilhete para assistir a um concerto do Tony Carreira ser considerada inocente?
(há uns tempos, um produtor musical conhecido transmitiu-me uma observação curiosa acerca do Tony Carreira. Foi qualquer coisa como “Se não gostas do Tony Carreira, vais ter de dizer a 100 000 portugueses que estão errados!”. Ok, tudo bem, não custa nada: estão errados. É um facto. Confirma-se.)

5. O problema dos cortes de cabelo.
Fui induzido em erro graças ao entusiasmo com que a SIC transmitiu a notícia dum cabeleireiro qualquer em que as funcionárias vestem lingerie enquanto cortam cabelo. Achei que os cabeleireiros normais, a partir daí, apenas tivessem duas opções. Ou acompanhavam a onda, contratando também esculturais raparigas para desempenho de funções; ou começariam a explorar semanas temáticas (ex.: semana do cowboy. Venha vestido apenas de botas e chapéu e receba gratuitamente uma embalagem de gel). Mas não. Marquei uma ida ao meu cabeleireiro do costume, na esperança de ser mais bem tratado que o normal, e apenas me deparei com os gays do costume. Não é que haja mal nisso. Foi graças às conversas que tenho com os meus cabeleireiros que descobri que há patilhas socialmente inaceitáveis e que as panelas de Wok não se devem lavar. Mesmo assim, estava à espera de me sentir… mais bem tratado. Até me perfumei e tudo! E apesar do raio das botas e do chapéu à cowboy, nem o raio duma embalagem de gel me ofereceram…

6. O problema do cão cagão.
Eu adoro cães, e todos os animais em geral. Só não gosto que caguem mesmo à porta do meu prédio. Isso não parece afectar a dona de um cão que reside perto de mim e que, sem qualquer sombra de pudor, deixa o bicharoco presentear os condóminos diariamente com valentes bostas, dignas de testes científicos à la CSI. O problema é que esta senhora traz o cão a passear antes da hora a que eu me levanto (o homem do café já me disse que é uma senhora), pelo que nunca a consigo apanhar em flagrante para a repreender. Resolvi este problema facilmente. Imprimi uma folha A4 com a indicação CUIDADO! VENENO PARA RATOS! Deixei o papel na porta de prédio antes de me deitar, por volta das 3 da manhã. E espalhei um pouco de farinha nas zonas circundantes. Resultado: a entrada do prédio estava limpinha esta manhã! E a senhora provavelmente passará a investir num novo itinerário daqui para a frente.




Se decidirem soltar os cãezinhos no concerto do Tony Carreira e sua prole, comprometo-me desde já a fornecer toda a logística para tão fantástica obra.
É que, pelos vistos, também faço parte do Clube “Exterminem o Tony Carreira, mais a sua ascendência, descendência e parentes em grau colateral”.

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