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O que é que está errado nesta história?

Há pessoas que não deixam de me surpreender neste país. Se eu tivesse o hábito de só fazer férias em Portugal, por exemplo, será que estaria minimamente preocupado com o aumento ou diminuição do preço de viagens para o Brasil? Julgo que não.

É por isso que eu acho que há algumas coisas por explicar nesta notícia do DN de ontem.

Ao que parece, a D. Maria Helena Carmo, uma idosa moradora no Bairro Alto, volta sim, volta não, lá vê as paredes do seu prédio manchadas de grafitti. E é claro que o grafitti é um dilema social. Não por causa de se sobrepôr às pinturas normais dos prédios, mas porque a maior parte do grafitti que cá temos é de muito baixa qualidade. Er… quer dizer, há apenas um pequeno pormenor. É que a D. Maria Helena Carmo é invisual desde os 21 anos de idade!!

Segundo a vizinha do número 33, Laurinda Lopo, “Foi uma dor de alma ter de lhe contar que o prédio dela já não era mais branco.”
Raios partam! Para começar, que raio é que interessa à D. Maria Helena se o prédio é branco, se está cagado de grafitti ou ornamentado com delicadas pinturas rupestres? Se há alguma vantagem em ser-se cego, eu diria que é mesmo não ter de se ver o grafitti nas paredes e as figuras que os nossos actores fazem em anúncios de Bancos! Se eu fosse cego, se calhar nem me importava de morar numa casa arquitectada pelo Taveira!

Ainda para mais, porque raio é que a vizinha do 33 se deu ao trabalho de ir até ao 35 para lhe contar do grafitti? Não seria mais fácil deixar a mulher a acreditar que estava tudo na mesma? “O quê, D. Maria Helena? Ouviu uns sprays durante a noite? Não ligue. Devem ter sido os homens da Câmara com insecticida. Isto anda para aqui uma invasão de melgas que é um caso sério!”

Parece-me haver aqui um pouco de crueldade por parte da D. Laurinda. Cá para mim, ela quer é que dê um badagaio qualquer à D. Maria Helena para lhe poder ficar com a casa.
A História ditará a verdade. E os fiscais camarários que se acautelem. Palpita-me que à próxima sessão de grafitti no Bairro Alto, a D. Laurinda Lopo vai dar pulos de contente e mudar-se para o número 35 enquanto o diabo esfrega um olho.




_ Não vamos mais longe – tá bem, já que eu tanto insisto – quantas e quantas vezes tenho de aturar a cegueira, a surdez e a mudez do meu patrão, em relação a um pequeno “grafitti” no cheque do meu ordenado… É mto, mas mto, pior oh pá!!!


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