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Doentes e emigrantes

Se há duas categorias de cidadãos pelos quais eu nutro simpatia, é pelos doentes e pelos emigrantes. E não digo isto por uns estarem de cama (afinal, enquanto estão acamados, não estão a trabalhar) e os outros fora de Portugal (que é o lado bom de se ser emigrante). Digo-o porque uns são obrigados a assistir ao Natal dos Hospitais e os outros à RTP Internacional.
Por isso, nesta quadra natalícia, gostaria de desejar as melhoras a todos os doentes deste país, e uma viagem calma de regresso a Portugal para todos os emigrantes.
O DQD está convosco!




O Natal dos Hospitais é só 1 vez por ano, pior são as telenovelas ( como as odeio) que são o ano todo e quase o dia todo. Por falar em programação queria deixar aqui os meus parabéns à RTP pela belíssima ideia de no domingo fazerem uma maratona do “Dança Comigo”. Que lindo… o dia todinho a ver aquela seca em repetição: Obrigada RTP.


Sim, o Natal dos Hospitais é só uma vez por ano. Mas olha só o maravilhoso “elenco” que eles conseguiram reunir: Camilo de Oliveira, Guilherme Leite, Luís Aleluia, Fernando Mendes, Marco Paulo, Tony Carreira, Emanuel, Ágata, Toy, Mónica Sintra e Mikael Carreira.
Ouuuuuuch!!

Ninguém me tira da cabeça que isto do Natal dos Hospitais é uma estratégia do Ministério da Saúde para fazer com que as pessoas se curem mais depressa e se pirem dali para fora…

(ora aí está um estudo interessante para se fazer. Passar o Natal dos Hospitais a espectáculo mensal – obviamente com outro nome – e ver o efeito que isso tem nas listas de espera…)


Pois é uma treta de pogramacão, mas é isso que o povo gosta. É só ve-los nas cadeirinhas e nas camas a baterem palminhas…


Discordo em absoluto!
O facto do povo achar que gosta de coisas da treta não é desculpa para aqueles que estão mais culturalmente esclarecidos não fazerem um esforço para oferecer produtos com mais qualidade.

Eu dou sempre o mesmo exemplo.
Quando era mais novo, os meus pais tinham uma empregada velhota lá em casa. E ela costumava frequentar aquelas excursões de fim-de-semana para os reformados.
Num desses passeios, ao que parece, estava incluída uma visita a um museu, onde os velhotes tiveram a oportunidade de assistir a um trio de violinistas a tocar qualquer coisa na entrada.

Nunca mais me esqueço dos comentários da senhora. “Ai, menino André, aquilo foi tão bonito! Eu já tinha visto violinos na televisão, mas aquilo é tão mais bonito a vê-los a tocar e estar ali ao pé!”
Passados uns tempos, andava-me a pedir cassetes que tivessem “música daquela com violinos” para ouvir em casa.

Isto foi uma grande lição para mim.
É claro que há gente que gosta de música da treta, livros da treta, filmes da treta. E há muita gente que é bem capaz de não conseguir consumir mais nada o resto da vida. Mas se lhes for dada uma alternativa melhor, é possível que se abram muitos horizontes.

Acho que dizer que “o povo gosta de coisas más” é generalizar excessivamente. É o mesmo que usar aquela expressão que os velhos têm de vez em quando que é “Estas coisas que a malta nova gosta.” Qual malta nova? É que eu sou novo, mas gosto de muitas coisas que “outra malta nova” não gosta (e vice-versa).
O problema – para mim – reside no facto das pessoas que estão no centro das tomadas de decisão não perceberem que generalizar, seja lá o que for, é um erro.
Em grande parte dos casos, uma alternativa de qualidade é sempre melhor do que a monotonia da merda do costume.

É claro que, se essas pessoas que tomam decisões não têm – elas próprias – um nível cultural básico, como raio é que vão perceber isto?


Infelizmente é assim a televisão em Portugal… Não digo mais nada porque estou podre de bebedo. Até mais ou menos assim!

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