siga-nos nas redes
Facebook
Twitter
rss
iTunes

Sexo e celibato

Para a maior parte das pessoas, a batalha entre a escolha duma vida sexual activa ou uma vida celibatária é um pouco como um policial de Hollywood. Sabe-se de antemão quem é que vai ficar de pé no final. (figurativamente falando no caso do sexo… a não ser que se tenha tomado Viagra ou outro estimulante qualquer…) Afinal, se somos feitos de carne e osso (e tendões e sangue e montes de outras coisas), faz sentido que se aproveitem bem os anos. Ou, pelo menos, enquanto o nosso corpo e o corpo dos outros é capaz de nos dar deliciosos e sumarentos prazeres carnais.

E a Igreja não tem nada contra isso, ao contrário do que muita gente pensa. É verdade que defende um estilo de vida celibatário entre os seus padres e prelados. (no que toca à Igreja Católica.) Mas aquilo que se passa “cá fora” é outra história. Os eclesiásticos podem emitir opiniões ocasionais sobre estilos e padrões de vida mas, se não quiserem alienar os seguidores que ainda possuem, têm de tomar uma atitude moderada. Eles sabem que mesmo os fiéis mais religiosos raramente cumprem os mandamentos à risca. Quem é que não cobiça a mulher do próximo, não mente e não idolatra falsos deuses? O que é que eles vão fazer? Recusar-se a oficializar o santo matrimónio dum casal de parolos só porque a noiva está grávida mas insiste em casar num imaculado e virginal vestidinho branco? Mais vale meter ao bolso esses trocos de fim-de-semana e esperar que Deus esteja distraído com a bola ou outra coisa qualquer.

E quando se chega à questão da pureza e do celibato, então aí está o caldo entornado!
É que o celibato é descrito, na religião católica, em termos de lei disciplinar. Reza a doutrina que, se os constituintes religiosos não tiverem “cônjuges nem filhos”, então têm mais tempo e disponibilidade para se dedicar à vida pastoral. Ou seja, a vida dos padres e bispos é tão intensa e preenchida que nem tempo devem ter para a ocasional pinocada.

Mas há aqui algo que parece estar a escapar à atenção de toda a gente. É que uma coisa é o sexo, outra coisa é o orgasmo. Por vezes, acontece andarem os dois de mãos dadas. Mas é possível haver sexo sem orgasmo (como muitas mulheres e alguns homens comprovam por experiência própria), tal como é possível haver orgasmo sem sexo (como qualquer pessoa com plena capacidade dos seus membros superiores facilmente concordará).

É suposto acreditarmos que – apesar de viverem em celibato aparente – os padres e freiras deste mundo deixaram de ser humanos e capazes de ter um orgasmo? Não será até a masturbação um brilhante mecanismo imunitário contra as tentações do mundo exterior? Uma espécie de exorcismo mental de estados menos puros? Eu não sou uma pessoa religiosa mas, se me casasse pela Igreja, sentir-me-ia muito mais descansado se soubesse que o padre que me vai casar tivesse “tratado do seus assuntos” na privacidade do seu lar, nessa manhã, em vez de andar a enganar-se repetidamente nas passagens da Bíblia e a distrair-se com o decote do vestido da minha noiva.

E você não se sentiria muito mais descansado(a) cada vez que vai ao confessionário, sabendo de antemão que o mais natural é o padre estar a dormir e não a excitar-se com a sua conversa? Será por isso que os confessionários têm uma divisória interior? Não para garantir a privacidade do penitente, mas sim para garantir a privacidade do padre? Será esta a derradeira explicação do suporte com rolo de papel higiénico que se encontra do lado do padre?

Essa dúvida atormentou-me durante anos! Lembro-me como se fosse ontem. Era eu um rapaz novinho e andava na catequese. E, em determinada ocasião, dei comigo a perguntar ao Frei Heitor porque é que o suporte de papel higiénico estava do lado do padre no confessionário, se o penitente é que podia precisar dele para limpar as lágrimas.

“Andrezinho, o padre precisa mais do que o penitente. É que o choro do penitente é vulgar e aguado, mas as lágrimas de amor que o padre tem para dar são espessas e santificadas.”, respondeu-me o Frei Heitor, enquanto me levava para a casa-de-banho e me desapertava a braguilha para me meter a fazer chichi. Também nunca percebi isto. Eu sei que ele fazia isso às crianças mais novas mas, uma vez que eu já tinha 11 anos, considerava-me perfeitamente capaz de ir à casa-de-banho sozinho. Tudo bem, acho que o Frei Heitor era apenas muito distraído. Uma vez até o vi a fazer o mesmo ao Padre Mário quando voltei atrás para buscar um livro que me tinha esquecido… embora confesse que nunca tenha percebido porque é que ele estava a usar os lábios em vez das mãos. Mas o que é que eu sabia na altura? Estava apenas no primeiro ano da catequese. (assunto para outros posts.)

No final da história, o tipo de vida que cada um leva vai ser aquele que levaria de qualquer forma, com ou sem influência divina e/ou religiosa. Por isso, cara leitora (ou leitor, que nós aqui não discriminamos), da próxima vez que estiver a sentir-se aborrecida ou chateada com a vida, na paragem de autocarro ou na estação de metro, à espera do transporte para a levar a casa após um entediante dia de trabalho, lembre-se que há prazeres que não lhe podem ser negados. Afinal, se toda a gente deles usufrui, não podem ser assim tão maus para a saúde. Alternativamente, se não estiver para aí virada, pode sempre comprar um Haagen-Dazs e passar em minha casa… (Strawberry Cheesecake, por favor.)

nota: esta história de passar em minha casa com um Haagen-Dazs, essa sim é apenas para as leitoras e não para os leitores…




Aquela linha de Deus estar distraído com a bola ou outra coisa qualquer está divinal (no pun intended :)).

Como nunca fiz a catequese nunca tive oportunidade de reparar se o confessionário tem um rolo de papel higiénico do lado do padre, pelo que irei acreditar no que o douto dizquedisseiro afirma.

Assim, a questão que coloco é a seguinte:

Será que o rolo de papel higiénico não está lá precisamente para ser utilizado para o fim a que se destina? Isto é.. que o padre está sentado sabemos nós.. mas está sentado em cima de quê? Se não vemos para o lado de lá do confessionário, como podemos ter a certeza que se trata apenas de um vulgar banco de madeira?

Convenhamos que um padre que esteja de plantão ao confessionário não pode abandoná-lo assim, sem mais delongas! Afinal se se lê neste mesmo texto que até os fiéis mais religiosos raramente cumprem os mandamentos à risca e que há noivas grávidas a casar-se de branco, as idas ao confessionário devem ser mais numerosas do que em noite de expulsão do Big Brother!!

O padre de serviço não pode abandonar o seu lado de confessor apenas porque a vontade aperta! E nesse caso, meu Deus, o que fazer?!?

Pois é.. digo-vos eu que os padres encontraram a solução para esse problema há mais tempo que imaginamos.. e o que é facto é que o papel higiénico já lá está 😉


LOL essas coisas não existem. Vamos a pensar:se realmente o padre se estivesse a satisfazer, suponho que fosse um segredo dos deuses, e nesse caso não se daria ao desplante de ter lá o rolo de papel higiénico, assim, à mostra de toda a gente! usaria kleenexes, ou aquelas novas toalhitas de cheiro que até são uteis para esses e outros fins. O que leva à pergunta: será que as batinas dos padres não são apenas depósitos conciliados de produtos de limpeza e lubrificantes?

abraços anónimos

Deixe o seu comentário