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Técnicas de tortura

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Apesar dos Estados Unidos negarem peremptoriamente que a tortura de suspeitos terroristas ocorra (e nós acreditamos, claro), a verdade é que a versão revista do Manual de Campo para o Exército (uma espécie de manual de escutismo lá da zona) traz alguns capítulos interessantes, segundo o DN (eis a notícia).
Aquilo que qualquer pessoa com meio cérebro dentro da cabeça se estará a perguntar é se os Estados Unidos não torturam, porque raio é que um dos capítulos é dedicado à proibição de diversos tipos de tortura?

Segundo a notícia, estão agora proibidas diversas técnicas (hipotéticas, calcula-se, uma vez que os americanos nunca as utilizaram), como espancamento, humilhações sexuais, electrocuções, ameaças com cães, etc. No fundo, tudo aquilo que dá gozo na tarefa ingrata – mas necessária – da tortura ocasional.

Mas o clima de terror que se vive actualmente paira sobre todos nós. É preciso obter informações. É verdade que grande parte da inteligência obtida através de técnicas de tortura é completamente inútil, uma vez que qualquer um deve ser capaz de admitir qualquer coisa quando confrontado com a possibilidade de ser sodomizado (sem lubrificação devida) por um pastor alemão.
Mas mesmo assim, sabemos que a tortura é necessária. O que seria dos filmes policiais sem o ocasional espancamento ou fritura de orgãos genitais em azeite quente?

É por isso que o DQD se propõe a ajudar os Estados Unidos da América!
Nós queremos que eles descubram os terroristas para evitar, assim, que espetem com aviões pela nossa casa adentro enquanto vemos a Floribela. É preciso apanhar esses camelos!
E uma vez que as técnicas mais comuns estão agora proibidas, eis algumas ideias – 100% legais – que poderão funcionar.

A saturação isidrada
O suspeito é colocado em frente a uma televisão embutida numa parede, dentro duma sala almofadada e sem janelas. E é então obrigado a assistir – durante dias a fio – a programas do Júlio Isidro. É-lhe dito que, quando estiver preparado para falar, poderá ter acesso ao comando remoto. Até lá, terá de sofrer atrozmente, um pouco como todos nós já sofremos no passado. Esta técnica de tortura é excelente pois não é invasiva. Logo, não deixa marcas corporais (e o facto da sala ser almofadada impede que o suspeito se tente suicidar à cabeçada às paredes).

A técnica do cabo
Obviamente que não estamos a falar de cabo eléctrico, mas sim da dupla imbatível TV Cabo/Netcabo. Nesta tipo de tortura, o prisioneiro é colocado numa sala com (suposto) acesso à internet e um telefone. Só que a internet está com problemas de ligação, e a única forma dele escapar é tentar encontrar um técnico da Netcabo que lhe consiga resolver o problema.
Ao início ele ainda julga que se vai safar. Quão difícil poderá ser? No entanto, após dias de espera em linha, transferências de um lado para o outro, atendimentos semi-mongolóides por parte de sapateiros burlões e técnicos incompetentes, a esperança dará rapidamente lugar ao desespero. Os psicólogos confirmam: a técnica do cabo é das mais eficazes e que mais resultados conseguem auferir em determinado intervalo de tempo.

Trabalho social
O suspeito é aprisionado num lar da terceira idade no interior do país. E terá duas alternativas: ou fala e conta aquilo que sabe; ou será obrigado a explicar aos idosos como instalar e utilizar o Windows XP nos computadores obsoletos que por lá se encontram. Por cada idoso que não fizer a mínima ideia do que ele está a tentar ensinar, ganha mais um mês de prisão. Sucesso garantido!

Ocidentalização forçada
Não, não se trata de uma espécie de “santa” inquisição modernizada. Trata-se mesmo duma ocidentalização de fio a pavio.
Para começar, o suspeito ganhará roupas novas. Calças de ganga, camisa aberta, fio com crucifixo cristão e tatuagem oriental.
Em seguida, será obrigado a comer carne de porco no MacDonalds mais próximo. Passará também a conduzir um Fiat Uno, devidamente equipado com os respectivos apetrechos de tuning. Ser-lhe-á oferecido um apartamento no Barreiro, um boné a dizer “No Fear” que terá de utilizar com a pala virada para trás e muito gel para o cabelo.
E ser-lhe-á dito que, após um ano de vivência em “modo ocidental”, um relatório completo será produzido e enviado para a Al-Qaeda, bem como a sua morada e contactos relevantes.
A humilhação e medo que sentirá serão suficientes para que ele conte tudo o que saiba e, provavelmente, até aquilo que não lhe perguntaram.

No fundo, as técnicas de tortura clássica (que envolvem a audição de grandes doses de Vivaldi… estamos a brincar, claro!) – como se vê pela proibição nos Estados Unidos – estão em declínio.
Pelo que se vai tornar urgente utilizar a imaginação para conseguir congeminar novas formas de extrair informação destes perigosos indivíduos. Sim, porque isto dos aviões a entrarem pelas casas adentro… desculpem lá, mas nisso sou muito old fashioned. Acredito que até seja um bom slogan para a TAP, mas prefiro continuar a ir ao aeroporto.




Não há dúvida que estas torturas são do piorio, mas que foi que eu fiz para já ter passado por todas elas? Com algumas diferenças, claro. Tenho um Fiat Punto mas não vivo no Barreiro. Já tentei ensinar os meus pais a funcionar com o telemóvel. A écnica do cabo… está correcto.

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