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Relógio digital de design moderno

casio.jpgDe acordo com Paulo Henriques, da Administração do Porto de Lisboa, o velhinho relógio do Cais do Sodré não vai voltar ao seu poiso, uma vez que a reparação parece ser demasiado cara (leia a notícia aqui). Mas o leitor que guarde o seu espírito saudosista em casa! Segundo Paulo Henriques, o referido relógio – que remonta a 1914 – será substituído por um relógio de “tecnologia digital e com design moderno”.

Nós só vemos vantagens nesta troca.
Para começar, sr. Paulo Henriques, não ligue às bocas que o acusam do velho relógio ter sido retirado do seu local de origem em 2001 e ainda se encontrar lá uma placa que diz “Em Manutenção”. Todos sabemos como estes novos relógios digitais podem ser difíceis de encontrar e, sobretudo, acartar de um lado para o outro.

E depois, não sabemos do que se queixam as pessoas que gostavam de apreciar o antigo relógio quase como um objecto arquitectónico característico da toponímia local. Afinal, o relógio até podia ser engraçado, antigo, e simbolicamente histórico. Mas, ao contrário dos novos modelos digitais, não tinha indicação do dia do mês, do ano, nem sequer um reles cronómetro de seis dígitos! Coisas sem as quais ninguém consegue viver actualmente.

Esta notícia do DN, que vale a pena ler do princípio ao fim, alerta-nos também para a sensível natureza do tempo e da sua relação para com o ser humano em geral, e os cidadãos em particular. Basta para isso ler o testemunho de Rui Agostinho, do Observatório Astronómico de Lisboa, entidade responsável por regular o tempo correcto no nosso país.
Ficamos ansiosos para que chegue o novo sistema, pago, de modo a que possamos ter os nossos relógios acertados com “[…] os protocolos semelhantes aos utilizados online nas transacções com cartões de crédito.”

Imagine a inveja dos seus amigos quando, em pleno jantar, você os informar que tem o seu relógio acertado pelo seu cartão de crédito! É claro que você continuará sem dinheiro na sua conta e continuará a chegar tarde aos encontros, mas o que é isso comparado com a satisfação de saber que – tal como o Jack Bauer – você tem o seu tempo regulado por uma instituição governamental?

E disponibilizo-me para albergar, no jardim da minha luxuosa vivenda na Quinta da Marinha, o antigo relógio do Cais do Sodré. Posso até arranjar a recolha, caso o Porto de Lisboa não o consiga entregar. Afinal, é preciso que nos lembremos que um relógio, mesmo parado, está certo duas vezes por dia.




Os nossos Engenheiros que foram para o Líbano compor o que está estragado, podiam ter levado o relógio para arranjar nas horas da sesta (lá deve fazer muito calor) e dos mais de 9 milhões de euros que Portugal vai gastar, talvez sobrasse qualquer coisita para o arranjo do relógio. Ou então faziam um encontro de contas com os Israelitas já que foram eles que partiram os prédios (e se calhar relógios também).


Finalmente ficámos a saber que organismo estatal é responsável pelo atraso do país! O “Observatório Astronómico de Lisboa”.

Andam a coçar a micose á 50 anos! Alguns afirmam que o atraso para o resto do mundo não é assim tanto. Mas gosto deste numero. É redondo. Como a nossa crescente obesidade. Nisso, e noutras coisas igualmente más, estamos certinhos. On the dot.

Com este atraso todo, muito provavelmente, num futuro distante, os ataques israelitas, vão destruir pontes e edificios apenas meio reconstruidos. Mas devidamente inaugurados. Claro.

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