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O problema do Estado

Ao contrário dos cronistas de jornais que tudo criticam mas nada fazem, nós aqui no DQD temos o hábito de sugerir medidas palpáveis e concretas para a resolução da maior parte dos problemas do nosso país.
Se a massa governativa não as apoia, mais do que ter direito à sua opinião, demonstra falta de visão.

O problema (que já é, em si, um problema) é que as pessoas olham para a falta de condições de vida em que vivemos, e julgam que se tratam de fenómenos distintos, quase confirmadores do nosso típico desleixo luso.
Eu acho que não. Eu acho que o problema é apenas um. Acho que o problema é o Estado.

Não me entendam mal. Não quero com isto dizer que os políticos que nós elegemos constantemente sejam os culpados (aliás, isso demonstra mais culpa do nosso lado que do lado deles). Refiro-me à própria palavra Estado.
É uma palavra feia.
Por um lado, é um particípio passado do verbo Estar. O que é outra forma de dizer que “já estivemos, mas agora não estamos”. E utilizada como substantivo, Estado soa um pouco a uma mistura de nazismo com estalinismo. Soa a qualquer coisa soberana. Uma abstracção distanciada do cidadão. Uma elite.

Por isso, a minha sugestão é trocar o nome Estado por outro com menos impacto psicológico. Eu sugiro Óscar.
Óscar é um nome querido. Podia ser o nome da sua tartaruga de estimação. Quem é que teria lata para gritar bem alto “Sim, estamos na miséria e não temos maternidades abertas. E a culpa é do cabrão do Óscar!
Se calhar até haveria cidadãos capazes de vociferar uma coisa destas. Mas assim que terminassem a frase, toda a gente se desbarrigava a rir.
Resultado: o Estado (Óscar) perderia a sua credibilidade e deixaríamos de esperar alguma coisa dele.
E quando não se espera nada de ninguém, nunca se fica desapontado.

A mudança de nome seria apenas um primeiro passo.
A essa medida seguir-se-iam um conjunto de outras.
Como uma mistura de actividades parlamentares e circenses, por exemplo. Os políticos teriam de se vestir como verdadeiros palhaços de circo (embora alguns já se assemelhem, a ver pelo seu gosto em gravatas…). Movimentar-se-iam para a Assembleia não de carro com motorista, mas naquelas bicicletas com uma roda muito maior que a outra (estas bicicletas devem ter um nome, mas eu não o conheço).
E sempre que faltassem ao quórum parlamentar para ir mais cedo de férias, seriam enxovalhados em praça pública, na semana seguinte, podendo os transeuntes atirar-lhes tomates e ovos podres à tromba.
A ideia de tudo isto seria tornar a profissão de político tão pouco dignificante que, ao considerá-la uma opção de carreira, teria de ser feita apenas por amor à camisola.

A tudo isto seguir-se-iam tempos de antena comparticipados por mensagens de valor acrescentado (“Vote no seu político preferido! O vencedor ganha um jantar pago por ele!”), debates em que os intervenientes tivessem de comparecer totalmente nus (um bom nome para esse programa seria A Política a Nu), etc. etc.

Alguém tem mais ideias?
Vamos reunir um montão de medidas e preparar o nosso próprio pacote para apresentar à Assembleia.




1 РO processo de Deferi̤̣o/Indeferi̤̣o das propostas de lei, teria como factor preponderante uma luta na lama entre os proponentes e respectiva oposi̤̣o.

2 – A má gestão de empresas publicas, seria (efectivamente) punida, com o gestor em questão, a andar permanentemente com umas orelhas de burro, até o governo que o pôs lá sair do poder.

2(a) – O Hara-Kiri seria a alternativa.

3 – Os boletins de voto passavam a ter um quadradinho em branco para o eleitor colocar lá a foto e nome do seu candidato caso os “pre-defenidos” não agradassem.

4 – A folha de vencimentos e o mapa de férias da assembleia da república, passariam a ser elaborados pela entidade patronal, o eleitor. E só aprovados em unânimidade.


Concordo, em princípio, com estas medidas.
Mas faria algumas alterações.

1. A luta na lama seria apenas entre deputadas. Os deputados teriam de resolver as questões à tareia (os lucros da publicidade do combate reverteriam a favor duma instituição de caridade qualquer);

2. Em vez de orelhas de burro, preferia que utilizassem fraldas (sem mais nada por cima). Por motivo algum em especial. É apenas um fetiche meu ver um político de fraldas.


Ok. Mas, então sai a lama e entra o chantilly na prmeira e quero uma touca de renda na segunda.


Eu voto por “Óscaralhinho” é mais fofinho. Quanto a preparar o nosso pacote, eu não estou interessada em preparar o meu.

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