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Manhattan Friday

Chegámos, uma vez mais, àquela altura da semana em que muitas empresas de escritórios por esse país fora decidem adoptar esta coisa muito moderna e in que é a Manhattan Friday ou, caso não gostem de estrangeiro, sexta-feira casual. É neste dia que as altas chefias, num singular gesto de generosidade, decidem premiar os empregados com a benesse de não terem de usar fato.
E eu embirro com isto.
Antes de mais é importante dizer que, no meu trabalho, não preciso de usar fato. Mesmo assim, e apesar de não concordar com esta medida, não quis deixar de estar na moda: hoje, não fiz a barba!
Devo admitir que, francamente, não percebo esta coisa da sexta-feira casual. Acho que não se aguenta do ponto de vista lógico. Tanto quanto me é dado a perceber, a ideia que subjaz a isto é qualquer coisa deste género: é chato ter de usar fato, por isso, uma vez por semana, podem vir à vontade. Ao adoptar este tipo de iniciativa, as empresas estão a admitir tacitamente que é desagradável usar fato. Mas se os empregados são obrigados a usar fato durante todos os outros dias da semana, então é porque o uso de fato deve ser fundamental para o serviço efectuado (se é um sacrifício, é porque deve ser necessário). Mas se é fundamental, o que é que há de especial nas sextas-feiras para que o seu uso seja dispensado? Se, por outro lado, não é fundamental para o serviço usar fato, então porque é que, em todos os outros dias da semana, os funcionários são obrigados a usá-lo?
Suponho que os defensores desta iniciativa estão dispostos a passar por cima deste insignificante problema, em prol da boa moral dos trabalhadores. Não importa perder aquela aura de seriedade que um traje formal confere ao serviço, não importa sacrificar a homogeneidade e o espírito de equipa do grupo de trabalho; “o importante nesta empresa é o indivíduo!”. Pois… Na teoria soa bem, mas na prática este tipo de iniciativas é, ao invés, angustiante para o indivíduo na hora de escolher a indumentária para esse dia: que estilo casual será apropriado? Será que posso ir de calças de fato-de-treino e t-shirt de alças? Uma camisa sem gravata, será muito a puxar para o formal? E chinelos de enfiar no dedo? Posso levar uma t-shirt da minha banda de grindcore favorita?…
Ao menos com o fato uma pessoa já sabe com o que pode contar. Mas, e se eu quiser ir de fato na sexta-feira casual? Serei bem aceite? Sentirei a pressão dos meus pares? Serei admoestado pelo patrão?
Se a ideia é melhorar o ambiente no local de trabalho (algo a que me oponho frontalmente: o trabalho não é suposto ser agradável; a palavra “trabalho” vem do latim “tripalium”, que era um instrumento de tortura), acho que há outras iniciativas, baseadas na indumentária, que teriam um efeito muito superior sem pôr em causa a coesão do grupo, e sem causar angústia ao trabalhador. Porque não proceder, por exemplo, à criação de dias temáticos? Deixo aqui algumas sugestões (as referências aos dias de semana são meramente indicativas e para nos mantermos fiéis ao estilo inaugurado pela Manhattan Friday. Ah, e os nomes em estrangeiro também):

Circus Wednesday: todos os funcionários teriam de comparecer ao serviço vestidos à palhaço (vestimenta à ilusionista também seria aceite);

Butchery Tuesday: vestidos à cortador de carnes (avental ensanguentado incluído);

Cross-dressing Monday: Uma oportunidade para pôr a descoberto o artista de transformismo que há dentro de todos nós.




E que tal um dia à Luís XV? Adoro o bom gosto dessa época especialmente nos homens: Cara empoada de branco com um sinalinho preto, sapatos de salto alto com uma grande fivela, cabeleira comprida aos caracóis, laços, rendas… enfim tudo o que tornava o homem verdadeiramente sexy. Antes ainda se podia encher o olho com os juízes e advogados mas acabam com tudo o que é giro. Agora para eles todos os dias são Manhattan Friday.


E porquê limitar a temática á indumentária? Que tal “Monday Alentejana”? Passáva-se o dia a dormitar. E até dava jeito para recuperar do fim-de-semana, que é sempre extenuante.

Outra ideia: “Eskimo Thursday”, metade do dia com a iluminação desligada e outra metade com tudo o que der luz, ligado. E claro, com o ar condicionado no máximo!

Também não seria má ideia criar uma “Assembleia da Republica Friday”, toda a gente podia faltar ao trabalho sem que fosse necessário justificação. Ou mesmo que comparecessem, podiam estar o dia todo a tratar de assuntos pessoais ao telemovel, a curtir na net á conta da empresa… enfim, a rebaldaria que caracteriza do tema.


Fico contente por saber que há mais quem concorde comigo. Afinal, isto da sexta-feira casual não passa de mais um exemplo de atitudes que, em vez de atacarem a questão com seriedade, preferem a saída fácil.
Fica claro que, se a ideia é melhorar o ambiente de trabalho, há alternativas muito mais eficientes de o fazer (eesa da Assembleia da República Friday é excelente! Contem comigo!).
Continuamos a aceitar sugestões!


Tive uma epifania!

“Brewery Friday”

A máquina de café era substituida pela maquina de imperial, cada um trazia a sua caneca de estimação de casa, a secção femenina, que tradicionalmente leva bolachas para o escritório, ficava responsável por levar tremoços, pevides e amendoins, (e aquelas que quisessem “parecer bem”, levavam um camarãozinho…). E resto da historia escreve-se por si…

PS – Aposto que ia haver por aí muita empresa a ter “brewery fridays” dignas de competir com a Oktoberfest!

PS 2 – E assim a barriga protuberante de alguns colaboradores ficaria plenamente contextualizada.


E que tal o Naked Monday…
AhAhAh


E porque nao criar a hora da sesta?!
Sabe t~~ao bem dormir pelo menos meia hora depois do almoço…ai se sabe!
Nuestros hermanos tem essa cultura e nao e por isso que nao tem uma das economias mais proficuas do mundo.


Julgo que mais falta faria a “Do Your Job Tuesday”, dia em que as pessoas iam para o emprego – pasmem-se – trabalhar.

Boa, não?

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