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“Íamos à praia, fomos tu e eu…”

Ora aí está um belo dia de praia! Ou, pelo menos, é a impressão com que fico ao observar os matinais congestionamentos rodoviários. Com a breca, se estamos de férias, temos de aproveitar! Há que ir para a praia, religiosamente, dia após dia, e não vai ser um nevoeirozito e uma aragem fresquinha que o vão impedir!
As pessoas precisam de escapar à rotina, precisam de uma pausa na férrea obrigação do penoso trabalho, precisam de fugir dos infernais transportes públicos e das buliçosas filas de carros logo pela manhã. E a melhor maneira de o fazer, claro está, é acordar cedo, espetar com a família toda dentro do carro, e pôr-se numa fila interminável, não já para o centro da cidade, como é habitual, mas para as praias da periferia.
Mas não é a mesma coisa, claro que não! Agora, há os putos no banco de trás que não param quietos, há a geleira, o chapéu, o quebra-vento, o baldinho, as toalhas, há os duzentos condutores à frente que tinham de logo de escolher a mesma praia, e há (muito importante) o panamá na cabeça.
Uma vez chegados à praia, há uma série de rituais que devem ser cumpridos. Primeiro, a eleição do local apropriado no areal. É um processo complicado que envolve tanto de ciência como de intuição. Feito isto, ainda não é tempo de desfrutar dos prazeres que a beira-mar proporciona: é necessário preparar as coisas. É aqui que as tarefas se dividem pelo casal. A mulher fica encarregue de coisas como vestir os fatos-de-banho às crianças ou estender as toalhas, enquanto que ao homem cabe uma das mais características acções disto a que chamamos “masculinidade”: espetar o chapéu-de-sol na areia. É uma actividade viril por excelência (nem é preciso falar no simbolismo sexual do espetar, ou no formato fálico do dito chapéu), que o homem deve cumprir com o máximo de dedicação. Um chapéu mal espetado, um chapéu vulnerável a uma coisa amaricada como o ventinho da praia, é um sinal de fraqueza. Ainda recordo com nostalgia o dia em que o meu pai me disse que podia ser eu a espetar o chapéu na areia – nesse dia, senti-me um homem. Também recordo, com tristeza e embaraço, o dia em que não me apliquei o suficiente, o que fez com que o chapéu cedesse a uma diabólica brisa marítima. À conta disso, ainda gastei uns trocos em psicanálise…




Ficou tão transtornado a recordar o momento traumático, (que aparentemente ainda não está cem por cento resolvido, eu exigia o meu dinheiro de volta ao psico terapeuta!) que mandou uma calinada!
“Cedesse” e não “cedeu”.

Momento histórico. Uma calinada no dizquedisse.

Ou será que foi intencional?

Seja como for, fica a mensagem: Ir á praia pode ser traumático. Advirtam-se.


Oooh meus amigos, do que este me veio falar agora. Da praia.
Que dizer da praia? Muitos dos bons momentos da minha vida foram passados na praia ou a caminho dela. E eu nem suporto o calor!
Não vos falo do actualmente que o post já disse tudo, mas dos meus 15/18 anos (periodo de independência pré-carta) em que a ida à praia era uma autêntica odisseia.
Barco em Belém às 9h00m, guitarra às costas e o tlim-tlim das Sagres de litro semi congeladas na mochila. Conheciam-se algumas gajas (com as quais, algumas, mantenho contacto ainda hoje – sim cheguei a papar uma ou outra) e dava-se estrilho. O desembarque na Trafaria parecia a tomada da praia Omaha no dia D, o inimigo eram as tascas, que as litronas já tinham dado baixa. Entre Martinis e brancos-velhos lá se tomava um reforçado pequeno almoço que nos animava a moral para a marcha de 5Km até S. João da Caparica. Depois, lá, aqueles que não arrochassem pelo caminho ou adormeciam ao sol até ao meio dia ou contrlavam gajas entre mergulhos. Os que se tivessem orientado no barco refugiavam-se debaixo da precária privacidade das toalhas e estudavam o aparelho urinário, com cara de grandes certezas…
Enfim, sós.

…E no ano em que fui Nadador-Salvador na praia de Espinho? Upa,upa, amigos. Dava um blog…


Eu vivo junto à praia. Posso ir a pé se me apetecer. Bem feito. Nha,nha,nha, toma toma.
Nota: Para não ficarem muito invejosos, neste momento estou a bulir (não parece) e a praia fica a 12Km daqui.


Ahhhhhhhhhhh!!!!! Tem toda a razão o nosso leitor shadow.one. Não foi de todo intencional; estava mesmo errado. Grato pela correcção. Já lá fui mudar o texto.

E eu que pensava que já tinha ultrapassado isto…

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