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Feira do Livro: as vantagens

proteger_carros.jpgA minha ida anual à Feira do Livro é algo que não dispenso. Não apenas para adquirir livros ligeiramente mais baratos, mas porque é o local certo para descobrir raridades que não se encontram em mais lado algum. Estou a falar, por exemplo, do manual de Como proteger o seu carro com rituais mágicos.

Sendo homem e, por isso, naturalmente interessado em coisas automóveis, como poderia eu dispensar a existência de um manual tão importante na minha biblioteca pessoal?

Por apenas cinco euros fiquei a saber que, sendo do signo Carneiro, o meu carro ideal é um Porsche ou qualquer coisa igualmente veloz (página 12). E isto bate certo pois, apesar de preferir um BMW série 6 ou um Aston Martin, a verdade é que estamos a falar de carros sensivelmente dentro da mesma gama de preços e prestações.

Isto confirma-se na página 33 onde – num capítulo dedicado a simbolismos de marcas, os autores referem-se aos condutores de BMW’s dizendo que “[…]procuram a perfeição e a duração, mas também a necessidade de conduzir algo diferente.” Julgo que talvez quisessem ter dito “durabilidade”, mas “duração” também serve pois eu gosto de passeios longos de carro.

Na página 65 referem-se calmantes naturais baseados em ervas, distribuídos conforme o signo. Isto faz todo o sentido pois, apesar de não abusar tanto como antigamente, a utilização de curas de humor ervanárias também é algo que não dispenso, especialmente naquelas noites em que estou com amigos, em casa, a ver um filme ou uma série qualquer.

Na página 72 exploram-se os talismãs apropriados para cada condutor. Novamente, sendo carneiro, fiquei a saber que o meu talismã é um olho de cabra dentro de um saco feito de um pequeno tecido vermelho. No entanto, é aqui que sinto falta de alguma informação adicional. O livro não responde às minhas questões mais imediatas.
Que olho da cabra deverei utilizar, o esquerdo ou direito?
De que tecido deve ser feito o saco? (dizer tecido é tão vago como ir a um restaurante e pedir para comer carne)
E deverei usar este talismã comigo? Conservá-lo no porta-luvas?
Ou deverá ficar pendurado no retrovisor?
Na minha opinião, foi aqui que os autores falharam. (sim, leram bem. Autores. Ou acham que um livro com este nível podia ter sido escrito por apenas uma pessoa?)

No capítulo 14 (página 76), intitulado O que revela a matrícula do seu carro? notei uma pequena contradição. Através de uma tabela de equivalências numéricas baseadas no “Sistema de Pitágoras” (seja lá o que isso for), o número final correspondente à minha matrícula é o 4. Verificando o significado dos números na página seguinte, eis o que encontrei: O 4 é o número dos alicerces, da estabilidade e da lentidão. O seu carro tem um espírito fundamentalmente conservador. Jamais o poderá utilizar para competir seja com quem for.
Ora a porra!! Eu ando com um BMW 320d. Sei que não é um Porsche nem um Ferrari, mas também sei que há carros muito mais lentos! Sempre que circulo numa auto-estrada, é maior o número de carros que ficam para trás do que aqueles que me ultrapassam, e sem fazer grande esforço. O que é que eles querem dizer com “jamais poderei competir seja com quem for”?! A mim soa-me a inveja!

Felizmente, o livro acaba bem, com uma série de conselhos práticos que todos os condutores deveriam conhecer. Entre eles salientam-se a Magia para conseguir um lugar para estacionar (basta imaginar que está um guia espiritual na capota e pedir-lhe ajuda), Remédios de harmonia entre passageiros (ideal para quando viajamos com malta mais chata) e – o meu preferido – Magia para afugentar as multas. Se eu tivesse descoberto este último quando comecei a conduzir, tinha poupado uns trocos valentes. Só é preciso meia-dúzia de coisas como leite de amêndoas, água destilada, canela moída, cerdas naturais e incenso de lilás. Coisas que todos temos em casa, portanto.

No geral, está aqui uma excelente obra literária e uma referência para toda uma geração de condutores prudentes e responsáveis. Os mais bem empregues 5 euros que deixei na Feira do Livro. Tendo em conta que a obra tem 115 páginas, estamos a falar de apenas 4 cêntimos por página. Melhor que isto nem na loja dos 300!

A editora possui uma variedade de outros títulos dentro do mesmo estilo, os quais tenciono coleccionar à razão de um por semana. Já mandei fora os livros do Paul Auster, Luiz Pacheco e Fernando Pessoa para arranjar espaço para a nova colecção. Quem sabe, talvez um departamento próprio aqui no DQD para as análises que pretendo fazer enquanto exercício de direito que possuo como consumidor interessado?

Em todo o caso, e enquanto isso não acontece, clique aqui para visitar o site da editora.




Um verdadeiro almanaque de sabedoria.


O site da editora é do melhor!

Sempre que alguém se inicia na internet, incluir este site à lição 1 não é despropositado: Google, Livros Novalis e Hotmail.


Assim que vi o Livro pensei: «Este é o 1º livro que vou comprar na próxima feira do Livro aqui na Ria» Mas depois fez-se um pequeno rasgo de luz no meu espirito que me fez lembrar, não é preciso aguardar pela feira do livro, há na ria uma feirinha por mês, é lá que vou comprar, obrigado pela dica, bolas uma pessoa anda sempre a pesquisar que livros é que estão na moda para poder dizer que os lê e mesmo numa feira ao pé de si lá está uma safira como esta que vejo aqui.


Ena! Vou já anular as apólices que tenho contra todos os riscos e comprar um livro por ocupante/carro.
Ora deixa cá ver: (4+5+7)x € 5,00 = € 80,00. Sim, poupo dinheiro.
Já agora não haverá lá nada para transformar condutores em gente educada, ou jogadores de futebol em ministros ou funcionários públicos? É pena… Gostava tanto de ficar também em 4º nessas merdices.


Ah, a famosa Novalis. Conheço perfeitamente. Casa de obras tão míticas como a substituição dos azulejos da casa de banho e a colocação de mármore na cozinha. E acho que também têm livros. Entre os quais o clássico livro canalizado (lá está, novamente a parte das obras) o Eu Superior, de Alexandra Solnado. É só ir ao canto direito ao fundo da loja, e lá estão eles.


Se essas “prudências” peneirentas pegam moda… estamos todos tramados!
Bem, alguns costumes já são afamados.. só falta os pedidos para mudar a matricula…não vá sorte entrar pela ralé.

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