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McDonalds na Faixa de Gaza

A libertação da Faixa de Gaza é um tema quente no Médio Oriente, não apenas pelas questões políticas e territoriais envolvidas no processo, mas também por toda a estrutura empresarial que aguarda impacientemente pela oportunidade de lançar as suas garras a pastagens mais verdes.
A McDonalds é disso um exemplo.
Em vésperas da inauguração do seu primeiro restaurante de fast-food na Faixa de Gaza, Michael Durant, o gestor de produto da McDonalds para o Médio Oriente, descreveu – entusiasmado – as perspectivas e ambições da marca.
Segundo o mesmo, espera-se que a refeição Never Happy Meal seja um sucesso estrondoso. E como Durant fez questão de salientar, “estrondoso” é um adjectivo que deve ser utilizado figurativamente. Um dos problemas que o gigante norte-americano teve de contornar foi a sensível questão da utilização de carne de porco na confecção dos seus produtos. Um factor a tomar em especial consideração, tendo em conta que o novo restaurante será edificado numa zona maioritariamente muçulmana.
Durant foi peremptório na sua resposta aos jornalistas “Essa situação já se encontra prevista. O restaurante terá uma secção muçulmana e uma secção cristã, cada uma delas com menus diferentes e entradas distintas. O novo McKebab, por exemplo, possuirá galinha em vez de porco. E as casas-de-banho também serão separadas, já a pensar em potenciais conflitos que possam ocorrer na zona dos secadores de mãos. O tema do restaurante será a família. Nós temos um sonho. E esse sonho é, um dia, podermos mandar abaixo as divisões (de pladur) que separam a zona muçulmana da zona cristã. Gostaríamos de ver as diferentes facções, lado a lado, a deixarem os seus ideais religiosos à porta antes de entrarem. Foi por isso que decidimos abdicar dos bengaleiros em função de elegantes porta-revistas como os que se vêem nas tabacarias. Qualquer visitante será convidado a deixar a sua Bíblia ou o seu Corão nesta zona antes de desfrutar das nossas magníficas refeições. Achamos que este exemplo poderá ser um passo em frente para a construção de um estado palestiniano mais unido.”




Tenho a certeza que o grande sonho de deitar as divisões abaixo, se vai realizar mais depressa do que o previsto.

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