Stop! Please, no!
Agradecia a todos os leitores mais ávidos do DQD, vulgo fanáticos, que se coibissem de me enviar emails inquirindo quando o site/blog serão actualizados.
Se não tenho escrito nada, é porque nada de interessante se passa no mundo para comentar…
É claro que o facto de ter passado quinze dias fora de Portugal a recuperar de um estado de depressão profunda – motivado pelo meu trigésimo aniversário – contribuiu para que não me chegasse perto do computador.
Mas tudo bem. Conformei-me com a realidade.
Já tenho uma máquina de hemodiálise instalada no meu quarto, com tomada USB e tudo (óptimo para imprimir relatórios horários numa impressora a laser antiga que encontrei na arrecadação).
Também já comprei algumas placas dentárias na loja chinesa que se encontra em frente à minha casa (até saem mais baratas se forem compradas em pacotes de dez!).
E ando a namorar as cadeiras de rodas motorizadas no site da BMW, embora as cadeiras de rodas da Mercedes também sejam muito interessantes e possuam um binário mais equilibrado a baixas rotações.
Adiante, que o tempo é curto, vamos ter um papa novo, eleições autárquicas e presidenciais, um Verão de queima extrema após um Inverno de seca extrema, cerca de 2000 novos mortos nas nossas estradas, algumas dezenas de novos programas dedicados ao futebol, novas telemerdo-novelas da TVi e a descoberta de um filão de petróleo gigantesco por baixo de todo o Alentejo (não me lembro se sonhei com esta última ou se a imaginei sob a influência de drogas. Só sei que me pareceu uma boa ideia na altura…). Ou seja, nada de interessante para comentar.
Até que me ocorreu que talvez fosse boa ideia convencer os polÃticos a organizarem comÃcios partidários e propaganda eleitoral com base em musicais originais!
E porque não?
Na minha opinião, uma imagem do Santana Lopes vestido de arlequim, aos saltos (numa clara alusão ao seu percurso polÃtico) e a cantar a “Ãgua fria da Ribeira” seria impagável!
Então e o Rui Rio mascarado de adepto do Porto no meio de um palco, a cantar o hino do FCP, enquanto que o resto dos autarcas entram, em coro, no palco, vestidos de Francesinhas e Tripas?
Se se quer maior envolvimento do cidadão na polÃtica para evitar – entre outras coisas – nÃveis elevados de abstenção, então a polÃtica tem de se tornar muito popular.
E acho que transformar as campanhas eleitorais em musicais e espectáculos de comédia em que os polÃticos fariam, literalmente, de palhaços, seria uma forma estupenda e quase terapêutica de o conseguir.
Obviamente que isso não chegaria.
Os polÃticos poderiam ser convidados para programas e concursos de televisão, como o Um contra Todos, por exemplo. Por mais que me tente lembrar de nomes sonantes da polÃtica nacional, só consigo imaginar Santana Lopes sentado naquela cadeira. Só que funcionaria ao contrário. Os concorrentes é que fariam perguntas – algumas difÃceis – a Santana, como por exemplo “Sr. Santana Lopes, já que a Biblioteca Nacional possui acessos internos para deficientes, porque é que é necessário galgar uma calçada de meio metro de altura para conseguir lá entrar?” ou “Sr. Santana, lembra-se daquele buraco na Praça do Comércio que entretanto se transformou numa cratera? Claro que se lembra, pois até você já lá fodeu uma roda do seu Mercedes. Quando é que tenciona reparar esse buraco de forma a poupar os carros dos cidadãos? Está à espera que um asteróide faça o trabalho por si?”. E o Santana, coitadito, sem saber o que dizer, ia-se afundando na cadeira (sim, porque nesta edição especial do Um contra Todos a cadeira baixar-se-ia, em vez de se elevar). A presença de Carlos Malato seria desnecessária, pelo que ele poderia voltar a apresentar o Top +, deixando assim algum tempo livre ao filho do Carlos Mendes para tentar salvar a discoteca Fama de uma falência quase certa (segundo informação que corre por aÃ).
Inúmeras outras iniciativas poderiam tomar lugar. O ponto fulcral a manter em mente é que a polÃtica tem de se tornar mais popular. Só assim se conseguirá evitar a abstenção, uma vez que os portugueses são estúpidos demais para se darem ao trabalho de ir à s urnas colocar uma cruzinha e ter alguma mão no futuro do seu paÃs.
Por outro lado, talvez isto seja uma ideia completamente idiota.
Deve ser a Incerteza dos 40 (para os quais já estou a caminhar…), qual êxito estrondoso do Paco Bandeira.
Moral da história: se a História não tem moral, porque é que há-de haver moral na história?
Pensem nisto, seus azimutes compassados…