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Medicamentos, médicos e centros de saúde

No nosso mundo, existem centenas de provas de que o ser humano não é inteligente. Uma delas é a existência de medicamentos, médicos e centros de saúde.
A dor e a doença são fenómenos resultantes de andarmos a fazer algo de errado nas nossas vidas. Mas, por algum motivo, em vez de nos precavermos contra essas actividades passíveis de causar doença, preferimos esperar que elas apareçam, para em seguida as tratarmos. Se temos uma dor de cabeça, tomamos uma aspirina em vez de nos deitarmos um bocado. E de cada vez que se vislumbram no horizonte os sintomas de uma gripe, vamos a correr para o frasco dos anti-inflamatórios. Isto quando teria sido mais simples evitar a situação se não tivéssemos o hábito de dançar nus pela casa fora, após um banho quente, ao som do Ricky Martin (ou outro bimbo qualquer).
Mas se a existência de medicamentos já é um prova cabal de que somos estúpidos, o conceito de médico é o atestado final. Devido ao ser humano não se conhecer, quando se sente mal dirige-se a um médico e diz-lhe “Eu confesso! Eu sou estúpido! Nunca pensei que pudesse torcer um pé quando comecei a correr naquele soalho encerado. Por favor, trate-me! Eu dou-lhe tudo o que quiser!!”
É por isso que os médicos ganham bem, e com razão. Afinal, a vida deles resume-se a adquirir conhecimentos acerca do corpo humano, para depois se sentarem num consultório a ouvir os choros e lamentações de todos aqueles que não tiveram a pachorra de prever uma sequência de eventos capaz de lhes causar enfermidade.
Nesta linha de pensamento, não podemos deixar de parte a gigantesca contradição que é um centro de saúde. Um centro de saúde deve ser tudo menos um centro de saúde. As pessoas entram para lá doentes ou com um problema qualquer, e saem de lá pernetas, zarolhas, coxas e de muletas, com gesso ou ligaduras ao peito, de cadeira de rodas, marrecas e corcundas, com as cabeças ligadas, com recibos amachucados de contas estrondosas no bolso (só por si capazes de as deixar pior do que estavam), ou ainda com ordens para a compra de medicamentos. Deixa-nos na dúvida se um centro de saúde se trata de uma oficina corporal ou de uma casa de horrores comandada por um grupo de tarados e freaks, cujo sentido de existência é torturar os doentes por estarem doentes.

Vejamos as mensagens sub-reptícias numa típica conversa de consultório:

Paciente- Boa tarde, sr. Dr. (Não me trate mal, por favor!)
Médico- Boa tarde. Sente-se. (Estás com uma sorte! Senta-te e fala!)
Paciente- Tenho andado com umas dores na vesícula…
Médico- Conte como isso começou. (Sabes lá onde é que fica a vesícula!)
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Paciente- O que é que acha que eu deva fazer, sr. Dr.? (Vai passar receita, não vai?)
Médico- Vão ser dois comprimidos de Vagiclean, um antes do almoço, outro a seguir ao jantar. E todas as manhã, vai esfregar uma pomada Gutalax na virilha. (Se eu te mandasse apenas tomar banho, já cá não voltavas)
Paciente- Obrigado, sr. Dr. Esperemos que passe depressa.
Médico- Muito boa tarde. (Que passe depressa?! Não me faças rir!!)

Será que eu sou a única pessoa que tem a sensação que, assim que abandono um consultório, o médico que me atendeu se reúne com os colegas e desbarrigam-se todos a rir num lado qualquer?

– Ã’ Antunes, havias de ter visto a verruga deste gajo que acabou de sair!
– Achas isso estranho? Hoje de manhã fiz uma rectoscopia a uma gaja com tanta celulite, que eu já não sabia se estava a olhar para um par de nádegas ou uma saca de tremoços. Então e tu, Faria?
Faria é dentista.
РHoje tratei a boca a um gajo com os dentes ṭo podres que voc̻s nem iam acreditar. Quando ele ia a sair, enganei-me, e em vez de o tratar pelo nome chamei-lhe boca-de-musgo!

E riem-se todos mais um bocado…

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