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As forças opostas

Acho que as pessoas feias são muito sobrevalorizadas nos dias que correm.
Querem os mesmos direitos que nós, seres bonitos e quase perfeitos. Ganham o mesmo no local de trabalho, pagam o mesmo preço por um bilhete de cinema e ainda se dão ao luxo de achar que podem frequentar, impunemente, qualquer local público em hora de maior movimento.
Hoje em dia, as pessoas queixam-se das coisas mais absurdas. Fezes dos animais de estimação na via pública, por exemplo. Mas nunca se ouve o vizinho do sétimo esquerdo a queixar-se da fronha horrenda do seu co-habitante do terceiro direito na reunião de condóminos, pois não?

РBoa tarde. Mesa para um? Deseja zona de fumadores ou ṇo fumadores?
– Tanto se me dá. Leve-me mas é para a zona da gente gira, por favor! – é o que me apetece dizer de vez em quando – a vida é curta demais para ter de comer um bitoque enquanto vislumbro uma cara repleta de acne e verrugas.

No entanto, as pessoas pirosas populam indiscriminadamente o mesmo espaço que as pessoas atraentes.
Assim não pode ser!
Porque não haver duas horas de ponta? Uma para pessoas bonitas, outra para os abortos deste país? Até se ajudava a descongestionar o trânsito e a afluência aos transportes públicos.
E não me digam que seria complicado garantir que todos os restaurantes deste país fossem divididos com paredes de gesso, passando a ter entradas distintas (e casas-de-banho também, obviamente)!
O que há é falta de vontade e coragem para tomar estas decisões!

Por outro lado, talvez a variedade seja algo interessante. Quem é que gostaria de viver numa cidade repleta de pessoas todas iguais? (exceptuando os neo-nazis, o Alberto João Jardim e aquela cambada de parolos do Partido da Nova Democracia)
A variedade é uma coisa bonita.
É natural.
E é aí que reside a piada das pessoas. Não pela sua beleza implícita (ou falta dela), mas pelo jogo de diferenças que faz com que tanto os mais feios como os mais bonitos queiram ser melhores do que aquilo que são.

Os humanos devem ser os seres vivos mais indecisos e insatisfeitos à face da Terra.

Moral da história: estou a poupar dinheiro para ir até à Corporacion Dermoestética fazer uns implantes de silicone. No outro dia liguei para lá e disse-lhes que estava mal de finanças, perguntando-lhes se não me podiam implantar apenas uma mama postiça ao meio do peito. Desligaram-me o telefone. Pelos vistos, é assim que querem angariar novos clientes!

Pensem nisto, seus vendidos aos espanhóis…

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