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Alimentação e evolução

Isto não deixa de ser estranho. Por um lado, oiço notícias de que Portugal é o país europeu com um maior número de telemóveis per capita. Por outro, recebo diversos elogios devido à crónica que escrevi sobre Telemóveis, na semana passada! Não dá para compreender. Será que se passa com os telemóveis o mesmo que se passa com a televisão, em que toda a gente diz que a despreza mas toda a gente a vê? Deve ser qualquer coisa assim. E antes de começar a crónica desta semana, gostaria de deixar um breve apontamento. ESTOU FARTO DE RECEBER EMAILS!! Nunca me disseram que teria de perder tanto tempo a ler emails e a responder-lhes quando me convidaram para aqui escrever. (pausa para respirar fundo).
Esta semana, deixo-vos com uma crónica sobre a Alimentação e a Evolução.

Como já deve ter dado para reparar, motivos que provam que o ser humano não é inteligente abundam e convivem connosco, em alegre harmonia. Sempre a lembrar-nos que não nos podemos esquecer… daquilo que somos.
A alimentação, por exemplo.
Se o ser humano vive realmente em constante procura de evolução, não será estranho que perca tanto tempo a pensar em comida? Se o ser humano procura realmente evoluir e se importa muito com a comida, porque é que apenas uma ínfima percentagem populacional leva uma alimentação saudável?
Tirando todas aquelas pessoas que têm mesmo de possuir uma alimentação cuidada (modelos, militares, pilotos de aviões comerciais, etc.) que quantidade de indivíduos sobrará que possam afirmar não dar dar a sua facadita mais que ocasionalmente? Uma quantidade muito pequena, calculo. E se a essa pequena quantidade retirarmos todos aqueles que possuem hábitos alimentares correctos por motivo de força maior (doentes, diabéticos, obesos, etc.) então não deve sobrar quase ninguém. Em Portugal, as poucas pessoas que se encontram nessa situação chamam-se os Sport Bilas (uma versão lusa do personagem de banda desenhada Sport Billy). Podem ser observados todos os Sábados e Domingos de manhã a correr nos circuitos de manutenção do Estádio Nacional. O Sport Bilas calça sapatos-ténis de marca (normalmente Nike ou Reebok) e veste um fato-de-treino azul com duas listas brancas verticais de lado. Usa o fato-de-treino o fim-de-semana inteiro, mesmo quando não está em actividade desportiva. Quando vai para a praia, leva obrigatoriamente um par de raquetes (quando acompanhado), ou corre à beira-mar, parando ocasionalmente para alguns exercícios estranhos em que tenta tocar com as pontas dos dedos das mãos nas pontas dos dedos dos pés (várias vezes). Ainda não consegui descobrir para que raio de situação é que esse treino pode vir a ser útil. Será para atar os atacadores de pé?
Fumos, que haja memória, só mesmo de lareiras acesas, uma vez que o Sport Bilas prefere ter um braço amputado do que ter de se sentar ao pé de alguém que fume.
A alimentação do Sport Bilas também é propositadamente cuidada. É preciso ter mão firme e controlo redobrado sobre as quantidades a ingerir de açúcar, manteigas, gorduras vegetais, e toda a gama de coisas que deixam um ser humano feliz por estar vivo.
E se pensarmos no nível de degradação a que estes seres humanos descem na sua prática do culto do corpo, ficamos realmente boquiabertos. O Sport Bilas é um ser tão egoista e desinteressado do mundo que o rodeia, que não consegue contribuir em nada para a evolução humana, uma vez que está demasiado ocupado a tomar conta de si.
Por esta lógica, seria de esperar que as pessoas tomadas por vícios pudessem contribuir com mais qualquer coisa. E, de facto, contribuem bastante. Não para a evolução humana, mas para a evolução económica, uma vez que sustentam as gigantescas indústrias do álcool, tabaco, drogas, chocolates, café, etc. Aliás, estes factos nem devem ser tanto uma prova de que o ser humano não é inteligente, mas mais um presságio de que ele não evoluirá. Pois se as pessoas saudáveis estão ocupadas demais a cuidar de si para poderem levar o mundo para a frente, as pessoas viciadas ocupam a vida a trabalhar para poder alimentar os vícios e, quando descansam, é apenas para os saborear.
É interessante pensar que talvez possa existir um ser humano na vizinhança da média destes dois extremos. Um ser humano com amor próprio suficiente para querer cuidar de si, mas também capaz de admitir que um humano sem um vício é apenas meio-humano (por paradoxal que possa parecer). Um ser humano que, sozinho na sua classe, leve a Humanidade para a frente. Mas sabemos que isso não existe. E mesmo que existisse, passaria a vida num tormento permanente para tentar achar os seus equilíbrios, pelo que também não poderia contribuir com grande coisa. Cada vez que a Evolução lhe batesse à porta ele estaria ocupado, de cigarro na mão, a marcar uma partida de ténis para Sábado de manhã, e mandaria a secretária dizer que estava em reunião ou desculpa original do género. A Evolução, coitada, saía de cabeça baixa, pé ante pé, a pensar que talvez ainda tivesse alguma sorte com os macacos. Se nós não os assassinarmos todos para fazer cinzeiros, claro.
Calculo que tenha sido nesta fase em que o ser humano tentou encontrar um equilíbrio ou balanço entre o bom e o mau que tenha começado o discernimento infundado em relação a uma variedade de coisas. Comecei por referir a alimentação. De facto, é certo e sabido que se come melhor nalgumas tascas do que em muitos restaurantes finos. Isto porque nos restaurantes à la carte a comida não passa do pretexto comum que une os frequentadores de determinada classe social nesses locais. Deste modo, torna-se possível que o proprietário do restaurante trafique exactamente os mesmo níveis de gordura e açúcar que encontraríamos numa tasca, embora apresentados de uma forma diferente e num ambiente mais agradável. Assim, o mal causado à saúde é desculpabilizado pelo facto de que a alimentação não foi o factor principal que nos levou a deslocarmo-nos ao restaurante.
Mas, invariavelmente, é a nossa capacidade de discernimento, escolha e subjectividade pessoal que nos torna humanos (embora, segundo os anúncios da Whiskas, haja gatos que conseguem distinguir a trampa deles da trampa das outras marcas. É só vê-los a cheirar uma lata, a cheirar outra lata, e a escolherem a lata da Whiskas, sete em cada dez vezes…) Enquanto que animais selvagens como os leões são capazes de comer a primeira zebra que lhes apareça pela frente (passo a expressão!), nós escolhemos se queremos uma zebra ou uma gazela, nova ou velha, rijinha ou tenrinha, grelhada ou guisada, etc.
E com o desporto é a mesma coisa. Há quem fique satisfeito em fazer um jogging nos jardins de Belém enquanto aproveita para mandar umas bocas às turistas, como por exemplo “You very white. You not go to beach, no?” ou mesmo “You travel alone? Where is boyfriend?”
Outros, não se sentem vivos enquanto não estão agarrados a um catamaran, dando a sensação que estão a conduzir um carrinho de choque, de pé, agarrados ao ferro e inclinando-o para fazer as curvas.
Mas na questão da comida, que no fundo não passa de um monte de calorias venha ela em que forma vier, enquanto continuarmos a discernir alimentos não pela sua qualidade mas pelo sítio onde são comprados e a maneira em que são apresentados, não nos podemos considerar inteligentes.
Apenas humanos.




Acho que este saite n presta


Ó sónia tu é que não prestas, cá para mim es uma sport pilas perdão bilas. Lol


aee… na boua, esse site nao presta msm!!!!!!!!!!!! tira essa merda do aaaaaaaaarrrrrrrrrrr, ou eu vo te q expludi td?!

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