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A pirâmide invertida

As pessoas dividem-se em duas grandes categorias: aquelas que não comem junk food e aquelas que passam a vida a dizer mal das cadeias desse tipo de comida mas que até vão lá de vez em quando.
Apesar de ser um amante das boas cozinhas deste mundo (portuguesa, italiana, indiana, japonesa, etíope em alturas de dieta, etc.), não temo em afirmar que também gosto de junk food. MacDonalds, KFC, Burger King, todas estas empresas exploradoras de produtos semi-alimentares encontram em mim um grande fã.
E porque é que falo nisto? (como se tivesse de justificar o facto de estar a falar de algo desinteressante… olhai, meus amigos, os blogs que por aí abundam!)
Pois ontem, enquanto desfrutava um grande Big King XXL no Burger King do Colombo, dei comigo a pensar se o facto de gostar de tanta coisa seria falta de selectividade ou sinal de que sou dotado de um horizonte gastronómico muito abrangente.
Como não cheguei a conclusão alguma, passei o resto da tarde puzelizado com a questão (gostam da expressão “puzelizado”? Vem do inglês puzzled. Acabei de inventar um neologismo!)
“É preciso que eu considere a hipótese de que sou um homem extremamente alarve. Daí gostar de tudo e mais alguma coisa.”, pensei eu, enquanto procurava uns trocos para comprar um Haagen-Dazs.
Mas sempre que vou a um restaurante e o bife não me aparece como quero, volta para trás mais depressa do que veio. E sempre que as algas do sushi vêm mal enroladas, fico sem vontade de lhes tocar e prefiro comer um bom sashimi. Isto não são manias características de um estivador arruaceiro, pois não?
Por isso, acabei por me convencer que sou um homem com um horizonte gastronómico abrangente. Como aquilo que há de bom para ser comido, e consigo gostar daquilo que muita gente considera mau.
A minha pirâmide alimentar é semelhante à pirâmide invertida de William Burroughs. O fundo encontra-se virado para cima, pois já não há segredos gastronómicos para desvendar. E no pico da pirâmide estou eu, com os meus possantes 140 Kg, a suportar toda a estrutura macro-económica do sector da restauração.
O que vale é que começo o ginásio para a semana…

Moral da história: como dizia o meu nutricionista, antes de ter morrido com um enfarte, “junk food: qual é o mal?”

Pensem nisto, seus obesos anónimos…

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