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Sabedoria toxicómana

Uma das grandes notícias para a comunidade toxicodependente portuguesa tem a ver com os novos kits. Há duas novidades a assinalar: um recipiente de metal para preparar o caldo (em vez de uma carica de Snappy) e duas saquetas de ácido cítrico.

A introdução das saquetas de ácido cítrico, apesar de só ter avançado há poucos dias, era algo que já havia sido sugerido pela OMS em 1994. Então, como agora, a razão era uma: substituir o limão na preparação do “caldo”. Isto porque a utilização do limão pode dar origem a algumas infecções e contágios desagradáveis. Principalmente, se os toxicodependentes partilharem, entre si, os limões (acontece, naquelas alturas de escassez de limão). Porque, parecendo que não, às vezes ainda é complicado arranjar este citrino. O que não quer dizer que os toxicodependentes não se safassem nestes tempos de aperto: se não conseguissem deitar a mão a um bom limão (sim, porque agora vem tudo de Espanha e não presta para nada), usavam urina na preparação do caldo.

Mas agora, com estas saquetas, os dias a bombear urina ou limão conspurcado para a corrente sanguínea acabaram! O pior é que nem todos os toxicodependentes estão receptivos a estas alterações. Um, em particular, que apareceu na reportagem da RTP sobre o assunto, disse a uma rapariga das equipas de rua que andam a distribuir os novos kits, qualquer coisa como:

“Mas diz que o ácido cítrico faz tão mal…”

Pois é! Ao menos o limão é uma coisa natural! E a urina sei eu de onde vem! Agora, ácido cítrico?! Deus me livre de injectar essa porcaria para as minhas veias!
É bom ver que, apesar de tudo, ainda há quem se preocupe com a saúde.
Já agora, tenho a impressão que já ouvi dizer que o que também faz mal… é a droga.




Depende da droga. No caso da heroína, acho que só faz mal se te injectares mais que duas vezes ao dia. Agora se for só uma vez, passares a seringa por água primeiro e usares limão de qualidade, não há problema. Quem me disse isto foi o meu cunhado, que está a cumprir 10 anos na prisão do Linhó.


Se me é permitido, parece-me que se está a fugir à questão central: um recipiente de metal? Estou certo que o Francisco Louça também partilha da minha ideia de que isto é um ataque deliberado às minorias. Que direito temos nós de querer impingir aos toxicodependentes um novo recipiente quando no meio é sabido que estes preferem as caricas de Snappy Lima-Limão (embora a Pepsi Twist esteja a ganhar terreno)?


O que não foi deliberado foi o erro no apelido do Francisco Louçã…


Até era giro ele passar a ser chamado “Chico Louça das Caldas”.


Naõ sei se a maior parte dos chefes de cozinha em Portugal são ou foram toxicodependentes mas a maioria dos pratos de febras na grelha vêm sempre com uma rodela de limão que vai engordando a minha úlcera.


A droga faz mal? A droga é má? Muda de dealer!

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