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Aprender compensa

Gostaria de manifestar a minha opinião relativamente aos anúncios televisivos do Governo no que toca à aprendizagem, educação e continuação de estudos.

Os benefícios da educação, a meu ver, são inquestionáveis. Essa história de que somos todos iguais é muito bonita mas, sejamos sinceros, quantos serventes é que ficaram imortalizados na História só porque carregaram inúmeros tijolos e baldes de massa?
Ter educação significa ter os horizontes abertos ou, pelo menos, ter essa oportunidade (porque todos sabemos que também abundam aqueles que, apesar de terem cursos universitários, não passam de verdadeiras bestas).

Só não me agrada a forma como o Governo o está a fazer.

Num dos anúncios, temos o Carlos Queirós a arrumar bolas e equipamento de ginástica em balneários e, podemos apenas adivinhar, a dar espreitadelas malandras sempre que os jogadores estão no banho e a chicoteá-los “amigavelmente” no rabiosque com toalhas enroladas.

Noutro dos anúncios, temos o Pedro Abrunhosa a fazer de empregado de teatro/sala de espectáculo, antes de revelar a sua genialidade e virtuosismo em frente ao piano.

Posso estar enganado, mas estas profissões têm – de facto – de ser executadas por alguém. Certo? Porquê conotar negativamente certo tipo de profissões só porque podem ser exercidas por indivíduos com menos escolaridade?

Eu não acho que o futuro dos restaurantes, por exemplo, seja uma fila de self-service ao estilo do McDonalds. Gosto de me sentar e ser servido. Ora se os empregados que me servem desatam a tirar cursos universitários e a aumentar as suas qualificações, quem é que me vai servir?!

É por isso que eu acho que o Governo está a jogar uma cartada diferente por baixo da mesa.
Vejamos, se estes anúncios pegarem, não nos custa imaginar qualquer Tó, Zé ou Manel a pensar “Espera lá, estes gajos têm razão! Se eu estudar e tirar um curso, não tenho de andar a tirar pêlos de ralos de banheiras para o resto da vida! Vou já inscrever-me numa universidade privada que não esteja em risco de fechar e tirar o meu cursozito!”.

Portanto, dentro de alguns anos, teremos apenas imigrantes a servir-nos à mesa, a reparar as janelas lá de casa e a meter-nos gasóil nos popós, porque todos os portugueses serão engenheiros, arquitectos e doutores. É este o país que queremos ter? Será por isso que o Governo anda a demonstrar mão pesada para com militantes de extrema direita? Para não assustar os cidadãos estrangeiros que, num futuro próximo, serão úteis e necessários?

Eu sugiro que se mude o teor dos anúncios.
Em vez de se ofender as pessoas que, na realidade, têm mesmo os empregos visados nos anúncios, poder-se-ia demonstrar casos de chulos, traficantes de droga e criminosos com pouca escolaridade, apresentando-lhes alternativas mais salutares.

Seria qualquer coisa como:

“De manhã costumo recolher os lucros da noite anterior. As meninas estão estafadas e demoram tempo a abrir a porta. Felizmente tenho uma chave-mestre. Às vezes tenho de lhes bater, mas tento sempre fazê-lo em sítios estratégicos que não as deixem marcadas, pois os clientes não apreciam mercadoria danificada. Vida de chulo não é uma vida má. Pena ter deixado a escola após a quarta classe para seguir este negócio que era do meu padrasto.”

Este é o Carlos Cruz que não terminou os estudos.
Vá para a universidade. Aprender compensa!




_ Tenho uma proposta, simplesmente simples, que resolve de uma só vez o “problema” da valorização educacional e a do status pessoal…

_ “Canudos” para tudo o que é oficio e/ou profissão.

_ Exemplos: (Antes) O gajo que cuida da relva. (Depois) Exmo Sr Técnico Superior de Manutenção-da-Relva… (Antes) A gaja que tira as bicas. (Depois) Exma Sra Técnica Superior de Snack-Bar… (Antes) O gajo que varre as ruas. (Depois) Exmo Sr Técnico Superior de Limpeza Urbana… (Antes) A gaja que anda no “ataque”. (Depois) Exma Sra Técnica Superior em Manutenção Sexual… (Antes) O gajo que anda no gamanço. (Depois) Exmo Sr Técnico Superior em Artes Criminais… (Antes) A gaja ou o gajo que faz coisa e tal. (Depois) Exma/o Sr/a Técnica/o Superior de Posição e Tal.

_ Só não digo é que estes diplomas podem ser emitidos por uma e qualquer UnI.


muito bem… essa do Carlos Cruz… mas não eram meninos?


Conviria dizer que as os exames de inglês (técnico ou não) são feitos na residência (oficial ou não) do aluno e remetidos ao professor via internet.
Talvez assim o pessoal se sentisse mais estimulado para ir para a universidade.

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