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Piercings e tatuagens

Gostaria de começar este post afirmando que não tenho nada contra piercings. Não só acho que podem ser excelentes estimulantes sexuais (se colocados nos sítios certos), como a prática da perfuração da carne devia ser institucionalizada na nossa classe política. Se os políticos faltassem às suas obrigações para com as populações, veriam as suas argolas no nariz presas ao pára-choques dum automóvel ou carroça. Seriam então desfilados em praça pública, completamente nus, para gáudio do povo, podendo até ser atingidos com tomates e ovos podres.
Pode parecer uma solução um pouco radical, mas seria um espectáculo terapêutico de se assistir. E evitaria inúmeras despesas de tribunais, morosidades de processos, etc.

Já as tatuagens tenho um pouco mais de dificuldade em engolir. Eu sei que é uma moda muito popular nos dias que correm. É uma borboletazinha aqui, uma aranhazita acolá. Mas porque é que eu haveria de querer marcar o meu corpo definitivamente por causa duma moda que, como o estatuto indica, é passageira?

De todas as pessoas com tatuagens a quem fiz esta pergunta, a melhor resposta que ouvi foi “Uma tatuagem faz-me sentir mais tribal“. Não deixa de ser engraçado. Uma pessoa vive numa sociedade urbana, usa automóvel, cartão de crédito, internet, etc. Mas tem a sensação que – decorando o corpo com uma forma de arte algo duvidosa – passa a pertencer a uma “tribo” ou “subcultura”.

Lembra-me aquela moda idiota dos óculos escuros redondos e pequenos que apareceu a seguir ao filme Matrix. Nessa altura, não havia funcionário bancário ou de seguradora que quisesse prescindir duma aparência cool. Os Agent Smith’s do nosso pequeno Portugal. Normalmente atarracados, com fatinhos comprados nos saldos do Freeport, um ar arrogante, profissões completamente conformistas e standard, e lentes escuras a deixarem transparecer a fantasia de pertencerem a alguma organização secreta. Pelo menos durante a hora do almoço. E eles ainda andam por aí.

Na realidade, para quem não tem nem quer ter tatuagens, o conceito é difícil de apreender. No meu caso (neste assunto eu pertenço ao grupo do Não), uma pessoa com tatuagem não me parece cool nem sexy e muito menos tribal. Parece-me, isso sim, uma mistura mal parida dum indígena primitivo com um camionista do Lidl. Mas lá está, é uma moda. Uma florzinha aqui, um pequeno Budazinho acolá. Que mal é que faz? Tenho amigos com tatuagens e não vão deixar de ser meus amigos só porque temos opiniões divergentes. Continuo a achar que, se querem demonstrar que são realmente “radicais”, então deviam fazê-lo sem cuidados médicos, a ponto de deixarem as feridas infectar. Mas pronto, também compreendo que há limites para a radicalidade das pessoas.

Aquilo que eu acho que começa a entrar no limiar da imbecilidade são tatuagens com caracteres orientais. Cada vez que vejo uma dessas ponho-me logo a imaginar se, algures no outro lado do planeta, existirá um chinês com uma inscrição portuguesa no braço a dizer “Amor de mãe” ou “Pás e amôr”. Sim, eu sei que esta última inscrição tem erros ortográficos. O que, curiosamente, é um perigo que as pessoas com inscrições orientais correm. Como não sabem chinês, quem é que lhes garante que o tatuador está a escrever a coisa em condições? Será que as tatuagens com caracteres estrangeiros podem ser autenticadas nas respectivas embaixadas? É que, convenhamos, um tatuador não é propriamente conhecido por ser um catedrático literário.

Faça um teste simples. À saída do salão de tatuagens e com o seu permanente calquito oriental no braço, dirija-se ao restaurante chinês mais próximo. Entre, levante a manga da t-shirt e mostre o bracinho aos empregados. Se eles se desbarrigarem a rir e lhe perguntarem se os crepes são para levar ou para comer no local, já sabe que foi enganado!

Nesse caso, dirija-se ao local onde lhe fizeram a tatuagem e exija o seu dinheiro de volta. A tatuagem ficará assim para sempre, mas experimente pedir para lhe colocarem uma cruz por cima (ou coisa assim). Fique também sabendo que a embaixada da China tem um PPC (Plano de Protecção Cultural) para lidar com este tipo de situações. Se lhes mostrar a tatuagem com erros ortográficos e apresentar a factura do salão, eles pagam-lhe a amputação do braço (e em seguida enviam uns capangas para amputar também o braço do tatuador). Pelo que nunca se esqueça de pedir uma factura discriminada quando fizer a sua tatuagem. E se acha que as tatuagens podem ser deduzidas no seu IRS como “investimento artístico”, tire o cavalinho da chuva. O nosso sistema fiscal ainda não permite esse tipo de isenções.

Não quero com este post dar a entender que sou contra o embelezamento (ou emporcalhamento) do corpo humano. Os seres humanos tatuam-se e pintam-se desde sempre. Eu gosto de pensar que estou numa fase da evolução em que não necessito de fazer de tinteiro humano para me afirmar, mas percebo porque é que muita gente é capaz de gostar. É um vampirozito aqui, um pequeno Hulk acolá. Qual é que é o problema?

O que eu vou gostar de ver, daqui para mais uns anos, são estes milhares de tatuagens a encarquilhar à medida que as rugas forem aparecendo. Aí sim, vai ser giro, porque toda a gente envelhece duma forma diferente. E é nessa altura que as artes de pintura corporal vão ganhar expressão real. É nessa altura que os tatuados vão poder dizer que têm algo único no seu corpo.

РSim, senhor guarda. Eu vi a pessoa que cometeu o assalto! Tinha uma tatuagem com a cara do Freddy Krueger no bra̤o!
– Freddy Krueger?! O personagem do filme Pesadelo em Elm Street?!
– Sim, senhor guarda. Isso mesmo! O homem já era velhote. Em tempos aquilo deve ter sido a cara do Manuel Luís Goucha…




tens muita graça tens. eu tenho uma tatuagem oriental. sou um imbecil por causa disso?


Pois, eu diria que sim. A não ser que também uses um boné quando conduzes. Então aí progrides para parolo.


obrigado p’la informaçao palhaço!


De nada. Estamos aqui para divertir e também para informar.


Já agora, Tatuador… o que significa o teu simbolo oriental, sabes? Tens mesmo a certeza?


_ Após a leitura deste post, Angelina Jolie desmarcou “aquele” encontro com o André Toscano deixando a seguinte mensagem: “Tattoos especiais em locais especiais, nunca mais.”


Embora na realidade a minha mãe seja uma indigena primitiva e o meu pai seja camionista do Lidl (com boina e tudo) não me considero um mistura mal parida… Antes uma verdadeira pérola da sociedade moderna (e tenho um lagarto pintado 😉


Bem, como eu disse no post, não discrimino ninguém por causa de ter ou não tatuagens. A Angelina Jolie não precisa de desmarcar já o nosso encontro. 😉


_ Alto, e para a farra!… Aqui, o verdadeiro apreciador de tattoos “orientais”, sou eu! Porque julgam vocês que eu ando com a Angie?!


Bolas, toda a gente anda com a mulher! Não tarda nada estão-me a dizer que ela já não é virgem!!


Declarar alienação através de qualquer tipo de alteração ao corpo está mal, é imbecil e parolo.
Mas fazer precisamente a mesma coisa com vestuário, calçado, carro, joalheria, ou qualquer outra coisa plenamente consumista, já é normal e inteligente?

De que forma é que vestir Armani com botões de punho Tiffany, sapatos Gucci, é mais inteligente que tatuar um cifrão na testa?

Á conta desta vou mandar tatuar um “manguito” em caracteres chineses no antebraço. Assim é perfeitamente coerente com a progressiva flacidez da carne face á passagem dos anos.


Concordo plenamente. Há modas consumistas que são tão ou mais parolas que outras de estética mais duvidosa. Mas estamos a falar dos dois extremos do espectro. Há muito mais espaço pelo meio.

Mas como disse no post, não discrimino ninguém por ter piercings ou tatuagens, nem tenho autoridade para isso. E se discriminasse, provavelmente também discriminaria os fatinhos da Armani e sapatinhos da Gucci. Ver um cromo de argola na orelha e boné a conduzir um carrito de tuning dá-me tanto a volta ao estômago como ver aquele anúncio do Millennium e dos clientes Prestige.

Já agora, como é que será um manguito em chinês? Será um antebraço dobrado, com a mão fechada, e dois chop-sticks a sairem por entre os dedos? 😉


Nos anos 80 andava tudo com enchumaços nos ombros. Não era imbecil, na altura parecia boa ideia. Agora se um tipo acordasse um dia e pensasse “Estes enchumaços ficam-me mesmo bem. Vou fazer uma plástica e cose-los permanentemente aos meus ombros” Isso sim era parolo e imbecil.

Uma tatuagem é uma maneira de alguém afirmar que vai ser jovem e irreverente para sempre. Não acho parolo ou imbecil… só muito ingénuo.

Ah, e se alguém responder a este comentário com um Mas-eu-nunca-usei-casacos-com-enchumaços! … Se não usou isso, usou qualquer outra coisa, igualmente embaraçosa. Ninguém passou ileso pelos anos 80.


E se com o comentário acima ofendi algum leitor que ainda usa enchumaços nos ombros dos casacos, peço já desculpa. Tenho a certeza que no seu caso, ficam mesmo muito bem.


_Está bem, confesso… Tenho uma tattoo e um piercing no ca( PPIII )lho.

_ Estou indeciso em fazer uma plástica, para ficar com mais espaço, para mais umas tantas tattoos e uns tantos piercings.

_ Os meus amigos – com inveja, creio eu – não me aconselham porque, segundo dizem, fico com um tremendo e inestético “enchumaço”. Já as minhas amigas aconselham o contrário, segundo dizem, sempre tinha alguma coisa para mostrar.

… Mas que porra de dilema hein!


Ors aqui está mais um motivo pelo qual a clonagem de seres humanos deve andar para a frente! Quando não houver espaço para mais piercings e tatuagens, cria-se um duplicado e está o problema resolvido.


_ BINGO!… O sonho da maioria das mulheres: Um indivíduo com um par de “expositores de tattoos/piercings” XL… O dilema do, Redneck Buraca Style, fica resolvido. Por suposto!


Curti o donut vermelho no canto superior direito.

Já lá está há muito tempo? É permanente? Fizeram onde? Na Bad Bones?


“Vou fazer uma plástica e cose-los” – Patricia Furtado.
Ups…ups….chiii pá…ups…Mas que é isto?
Agora vimos aqui com alusões à genitália masculina? Andamos aqui com insinuações manhosas sobre escrotos cosidos em rendilhado? hmmmmm… como indivíduo do sexo masculino e apreciador de escrotinhos à boca de sino parece-me um bocado de mau gosto esta insinuação…


Bom, a unica pessoa a quem eu não aconselho a fazer tatuagens é à …bolas agora tive uma branca, aquela que tem montes de namorados, depois quando me lembrar do nome venho cá outra vez. Bom, de qualquer forma, das duas uma, ou vai para freira ou então precisa mesmo de um clone!


Já me lembrei! É a Elsa Raposo, aquela que tatua o nome dos namorados todos. E depois tira, e depois tatua, e depois tira, e depois tatua….

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