Micropénis e Megapénis. Não, não são nomes de grandes superfícies dedicadas à venda de equipamentos informáticos. São apenas duas expressões que você vai ficar a conhecer se adquirir o livro de Nuno Monteiro Pereira, sugestivamente intitulado O Pénis – da Masculinidade ao Órgão Masculino. E isto dá que pensar.

Não li o livro propriamente dito. Apoiei-me na informação vinda desta notícia no DN de hoje.
Mas há factos que saltam à vista (passo a expressão, que até poderia ganhar contornos mais badalhocos, se fosse levada à letra, neste contexto das pilas…).

Segundo a mesma notícia, cerca de 50 mil portugueses afirmam possuir um megapénis. Como duvidamos que o sexólogo Nuno Monteiro tenha tido tempo para medir pormenorizadamente todos os pénis que encontrou pela frente, teremos de partir do princípio que ele teve de acreditar na informação que esses 50 mil homens lhe transmitiram. Logo aí acho que podemos seguramente eliminar cerca de 90% dos inquiridos e concentrarmo-nos apenas nos 10% que talvez estejam a dizer a verdade. Mesmo assim são 5 mil, caneco!

Se você é ignorante destas coisas (como eu era até ter lido esta notícia), um megapénis caracteriza-se por ter mais de 13,6 cm de comprimento no seu estado flácido (eu prefiro a expressão “adormecido”, mas gostos não se discutem) e 19,5 cm no seu estado erecto. É muito centímetro, minhas senhoras! Tanta carne entre as pernocas não pode fazer bem à coluna! Embora seja uma boa desculpa para muitos homens criarem barriga. “Estás a ver, querida? Qual cerveja qual quê? Eu tenho é de ir à Corporacion ver se me tiram 15 centímetros lá de baixo para a barriga poder subir outra vez!”

Já um pénis grande ou pénis exagerado, “apenas” 240 mil afirmam tê-lo. Se utilizarmos o mesmo processo de eliminação dos 90%, isso significa que circulam livremente nas nossas estradas cerca de 24 mil portugueses com um falo que ultrapassa os 11,8 cm flácidos e os 17,3 cm em modo de estiramento. O que, estou em crer, é uma dimensão ainda bastante avantajada e potencialmente apetitosa para as braguilhas assassinas que andam por aí à espreita da oportunidade certa.

Os pobres coitados que se situam no outro extremo da escala (6,2 centímetros flácido e 10,9 centímetros em estiramento), segundo a notícia, normalmente precisam também de apoio psicológico, para além de intervenções cirúrgicas especializadas. Pudera… que mulher é que, após ter deixado de resistir aos encantos do seu vizinho galã, consegue evitar umas boas gargalhadas quando percebe que foi presenteada com uma salsicha de cocktail?

Isto deixa-nos numa situação um bocado ingrata. Que raio de tamanho será então o adequado para termos nos nossos ditos cujos? Que tamanho é que podemos dizer que temos e que não provoque, por um lado, risinhos idiotas e trocistas; e por outro, olhares de medo e terror?

Será que devemos seguir a regra clássica de achar que um tamanho normal é aquele que se consegue agarrar com uma mão fechada, desde que sobrem mais uns centímetros para um movimento ritmado e seguro? Ou devemos ambicionar um megapénis que possa ser utilizado como arma de arremesso em caso de assalto iminente?

Alguém tem uma régua à mão?
Ou melhor, uma fita métrica das GRANDES?

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