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Água da fonte

Fonte1Aqui do lado esquerdo podem ver a fonte de água que tenho lá no trabalho. Quando me disseram que íamos ter uma fonte, eu ainda pensei numa qualquer coisa mais opulenta, em bronze, com água a jorrar tranquilamente de dentro de cornucópias que ornados querubins segurariam com expressão piedosa. Afinal, apareceram por lá e disseram que esta coisa de plástico é que era a fonte. Enfim…
Como poderão observar, não é daquelas que têm o garrafão de água em cima (com o seu relaxante “brlurp, brlurp”). Não, neste modelo a admissão de água no mecanismo é feita de forma diversa: entra pelo tubinho que podem ver na segunda fotografia.

 

Fonte2Os dois leitores que acham este assunto minimamente interessante poderão interrogar-se: “De onde vem este misterioso tubo transparente?”. Na fotografia abaixo poderão observar o cenário que se pode encontrar por debaixo do lavatório da casa-de-banho dos homens (e, se estão com curiosidade, fiquem a saber que a das mulheres não tem nada disto – eu sei!).
Esta descoberta foi tudo quanto precisei para que os meus ímpares poderes dedutivos chegassem a uma conclusão: não é mais do que água da companhia a que sai de dentro daquela fonte, com a diferença de, antes de chegar ao copo, ainda viajar junto à parede e entre o tecto falso por um tubinho de Fonte3plástico transparente, e de poder ou não (não cheguei a desmontar a máquina; não me deixaram!) passar por um eventual filtro à saída.

Nada disto me incomoda particularmente. Tenho confiança na água da EPAL (ao preço que a pago, é bom que esteja em condições!), e em casa não a troco por variedades engarrafadas (até porque, assim, há menos probabilidades de enxaguar o tracto digestivo com soda Fonte4caustica).
A única coisa que não percebo é a razão porque a empresa Planeta D’Água opta por colocar um autocolante nas suas máquinas a anunciar, como se pode verificar na fotografia, que se trata de “Água de Nascente Natural”. Quem é que eles estão a tentar enganar? Será que estavam com medo de colocar qualquer coisa do género “Água da Companhia a Sair de uma Coisa Ligeiramente Mais Vistosa do que uma Torneira”? Será que queriam mesmo convencer os consumidores de que tinham inventado uma tecnologia revolucionária que, como que por artes mágicas, materializa nos bocais plásticos do aparelho água vinda directamente da nascente?

Em abono da verdade, é importante referir que a Planeta D’Água não diz, de facto, qualquer mentira: tanto quanto sei, a água da companhia é, ela própria, água de nascente natural (acho que ainda não sintetizaram água artificial).
Bem vistas as coisas, se calhar até nem era má ideia a EPAL aproveitar a deixa, e lançar uma campanha de marketing de melhoria de imagem. Não se pagaria com mais vontade uma factura onde, mesmo ao lado da Referência Multibanco, dissesse “água de nascente natural”? Pensem nisso…




Eu queixava-me à DECO. Isso é publicidade enganosa. Além disso a água da EPAL não vem de nascente natural, vem da Barragem de Castelo de Bode onde haverá misturas diversas a saber: a dita água de nascente natural, água pluvial, água de esgoto depois de passar por uma ETAR etc.
No entanto, ATENÇÃO: se o filtro da dita fonte não fôr mudado amiúde, mais vale ir beber água à… sanita.


Vou cometer uma inconfidencia. Não moro longe da barragem de Castelo de Bode. O pessoal daqui no verão, toma banho e “alivia-se” nessa água que posteriormente sai pelas torneiras da capital.

Actualmente trabalho em Lisboa. Levo sempre água de casa.


Acho bem que tenhas confiança na água “da rede”, mas aqui na minha zona de residência (Covilhã) já pouca gente bebe água da rede pública voluntariosamente. E isto apesar da água ser(ou dever ser)da barragem da Serra da Estrela. Mas de vez em quando lá vai sendo bebida… Especialmente quando a sede aperta, e não há garrafas de água perto, ou então nas escolas públicas cá da zona, na cantina, ao almoço. Enfim. Porém, eu se fosse a ti, dessa grande “fonte” que te arranjaram, só bebia depois de um colega ter bebido primeiro, e não ter mostrado quaisquer sintomas adversos. Fica bem!


UPDATE: Hoje tive uma agradável surpresa! Apareceram-me lá no trabalho uns senhores com uma fonte novinha em folha! Ainda não foi desta que tivemos direito aos querubins e às cornucópias, mas ao menos tem o garrafão com o “brlurp, brlurp”. Parece que a “água de nascente natural” não andava a convencer muita gente…
Gosto de pensar que tive alguma coisa a ver com isto… Não tive, é claro! Mas gosto de pensar que sim!

Um aspecto curioso é terem deixado ficar a fonte antiga… Será que resiste algum lóbi afecto à água do tubinho de plástico? Bom, nada como haver variedade!

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