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Banda de rapazes

Não é difícil encontrar, no dia-a-dia, pessoas que desconfiam do progresso. Estes medos não são, está bom de ver, completamente infundados. Raros serão os que, com efeito, nunca sentiram que o exponencial avanço tecnológico é, muitas vezes, uma faca de dois gumes. Por um lado temos coisas que aumentam em muito a nossa qualidade de vida, como por exemplo o desenvolvimento de sistemas de esgotos ou os Morangos com Açúcar (não sei porquê, pareceu-me uma associação lógica para se fazer), por outro temos flagelos como a bomba atómica ou (para entrar no assunto do texto) as boys-bands.

Muitos poderão achar que é um pouco excessivo comparar boys-bands a bombas atómicas. Bom, não querendo negar-vos a razão, gostaria só de lembrar que, ainda há bem pouco tempo, os D’ZRT deram um concerto na praia em que simulavam o desembarque das tropas aliadas na Normandia. De facto, em termos de calamidade humanitária, o resultado foi muito semelhante; agora, acho que faltou um bocadinho de realismo: onde estavam as minas escondidas e as rajadas de metralhadora?

Antes de continuarmos, só uma ressalva. Não quero que me acusem de ser sexista neste meu ataque às boys-bands; em toda a justeza, as girls-bands são igualmente más.
Mas o que há nisto de tão repugnante, afinal? Bom, talvez seja ingenuidade minha, mas eu fui criado a acreditar naquela visão romântica que encara a música como uma forma de arte. E algo que não parece encaixar nesta categoria é um produto “musical” onde o mais importante é a componente visual, com uma meia-dúzia de rapazes ou raparigas bem parecidos(as) que cantam (muitas vezes em playback) coisas para as quais não tiveram o mínimo contributo criativo.
Aliás, tenho a nítida sensação que isto é tudo uma grandiosa piada pregada, por uns indivíduos sinistros e sem face, ao público alvo das boys-bands. E ainda acredito que está para vir o dia em que esse mesmo público alvo, colectivamente, se aperceberá da piada. Sim, o dia em que a pequenita Débora Vanessa deixará de olhar para o Cá-Tó como um rapaz giro que, no seu cantar, personifica toda a angústia juvenil que ela própria sente para perceber que, afinal, essa mesma angústia juvenil que lhe parece tão próxima e sincera, foi fabricada por uns executivos engravatados com a idade dos seus pais (ou mais velhos ainda).

Mas esse dia ainda não chegou e, até lá, vamos ter de continuar a gramar com isto. Ora, o quadro, tal como está pintado, já parece suficientemente desolador, mas a verdade é que a situação ainda fica pior.
Agora, em adição às boys-bands “normais” que já tínhamos, temos também isto:

boys olá BW.jpg A boy-band da Olá, cuja música (“Não, oh não, não te esqueças de mim, assim, neste sonho abandonado… Gelado.”) se anda a espalhar pelas nossas escolas e jardins de infância que nem o vírus ébola.
Isto é o tipo de coisa que, antes de mais, me deixa muito confuso. Para já, nem sequer se deram ao trabalho de arranjar jovens para esta banda: o Super Maxi completou, este ano, o seu 30º aniversário (o que, em “anos caninos” dá à volta de 210 anos), o “rapaz” do Epá deve de estar quase com a mesma idade, e do pirata nem sequer é preciso falar. E isso é outra coisa estranha: como vimos, a ideia de uma boys-band é a de oferecer material apelativo às irrequietas hormonas teenagers… Um pirata, gordo, com perna de pau e pala no olho – é isto que as miúdas acham atraente hoje em dia? Se a moda pega, quem é que vai ser a seguir? O Capitão Iglo? O dia em que sair na revista Bravo um poster do Capitão Iglo em troco nu, agarrado ao arpão (o mesmo com que pesca os Douradinhos), será o dia em que eu saberei que não haverá futuro para a humanidade.

Aquilo nem sequer é uma boys-band. É mais uma boy-dog-pirate-band. E, se calhar, é aí que está o segredo para o seu sucesso: uma banda para pessoas com sensibilidades sexuais mais, digamos, “especiais”. Temos o rapazinho para os pedófilos, o cão para os zoófilos, e o pirata para os… Bem, para as pessoas que gostam de piratas (piratófilos?).

Pela minha parte, fico há espera do álbum de estreia do Capitão Iglo..




Capitão Iglo e os seus Panadinhos! Isso sim uma Boys Band à espera de ser descoberta! 😛


Pelo menos o Capitão Iglo tem um ar lavadinho, ao passo que a Dog-Boy-Pirate Band…


Então e que tal sodomizar fortemente toda essa gentalha das Floribelas e enfiar uma lamparina pelo cu acima desses D´zart de uma vez por todas??????

Eu cá ou era isso ou então despachava-os a todos como adidos da Casa Branca pra junto do “Bucha” Junior… Andor, que gente estupida em Portugal é o que, por sinal, não falta…

Porra!!!!


Levem também o Noddy, o Batatoon e a Leopoldina, please…please, vá lá… eu prometo ser boazinha até ao Natal.

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