siga-nos nas redes
Facebook
Twitter
rss
iTunes

Grupos de apoio

A cultura de grupos de apoio que se vive nas grandes cidades é, actualmente, uma das mais valias que um centro populacional denso pode oferecer. Pense bem, você tem um problema e precisa de ajuda. Sabe que devem existir outros na mesma situação. Então dirige-se a um desses discretos grupos e partilha os seus problemas com quem o entende. É de louvar.
Este tipo de grupos, sobejamente conhecidos, serão – por exemplo – os Alcóolicos Anónimos (ou a sua versão mais brejeira, os Bêbedos Conhecidos, cujas reuniões ocorrem normalmente em estádios de futebol).

Mas então e todos aqueles grupos mais desconhecidos, tão votados ao desprezo que nem sequer são considerados para inclusão nas primeiras páginas da lista telefónica?
Estamos a falar, por exemplo, do

Centro de Apoio ao Cisnófobo Anónimo (C.A.C.A.)

O C.A.C.A. foi fundado em 1999 por Teresa Sardão, uma profissional liberal residente em Lisboa, que se apercebeu desde cedo que possuía uma aversão particular a cisnes.
Nas palavras da própria Teresa, que nos confidenciou algumas informações, “Grande parte das vezes o cisnófobo nem sabe que sofre do mal. E repare que eu sou um caso à parte. Eu possuo aversão aos cisnes. Eu sofro da variante agressiva de cisnofobia. Em pior estado estão aqueles que não sabem que possuem a variante adorável da doença, e acabam por achar que não têm nada de mal. Por algum motivo gostam de cisnes e outras aves aquáticas, mas não sabem porquê.”

Não obstante ser uma doença estranha e aparentemente inofensiva, as ramificações podem ser catastróficas “[…] temos o caso do sr. José de Pádua,” continua Teresa, “que ficou trinta horas seguidas a olhar fixamente para cisnes num lago. Quando o encontraram, estava desidratado e tinha as calças totalmente urinadas! É difícil fazer as pessoas perceberem que sofrem de um mal. Não são raros os casos de psicólogos que se desbarrigam a rir na cara dos clientes graças ao seu total desconhecimento da doença.”

Mas como no DQD somos imparciais e a busca da verdade é um dos nossos lemas (está no nosso disclaimer e tudo! Oferecemos cópia a quem requisitar…), decidimos investigar pelos nossos próprios meios e partir em busca de informação que pudesse consubstanciar esta treta da cisnofobia.
Será que existe mesmo uma doença com este nome?
Ou será que tudo não passa duma ideia chanfrada proveniente da mente rebarbada duma solteirona de meia idade?

As provas que desenterrámos são aterradoras!
Se você é facilmente influenciável, talvez seja melhor parar por aqui.
Até vamos iniciar uma contagem decrescente com trinta algarismos para lhe dar várias oportunidades (30, para ser mais preciso) de desistir de ler este artigo a tempo.

30
29
28
27
26
25
24
23
22
21
20
19
18
17
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1

Apesar da cisnofobia ainda não estar classificada como doença pela OMS, a verdade é que os casos de sofredores estão visíveis por todo o lado. Uma visita rápida ao Google deu-nos a conhecer uma realidade inimaginável. Um mundo que sofre sem saber e que, graças ao esforço de grupos como a C.A.C.A., tornar-se-á consciente mais rapidamente dos males que o afectam.

As provas estão tão disseminadas que até fazem impressão.
Tomemos o exemplo do sr. Matias. (ver foto)

À primeira vista parece ser um homem normal. Podia ser o seu pai ou o seu avô. E em vez de passar os dias como qualquer cidadão da terceira idade, a ver a programação da tarde com a esposa ou a jogar à bisca no jardim da Estrela, o sr. Matias passa-os em frente ao Tejo a alimentar cisnes. Tendo em conta que recebe uma reforma de miséria e possui as articulações enferrujadas (desde que tiveram de ser substituídas por placas de cobre após o infeliz rebentamento do seu esquentador), a variante adorável da cisnofobia só pode ser a única explicação para a vida que o sr. Matias leva.

Mas há muitos mais exemplos.
A foto de baixo parece fazer parte dum mostruário de montra dum fotógrafo qualquer.

Porém, o que muita gente não sabe é que aquela noiva se encontra a pensar em cisnes, quando deveria estar concentrada no romântico beijo que o seu noivo lhe está a oferecer.

E, por vezes, os casos costumam ser tão graves que chegam mesmo a provocar alucinações.
Na foto de baixo, um homem estende a sua mão com pequenos pedaços de pão, e é mesmo capaz de jurar que está a ver um cisne a alimentar-se deles…

É também nas artes que abundam provas cabais da existência da cisnofobia.
Em seguida, apresentamos uma reprodução da obra Serenity with the swan, do artista plástico argentino Carlos Cartagena. Pedimos desculpa aos daltónicos pela utilização de côr nesta imagem, mas quisemos transmitir a realidade tal como a vemos.

Ao misturar símbolos erotico-freudianos com cisnes, Carlos Cartagena é a encarnação viva do conceito da arte enquanto mecanismo de catarse.

Mas não está sozinho.
A obra de Jamie Ballantine Of Swan and Man é outro exemplo duma variação ambígua da doença, que oscila entre o amor e o ódio. Teresa Sardão garante que Jamie deve ser, provavelmente, o primeiro ser humano a sofrer das duas variantes da cisnofobia. Mesmo apesar do próprio a julgar louca, dado que não responde aos seus emails.

Note-se a utilização de pinguins como forma de desculpabilização da doença. Pinguins esses que, de resto, Jamie insiste em colocar em todas as suas obras.

Como vê, caro leitor, o mundo em que vivemos é inseguro.
Não só nos devemos preocupar com as doenças que podemos contrair, como também deveríamos tomar algumas precauções contra aquelas doenças que ainda são desconhecidas.
Mas vá-se lá dizer isto às autoridades do nosso país! Mais facilmente conseguiremos um broche dum tetraplégico do que uma reunião com o Ministro da Saúde.




Os Camel tb têm essa fixação (mas dessa eu gosto).

Deixe o seu comentário