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Ascensão e Queda

A história é tão antiga como o mundo. Consta que o próprio Adão começou a descurar o seu número de magia quando Deus lhe disse “não está mau… Não é o mesmo do que criar o Mundo em 7 dias… Mas não está mau…”. A verdade é que, quando os artistas começam a conquistar alguma fama, alteram as suas prioridades. O rock business será o mundo onde esta tendência se nota com mais nitidez. No entanto, isto de conquistar um nome e depois descurar a qualidade acontece também fora de terrenos artísticos: um restaurante pode ser muito bom, a partir do momento em que começa a ter clientela, as doses ficam mais pequenas; um produto é lançado e tem sucesso, passado uns tempos já não é exactamente a mesma coisa. Ora, quando se conjugam os interesses mercantilistas com o carisma de super-estrelas, o resultado só pode ser desastroso.
É com alguma tristeza que escrevo isto, até porque tinha a convicção que os visados não haveriam de enveredar por este nefasto caminho. O caminho de trocar a satisfação dos seus apreciadores por um lucro fácil, de deixar abastardar uma coisa pura e bela, para a tornar em algo de vulgar. Mais custoso ainda é saber que, se calhar, eu tive alguma coisa a ver com toda esta monstruosidade…

Rik e Rok

Ainda há bem pouco tempo escrevi aqui a elogiar o Rik, o Rok, e o seu mais notável produto de doçaria: o salame de chocolate. Pois bem, o Rik e o Rok, ao verem o seu nome elogiado num meio de grande visibilidade como é o Diz Que Disse, deixaram de colocar o cuidado extremo – o AMOR! – na confecção do seu salame, e cederam à lógica desumana e fria do vil metal. Não tenho nada contra o facto de artistas (e o Rik e o Rok, além de grandes entertainers, são verdadeiros artistas do docinho) colherem lucros do seu trabalho, mas é sinal que alguma coisa correu muito mal a partir do momento em que uma pessoa, confiante na qualidade ímpar de um salame, se depara com tarolo seco e rijo que, em vez das suaves delícias do chocolate, deixa na boca a sensação de se ter estado a mastigar num punhado de areia da Costa da Caparica (em Agosto).
Pois bem, caro Rik, caro Rok, eu sei que o vosso ego ficou insuflado por saberem que tão distinto cronista (eu) consumia com agrado (e talvez volte a fazê-lo, está nas vossas mãos!) o salame de chocolate com o vosso nome. É por isso que eu venho aqui fazer-vos um apelo para pararem com a loucura, e voltarem à excelência que caracterizava a vossa doçaria. Eu sei que, por enquanto, é tudo muito divertido… O dinheiro, a heroína, a cocaína, a destruição dos quartos de hotel, o sexo desenfreado com as groupies (que, no vosso caso, andam na idade dos 6-7 anos), tudo isso tem o seu encanto, mas é um caminho sem retorno para a autodestruição. Voltem! Descubram a alegria inicial da culinária pelo prazer da culinária!
Podem por um preço num salame de chocolate, mas nunca poderão colocar um preço no sorriso de uma criança!




O título devia ser “Ascensão e Al Qaeda”, porque só os terroristas podiam fazer um atentado destes. Abaixo com os bolacho-chococidas.


Triste de facto.. é por causa destas atitudes que o mundo está como está.


Acho perturbante a ideia do sabor a areia, ja ouvi muitas pesoas a dizerem: ah porra que nojo, sabe a xarope da tosse. Bem na minha opinião a imagem areia da Costa da Caparica (em Agosto)é de lonje muito melhor conseguida, pois alem do sabor sensaborão da dita ainda se junta o suave aroma a suor e mijo de cão…

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