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Pergunte ao Prof. Américo Quevedo

Desde aquela entrevista, dada em exclusivo ao DQD, sobre o furacão Vince (que acabou por se acobardar à última da hora) que isto tem sido a loucura. Dezenas de pessoas vêm ter comigo na rua, e fazem-me as mais variadas perguntas sobre esse autêntico mito, destinado a alojar-se definitivamente no imaginário colectivo, o meteorologista Prof. Américo Quevedo: «quem é ele?», «para quando mais das suas observações sagazes e pertinentes?» ou «o Prof. Quevedo é casado? É que eu gostava de praticar os mais inconfessáveis actos sexuais com ele, enquanto me fala do clima»… Para saciar a enorme base de fãs que me coloca perguntas como estas (a propósito, respondendo ao senhor da última questão: não se meta nisso, meu amigo!), o DQD orgulha-se de anunciar o início da colaboração deste gigante da meteorologia com o nosso humilde site.
A partir de hoje, também o caro leitor pode entrar em contacto com o Professor, e colocar-lhe as mais variadas dúvidas que eventualmente o atormentem. Aqui, poderá abordar qualquer assunto, desde dicas sobre a bolsa ou motores de injecção a diesel, a problemas jurídicos ou mesmo sexuais (embora, neste caso, eu aconselharia um telefonema para a TVI às segundas à noite: a Dra. Crawford percebe disso), que o Prof. Américo Quevedo responderá com igual solicitude, sapiência e profissionalismo.
É, pois, com prazer que inauguramos este espaço, a que chamámos, muito imaginativamente

Pergunte ao Prof. Américo Quevedo

(Já sei o que estão a perguntar: «se só começou agora, como é que já têm cartas de leitores?». A isto respondo eu: «Metam-se na vossa vida, pá!»)

Caro Prof. Américo Quevedo,

Sou uma rapariga de 19 anos com um grande problema. Tenho um caso com um homem bastante mais velho do que eu, 55 anos, que é casado. Ele diz que me ama, mas não quer largar a família. Entretanto apaixonei-me pelo filho dele, que é mais da minha idade. Eu estou dividida entre ele e o filho, e ele está dividido entre mim e a mulher. Já pensei em seduzir a esposa: pode ser que desse para me mudar lá para casa e passaríamos a viver todos muito felizes. Que devo de fazer?
A. R., Bobadela

Cara Adelina Reis, o seu problema é bastante complexo. No entanto, eu gostaria de chamar a atenção para o facto de, amanhã, podermos contar com céu pouco nublado ou limpo. Teremos um aumento gradual de nebulosidade por nuvens altas, a partir do fim da tarde, nas regiões do Norte e Centro. O vento será fraco (inferior a 15 km/h), tornando-se moderado (15 a 30 km/h) de sul no Litoral a norte do Cabo Mondego e nas terras altas da região Norte. Neblina ou nevoeiro matinal, que em alguns locais das regiões do Norte e do Centro poderá persistir durante o dia. Haverá uma pequena descida da temperatura mínima, que será mais significativa nas regiões do Interior. A temperatura para a região da Bobadela oscilará entre os 14º C de mínima, e os 20º C de máxima. Tendo isto em conta, creio que a solução para o seu problema se torna óbvia.

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Caro Prof.

O meu vizinho fez, recentemente, obras em casa. Uma das alterações que levou a cabo foi a de construir uma churrasqueira na sua varanda, contígua à minha (ele habita o 5º A, e eu o 5º D). Desconheço se tinha um projecto para esta obra, mas sei que a proposta não foi levada à assembleia de condóminos. Eu não tenho nada contra o facto de as pessoas fazerem uns grelhados, mas incomoda-me o cheiro a frango assado e a couratos na roupa estendida. Posso obrigá-lo, baseando-me na lei, a mandar abaixo a dita construção?
Pascoal Gervásio, Baixa da Banheira

Caro Pascoal, o seu maior problema não é tanto a churrasqueira em si, mas o vento que empurra o fumo para a sua fracção. Desconheço a orientação da sua varanda, pelo que me será mais difícil dar-lhe uma resposta exacta. Contudo, dada a aproximação de um sistema de baixas pressões por Noroeste, e a fraca intensidade do anticiclone dos Açores por esta altura do ano, eu diria que pode contar com condições adversas para o seu problema durante os próximos tempos. Aliás, não é de descurar a possibilidade de este sistema de baixas pressões se aliar a uma frente fria, oriunda da península da Escandinávia. Caso este cenário se verifique, eu não aconselharia sequer que estendesse a roupa na sua varanda, sob pena de ter de ir apanhar os seus lençóis à Moita (a cidade, isto é; não à moita do jardim em frente).

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Caríssimo Prof. Américo Quevedo,

Sou uma Sagitário, nascida a 24 de Novembro de 1979, na maternidade Alfredo da Costa em Lisboa, por volta das 2:30 da manhã. Recentemente, vi-me confrontada com a possibilidade de largar o meu actual emprego, e enveredar por um negócio por conta própria. Ainda não tomei qualquer decisão, por receio que as coisas não corram bem. Seria possível traçar o meu perfil meteorológico, e ver se a conjugação das forças climáticas me é favorável, em particular, para um empreendimento desta natureza?
S. L., Ranholas

Cara Sandrina Leonel, estive a consultar as cartas meteorológicas do dia do seu nascimento. Há boas notícias: por hora do seu nascimento, e na região Saldanha-Picoas, a pressão atmosférica era de 1022.3 hPa. Pode-se afirmar este valor com bastante segurança, dado que a maternidade Alfredo da Costa encontrava-se no centro de uma região isobárica que se estendia num raio de, pelo menos, 14 Km. Infelizmente, os ventos moderados a fortes de Norte que se faziam sentir, aliados a uma temperatura do ar na ordem dos 7º C e a uma humidade de 83%, jogam contra si e, de certa forma, anulam parcialmente o bom augúrio da pressão atmosférica. No entanto, a ondulação marítima na ordem dos 2.10 m, de Sudoeste a Sul do Cabo Carvoeiro, e a temperatura da água (12º C) voltam a colocá-la, nitidamente, numa situação favorável no que ao negócio diz respeito. Já no campo amoroso, as coisas estão assim-assim (um pouco mais de pressão atmosférica seria o ideal). Tome é atenção à saúde (esses triglicéridos são capazes de estar um bocado altos, não?).




Parece os anúncios do queijo.

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