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Notícia de Última Hora: o furacão

NOTA PRÉVIA: Este post nasce de uma reportagem radiofónica genuína, onde é entrevistado um meteorologista autêntico. Infelizmente, parece que também andou por aqui o sacana do problema informático que assolou os computadores do STAPE e, por isso, só poderemos apresentar uma fiel transcrição.

[Música de noticiário]

Interrompemos a programação normal do site humorístico Diz Que Disse para dar conta de uma notícia de última hora.

[Separador do noticiário]

O furacão Vince prepara-se para atingir a costa portuguesa durante as primeiras horas desta madrugada. Os especialistas afirmam que, apesar de muito provavelmente se adivinhar uma catástrofe de proporções semelhantes àquela que atingiu Nova Orleães, não há razões para alarme ou pânico: pelo contrário, pode significar, finalmente, o fim da seca. Em todo o caso, para esclarecer alguns aspectos respeitantes a este fenómeno, temos em directo e em exclusivo para a Rádio DQD, o prestigiado meteorologista Prof. Américo Quevedo.

[Separador do noticiário]

-Boa noite, Sr. Prof.
-Muito boa noite.
-O que poderemos esperar deste furacão Vince?
-Antes de mais, e se me permite, gostaria de fazer um esclarecimento prévio.
-Claro, Sr. Prof.
-Durante a tarde, este fenómeno meteorológico diminuiu de intensidade e, neste momento, já não é um furacão, mas sim uma tempestade tropical.
-Ah, bom! E isso aconteceu, seguramente, por causa das temperaturas mais baixas das nossas águas…
-Há quem diga que é por isso, mas eu discordo.
-Como assim? Não me diga…
-É verdade! Como saberá, o furacão formou-se sensivelmente entre as Canárias e os Açores. Ora, no seu percurso, fez um desvio ali para os lados do Arquipélago da Madeira, onde se reuniu com o Dr. Alberto João Jardim, que o fez, como se costuma dizer, “baixar a bolinha”.
-Deveras, Prof.? É prodigioso! Quer então dizer que o furacão perdeu intensidade, única e exclusivamente, à custa da implacável retórica do Presidente do Governo Regional da Madeira?
-Não exactamente… Bom, quer dizer, hão -de ter trocado uma ou outra palavra… Mas, no essencial, a persuasão foi de outra ordem. O Dr. Alberto João Jardim seduziu o furacão, despindo -se à sua frente, para depois vestir um daqueles disfarces que costuma usar no Carnaval… Perante este espectáculo, o furacão, naturalmente, começou a questionar a sua sexualidade. Passado pouco tempo, o Vince perdeu aquela qualidade viril e máscula de uma força que devasta tudo à sua passagem, para ganhar o temperamento algo mais efeminado de uma tempestade tropical.
-Isso da meteorologia é fascinante, Sr. Prof…
-Eu sei! E, ainda a respeito desta mudança de orientação, caberá dizer que nós, meteorologistas, já nem sequer nos referimos a este fenómeno pelo nome de Vince. Agora, chama -se Vanessa.
-Vanessa?
-Exacto. Bom, Vânia Vanessa, se quisermos ser rigorosos, mas não creio que os ouvintes estarão interessados neste palavreado técnico…
-Bom, mas neste caso, há uma pergunta que se impõe: o que faz uma tempestade tropical em Portugal? Sendo que Portugal não é, de forma alguma, um país tropical…
-Sabe, isso é uma questão sensível… Há quem diga que o facto de um país ser, ou não, tropical depende, especialmente, da posição geográfica ou do clima desse mesmo país. Pessoalmente, creio que tal maneira de olhar as coisas é errada…
-Então?
-Isso do clima e da geografia são questões perfeitamente secundárias! Pense lá: qual a principal característica de um país tropical?
-Tem umas praias porreiras?
-Só me está a ajudar! Nós também temos boas praias: o Meco, a Praia dos Tomates… Mas, não! Essa não era a resposta correcta. O que distingue um país tropical é o facto de ter um rudimentar, estranho, corrupto e viciado sistema político. A esta luz, faz todo o sentido termos uma tempestade tropical por cá. Ou, se calhar, achava que era uma coincidência chegar no dia seguinte às eleições autárquicas…
-Bom, realmente… Achava!
-Tretas! Há aqui um alinhamento cósmico poderoso, algo que vai além de toda a ciência; mesmo, e infelizmente, além de uma ciência superior e exacta como a meteorologia…
-Pois… Em todo o caso, a pergunta que vai na cabeça de todos os portugueses é: “Há razões para alarme?”
-Olhe, francamente, não lhe sei dizer… Isto ainda é capaz de mudar de direcção, ou de perder força… Por outro lado, também é possível que ganhe força e venha mesmo direito ao território… Seja como for, pelo menos uma chuvita e algum vento deve de haver de certeza.
-Será melhor, então, tomar algumas precauções?
-O mais seguro é não sair de casa. Se calhar arranjar um programa caseiro qualquer… Por exemplo, os ouvintes podem ficar a navegar na Internet! É uma forma bem divertida e segura de passar o tempo! Podem escolher um site qualquer, sei lá… Olhe, o www.dizquedisse.com é um de que gosto particularmente! Podem navegar, ler posts antigos…
-Não me diga que dá para deixar comentários…
-Dá pois! Comentários que, para além de serem lidos pelos autores dos textos humorísticos, ficam também à vista de todos os milhares de visitantes diários!
-Incrível, Prof…
-É verdade! Vão ficar tão entretidos que nem vão dar pela passagem da tempestade!
-Bom, Prof. Américo Quevedo, muito obrigado pela sua participação!
-De nada, sempre às ordens…

[Música do noticiário]

A programação normal segue dentro de momentos…




Oh filho, tu és genial.
Já agora, na minha modesta opinião, acho que ver o Dr.Alberto João a despir-se tira o “T” a qualquer um.

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