Este é, de facto, um assunto pertinente, capaz de lançar na praça pública um debate que terá tanto de frutuoso como de interessante. Principalmente se se centrar num desporto em particular: o futebol. O DQD sempre quis ser um site popular, e por isso não desdenhará esta hipótese de tecer algumas considerações a respeito deste nobre jogo.

Em primeiro lugar, será importante abordar o assunto que tem agitado o gigantesco globo de neve falsa que é o futebol português: o apito dourado.
Já tudo foi dito sobre esta temática. Tudo, excepto isto: Quem é que, na PJ, tem o trabalho de inventar nomes como “apito dourado”? Seja lá quem for, não deve ser um trabalho muito mau… Digo mesmo mais: eu gostava de fazer isso! Acho que tenho jeito para esse tipo de coisa. Por exemplo, a uma operação de desmantelamento de uma rede de tráfico de drogas que usasse o método (já algo visto, mas sempre popular) do preservativo recheado alojado no recto, chamaria “Operação Hemorróida Alucinada”.

Mas enfim, já ninguém liga ao apito dourado. Especialmente quando há outro grande assunto a dominar a actualidade desportiva. Falo, naturalmente, do grande clássico que, no próximo fim-de-semana, oporá dragões e águias.
Fica aqui a esclarecida análise pré-desafio:
De um lado, teremos o Futebol Clube do Porto que, sendo difícil antever o exacto sistema de jogo que utilizará (talvez um 4-4-2?), certamente optará por uma estratégia envolvendo 11 jogadores (fora os suplentes). O seu treinador, Co Adriaanse, tem surpreendido e maravilhado os entusiastas do desporto-rei com a sua sui generis abordagem “artística” ao futebol, transformando o rectângulo de jogo num espaço de experimentação sem limites, num vanguardista laboratório de novas linguagens futebolísticas. Será curioso ver o que este esteta do esférico terá na manga para o confronto vindouro…
Do outro lado, temos o Sport Lisboa e Benfica que, a jogar em casa, não se pode dar ao luxo de perder pontos neste jogo. Revigorados pela recente vitória frente ao clube da “piscina de fígado”, os encarnados procurarão assegurar os três pontos que lhes permitem poder continuar a sonhar com o título. No entanto, não é fácil antever que Benfica teremos na Luz à hora do jogo: a equipa das águias sofre de uma tremenda falta de consistência de encontro para encontro. Assim, se partidas há em que o grande entrosamento entre os diversos sectores de jogo (e mesmo entre as peças individuais) confere ao conjunto uma efusividade que só encontra paralelo nas Peta-Zetas, também há jornadas em que a equipa encarnada se assemelha a um pudim instantâneo deixado fora do frigorífico (ou talvez uma molotofe) guarnecido com torresmos rançosos…

Uma incógnita, portanto. 1X2 no boletim do Totobola.

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